Na última quarta, Eduardo Otero e Carlos Macedo, do nosso time de Asset Allocation & Funds of Funds, receberam Fabricio Taschetto, diretor financeiro da Ace Capital, em uma live no canal da Warren no YouTube.
O foco da conversa foi trazer um panorama especial sobre os juros no Brasil e também avaliar as projeções de inflação e a alta da Selic.
Se você perdeu a transmissão, a gente resume os principais pontos por aqui!
Vamos lá?
Indice
Na opinião de Taschetto, aconteceu um choque de oferta e de demanda com a pandemia. Com os brasileiros dentro de casa, os setores que mais cresceram foram o de alimentação e bens industrializados.
“A lógica de excesso de renda direcionado para esses bens causou um descasamento temporal entre a oferta e demanda”, comenta o diretor. Ou seja, a inflação desse tipo de ativo é consequência e, por isso, pode ser considerada passageira.
“Com um câmbio mais agressivo e uma passagem de preços de commodities como combustível e energia, o preço da gasolina dobrou nos últimos dois anos, mas só repassou a inflação nos últimos 12 meses”, afirma Taschetto. O IPCA foi turbinado por itens específicos, segundo o diretor.
Ao mesmo tempo, o diretor aponta que os cortes na Selic, em 2020, foram exagerados e isso impactou em várias frentes, como a contração do PIB, um câmbio mais alto e o juro real negativo.
“O nosso medo é que, eventualmente, os juros vão voltar a subir, mas não vão desacelerar. Só assim para segurar as expectativas para 2022”, comentou Taschetto.
O diretor ressaltou que outra responsável pela instabilidade dessas tomadas de decisão é a própria crise política do atual governo. Com as Eleições em 2022, muitos economistas têm medo da projeção feita para o ano estar muito errada.
“Todas as incertezas deixam o mercado volátil. O Brasil está se descolando do mundo e, naturalmente, alguns ativos são mais impactados do que outros”, complementa o convidado.
“Quais seriam as oportunidades para esse momento?” perguntou Otero ao gestor. Taschetto fala sobre se proteger da inflação, com ativos reais na carteira e commodities, que são um investimento que segue a alta do dólar.
“Considerando os cenários de outros anos de eleição, é interessante manter a carteira na defensiva, mas também ficar de olho em setores de crescimento circular como o health care, a educação e o varejo”, pontuou Taschetto.
LEIA TAMBÉM | A taxa Selic e a inflação: descomplicamos tudo que você precisa saber
Para finalizar a conversa, os três participantes recomendaram leituras valiosas para quem já investe ou quer começar hoje mesmo.
Para o diretor de investimentos Fabricio Taschetto, seus 20 anos de carreira no mercado financeiro ensinaram que o psicológico tem um peso muito grande em quem lida diretamente com o patrimônio dos outros, e mais ainda, quem cuida de perto do seu.
“Minha indicação é o livro Rápido e devagar, de Daniel Kahneman, que fala sobre os bugs do nosso cérebro. Também gosto de uma leitura mais leve, como Os axiomas de Zurique, de Max Gunther, que dá dicas de como ser mais inteligente na hora de lidar com o dinheiro.
Já Eduardo Otero trouxe a dica do livro A psicologia financeira, de Morgan Housel. Carlos Macedo recomendou o livro O sinal e o ruído, de Nate Silver, como fonte de ideias para trabalhar a mente para os assuntos financeiros.
Quer assistir à live completa? Dê play no vídeo abaixo!