Tipos de renda fixa: veja quais são, compare as vantagens e descubra como escolher  

Há diversos tipos de renda fixa disponíveis para quem se interessa por investimentos em renda fixa, mas você sabe como escolher o melhor para você?

Em linhas gerais, os títulos de renda fixa costumam atrair investidores de perfil mais conservador, que estão interessados em preservar o patrimônio correndo poucos riscos.

Isso ocorre principalmente porque a renda fixa oferece mais segurança e previsibilidade do que outros tipos de investimento, como a renda variável.

Mas isso não significa que apenas os mais cautelosos podem se beneficiar da renda fixa.

Mesmo investidores com maior apetite por risco podem recorrer a diversos tipos de renda fixa, seja para diversificar o portfólio, minimizar perdas ou construir uma reserva de emergência que possa ser acessada a qualquer momento.

Agora, se você está iniciando sua jornada no mundo dos investimentos, precisamos concordar que é muito fácil se perder no oceano de siglas como CDB, CRI, LCA, LCI  e outros títulos da modalidade de renda fixa.

Quer tirar todas as dúvidas? Vamos descomplicar os tipos de renda fixa neste artigo de uma vez por todas. Boa leitura!

Quais são os tipos de renda fixa?

Quais são os tipos de renda fixa, ilustração

Existem basicamente três tipos de renda fixa: prefixados, pós-fixados e pós-fixados indexados à inflação, também chamados de “híbridos”. Em todas estas categorias, o cálculo do rendimento de cada título é fixado e estabelecido no momento da aplicação (daí o nome “renda fixa”), assim como o prazo de vencimento das aplicações.

Na prática, os grupos se diferenciam pela referência para calcular os juros

O título pode adotar uma taxa fixa, um indexador — como IPCA ou Selic — ou uma combinação de ambos. Vamos entender melhor?

Prefixados

Prefixados, ilustração

Títulos de renda fixa prefixados são chamados assim porque sua taxa de retorno anual equivale a um percentual constante. Ou seja: o rendimento é fixo e não muda com as condições econômicas.

Por exemplo: se você aplicar em um CDB prefixado com juros de 8% a.a., esta será a taxa de retorno até a data de vencimento do título, independentemente de oscilações do mercado.

Quando escolher um título prefixado?

Um título prefixado é ideal para quem busca máxima segurança e previsibilidade na renda fixa. 

Isso porque o investidor saberá de antemão qual será seu lucro exato e quando irá resgatá-lo.

Este tipo de renda fixa faz sentido se você planeja um gasto específico no curto ou médio prazo, como viajar ou comprar um apartamento, e sabe exatamente quanto precisa ganhar até lá.

Outra vantagem do papel prefixado é a proteção contra momentos de baixa do mercado, já que o seu retorno na data final não é afetado diretamente por nenhum indicador econômico.

Em resumo, tendem a escolher os títulos prefixados os investidores que desejam conhecer a rentabilidade exata da aplicação, mesmo que isso signifique abrir mão de maiores retornos, caso o investimento estivesse atrelado a outros índices.

O foco, aqui, está na previsibilidade no momento da aplicação.

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Pós-fixados

Pós-fixados, ilustração

Se o retorno do título prefixado é fixado no início da aplicação, é razoável deduzir que a taxa do pós-fixado é definida no final, certo? 

Não é bem assim. Na verdade, o título pós-fixado é vinculado a um indexador da economia.

Um exemplo: se um banco oferece uma LCA pós-fixada que rende 100% do CDI, isto significa que o retorno do título será igual à variação percentual do CDI naquele período.

Em outras palavras, o título de renda fixa pós-fixado é aquele cujo rendimento não é um valor absoluto, mas depende do comportamento de um indicador como o CDI ou a Selic.

Esses são os títulos mais comuns no mercado, porque acompanham o momento econômico e representam um risco menor para todos os envolvidos, do emissor do título ao investidor.

Quando escolher um título pós-fixado?

Já explicamos que a vantagem do prefixado é manter seu rendimento ao fim do vencimento mesmo durante uma crise econômica. Por lógica, sua desvantagem é não se beneficiar dos ganhos do mercado, quando os indexadores são elevados.

É exatamente neste caso que o pós-fixado oferece maior potencial de lucro: se a taxa Selic subir, por exemplo, todos os tipos de renda fixa indexados ao CDI passarão por um aumento dos retornos.

Vale ressaltar que o título pós-fixado é uma via de mão dupla — caso a taxa básica de juros seja cortada, os mesmos papéis que ganhariam com a alta da Selic perderão com a baixa.

Portanto, a modalidade pós-fixada da renda fixa é interessante quando há previsão de alta dos indexadores, mas requer algum conhecimento sobre as tendências atuais do mercado.

Em geral, ela é escolhida por quem deseja acompanhar o mercado e garantir sempre um retorno referencial. Por exemplo: se você tem um título que paga 150% da Selic, sabe que esse será o referencial, seja qual for o valor da Selic.

Por acompanhar o mercado, o pós-fixado é um tipo de renda fixa que oferece menos riscos aos emissores e aos investidores, razão pela qual é mais comum.

Pós-fixados indexados à inflação

Pós-fixados indexados à inflação, ilustração

Se você leu até aqui e entendeu a diferença, não terá problema com este terceiro tipo de renda fixa: os pós-fixados indexados à inflação.

Estes títulos são simplesmente pós-fixados que rendem a variação percentual da inflação. O indexador mais frequente é o IPCA, mas existem também papéis vinculados ao IGP-M.

A principal função deste tipo de aplicação não é gerar lucro, e sim, proteger o dinheiro do investidor contra a desvalorização da moeda causada pelo processo inflacionário.

A matemática neste caso é simples: se o valor investido aumenta na mesma proporção que os preços da economia, o ganho real na data de vencimento do título é igual a zero.

Também é possível aplicar em títulos de inflação “híbridos”: são pós-fixados indexados à inflação que oferecem uma taxa adicional de juros prefixados.

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Quando escolher um pós-fixado indexado à inflação

A demanda por estes títulos costuma crescer quando o país vive um período de inflação acelerada, agindo como um colchão protetor contra a perda do poder de compra.

Os títulos IPCA híbridos são ainda mais atraentes neste cenário, já que oferecem blindagem contra a inflação e ainda geram algum retorno extra para o investidor.

Por outro lado, estes títulos perdem atratividade quando a inflação do país está sob controle, pois são forçados a oferecer taxas prefixadas competitivas com outros papéis.

Um adendo: tecnicamente, é possível perder dinheiro com esta aplicação se a variação do IPCA for negativa, o que é chamado de deflação. 

Mas esse fenômeno é relativamente raro e, caso aconteça, você certamente terá problemas bem maiores com que se preocupar.

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O que é CDI e o que ele tem a ver com a renda fixa?

Se você leu atentamente, deve ter percebido que citamos várias vezes a sigla “CDI”. Ela significa “Certificado de Depósito Interbancário”, uma forma de empréstimo entre bancos.

Na prática, o mercado fala em CDI como sinônimo de taxa DI, que corresponde aos juros praticados entre instituições bancárias e costuma ficar bem próxima à taxa Selic.

Esta taxa é importante por ser a referência mais usada para os rendimentos dos ativos de renda fixa, geralmente expressados por meio de percentuais do CDI.

Então, se o CDI for igual a 5%, um título que rende 100% do CDI vai retornar, obviamente, 5% de juros. 

Mas esta porcentagem também pode ser 110%, 90%, 200% ou qualquer outra.

Quais são os tipos de investimento de renda fixa?

Quais são os tipos de investimento de renda fixa, ilustração

Finalmente, chegamos à sopa de letrinhas que representa boa parte dos tipos de investimento em renda fixa

Não se assuste com a quantidade de siglas: vamos abordar cada ativo de maneira bem didática e em breve você estará pensando nelas com naturalidade.

Caderneta de poupança

A caderneta de poupança ocupa o primeiro lugar invicto no pódio dos investimentos favoritos do Brasil. Criada pelo imperador Dom Pedro II em 1861, hoje guarda mais de R$ 1 trilhão dos brasileiros.

A poupança é uma aplicação de renda fixa híbrida que se distingue por oferecer retorno igual em todos os bancos do país, já que o rendimento é determinado pelo Banco Central.

Os juros da poupança são calculados por duas taxas. Uma delas é a Taxa Referencial (TR), que é definida pelo governo e está zerada desde 2017. A ela, soma-se:

  • 0,5% ao mês (se a Selic for maior que 8,5% a.a.)
  • 70% da Selic (se ela for menor ou igual a 8,5% a.a.)

Considerando a TR igual a zero, o maior rendimento possível da poupança é cerca de 6% ao ano se a taxa Selic for igual a 8,5%.

O critério fundamental para investir ou não na poupança é a inflação: se o retorno anual for menor que o IPCA, quem investe na poupança acaba perdendo poder de compra.

Esse é o motivo pelo qual a poupança muitas vezes é demonizada. Embora seja popular, ela não está nem perto de ser o melhor tipo de renda fixa.

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Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa podem aplicar exclusivamente em títulos prefixados ou pós-fixados, e são opções interessantes para quem busca exposição a uma ampla carteira de risco relativamente baixo.

Estes fundos podem ser do tipo referenciado, que focam em títulos mais seguros e de alta liquidez, ou fundos de crédito, que abrem mão de parte da segurança e liquidez para aplicar em títulos mais arriscados com maior rentabilidade.

Entre as vantagens de investir em fundos de renda fixa, destacamos a diversificação do portfólio e a possibilidade de aplicação por tempo indeterminado; porém, eles estão sujeitos a taxas adicionais e ao “come-cotas”, a cobrança automática de IR duas vezes ao ano.

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Títulos públicos

Os títulos públicos federais, ou títulos da dívida pública, são emitidos pelo governo para captar recursos e financiar investimentos e operações variadas.

O Tesouro Direto permite que qualquer pessoa física aplique em títulos públicos, oferecendo diversas opções prefixadas, pós-fixadas indexadas à Selic e pós-fixadas IPCA.

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CDB

O Certificado de Depósito Interbancário (CDB) é um dos tipos de renda fixa mais comuns do mercado. De forma análoga aos títulos públicos, os CDBs são emitidos por bancos para levantar capital e financiar operações.

Os CDBs podem variar amplamente em rendimento, prazo e liquidez. É possível encontrar tanto papéis prefixados quanto pós-fixados e a validade pode ser de um dia, seis meses, um ano, três anos ou mais.

Assim como diversos investimentos de renda fixa, o CDB sofre cobrança de IR e é coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), uma associação de instituições financeiras que garante a indenização de até R$ 250 mil a investidores em caso de “calote” ao credor.

LCI 

A sigla LCI significa “Letra de Crédito Imobiliário”. Em termos simples, estes títulos de renda fixa funcionam como os CDBs, mas são emitidos pelos bancos com o fim específico de captar recursos para investir no setor imobiliário.

As LCIs são geralmente pós-fixadas, mas algumas instituições oferecem papéis prefixados deste tipo. 

Elas são cobertas pelo FGC e ainda contam com isenção de Imposto de Renda, o que contribui para retornos atraentes quando rendem juros nominais menores que os CDBs.

LCA

As Letras de Crédito do Agronegócio são essencialmente idênticas às LCIs, com a única diferença de que o capital levantado é destinado a investimentos no agronegócio.

CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários/do Agronegócio, assim como LCIs e LCAs, são títulos isentos de Imposto de Renda e seus recursos são destinados a estes dois setores.

Ao contrário das Letras de Crédito, porém, os CRIs e CRAs não possuem garantia do FGC e são quase sempre pós-fixados. 

Além disso, são mais raros e costumam exigir aportes inacessíveis a investidores pessoa física.

Eles são emitidos por empresas especializadas em securitização, um processo complexo que transforma “pacotes” de dívidas em ativos negociáveis no mercado financeiro.

A securitização é útil para grandes imobiliárias, construtoras ou exportadoras que trabalham com financiamentos a longo prazo. 

Na prática, a empresa vende o direito a uma dívida que será paga durante anos e recebe o valor de uma só vez.

Debêntures 

O nome pode soar estranho a investidores iniciantes, mas o conceito é simples: assim como títulos públicos e CDBs, as debêntures são títulos de dívida de empresas.

As debêntures podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas, não são cobertas pelo FGC e costumam ter prazo de vencimento bem longo, variando de cinco a dez anos ou mais.

Este prazo mais extenso ocorre porque as debêntures são emitidas para financiar projetos de grande escopo, geralmente para expansão de gigantes nacionais ou multinacionais.

Os títulos são tributados pelo IR, com exceção das chamadas debêntures incentivadas, um tipo especial de renda fixa que capta recursos para grandes obras de infraestrutura.

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