Confira o capítulo anterior sobre a Jornada da Warren.
Como contei para vocês no capítulo anterior, o nosso destino era Las Vegas, para participar da segunda fase da Collision.
Mas o nosso protótipo, até então, só suportava uma demonstração via Skype.
Na feira, as pessoas teriam a possibilidade de testar a plataforma e não só o passo a passo com o Warren até a construção dos Objetivos de Investimento tinham que funcionar, como também precisávamos de banco de dados, autoresponder e coisas do tipo.
Muita coisa precisava ser feita e o tempo era curto. Mesmo assim, entregas todas planejadas no Trello e destination Las Vegas.
Como foi? Foi muito boa!
Na véspera, treinamos exaustivamente as possíveis perguntas/respostas, o fluxo no Warren e o pitch.
Praticamos tanto que se alguém mal desse um “oi” já virava motivo para o pitch ser executado automaticamente.
Você precisa estar sempre super preparado, para tudo. Daí a batalha fica mais fácil de ser vencida. Mas preciso salientar que “mais fácil” não é sinônimo de “vitória certa”.
Por exemplo, durante a feira, o representante de uma venture capital do Vale do Silício nos chamou para uma reunião.
Era o momento de brilhar, mas foi um fracasso.
Todo o treino do pitch se perdeu em meio ao nervosismo de bater o primeiro papo com um potencial investidor.
Eu gaguejei para responder perguntas óbvias e deixo aqui uma segunda dica importante.
Além de uma boa preparação, nada melhor do que horas de vôo. Nada melhor do que viver na prática situações complicadas, várias e várias vezes.
Aquelas situações que nos dão medo, nos tiram da zona de conforto e que na primeira vez provavelmente dará errado. São elas mesmas que após a segunda tentativa, terceira, quarta e quinta, começam a dar certo.
Horas de vôo!
E não foi só o papo com o investidor do Vale do Silício que foi ruim. Vou contar para vocês que vários outros problemas surgiram.
Desde todos os tipos de bugs que poderiam acontecer e que tiveram que ser consertados na hora, até a babá que o hotel indicou, mas que não apareceu e então eu tive que ir para a feira com meu filho recém nascido no canguru.
Fazer pitch em inglês, várias vezes e com um bebê no colo não foi fácil, mas até que foi bem divertido e muitas pessoas quando viam a situação falavam: “This is a real startup”.
Foram centenas de pessoas que, em dois dias intensos de evento, passaram pelo nosso stand, em que repetimos o pitch inúmeras vezes e respondemos as mesmas perguntas outras tantas vezes, sempre, ao mesmo tempo usando a plataforma para construir um portfólio de investimento depois do outro e do outro e do outro.
Destaque total foi a Kelly, também uma das nossas fundadoras, que com seu carisma incomparável, energia inesgotável e paixão inabalável pela Warren, encantou absolutamente todas as pessoas que pararam no nosso stand.
Resultado? Ficamos entre as 10 melhores entre quase 500 outras startups!!!
Nós gostamos tanto de participar deste evento que, quando surge alguma feira interessante aqui no Brasil, estamos lá.
Atualmente, participamos de eventos totalmente online em função da pandemia. Mas, até o ano passado, marcamos presença em diversas feiras de inovação, tecnologia e mercado financeiro, como a Gramado Summit, os eventos do Startse e do Sebrae.
Por mais que você tenha uma empresa online e que o Google Forms funcione super bem para as pesquisas, nada melhor do que falar cara a cara com um usuário ou potencial usuário.
Voltando a nossa história: saímos de Las Vegas e pegamos a estrada em direção ao Vale do Silício. Estávamos inscritos em um evento menor para mostrar a Warren e aproveitamos as paradas durante o trajeto para enviar para pessoas importantes dos EUA e Brasil um resumo que estávamos fazendo.
Precisávamos dar o passo seguinte e, para isso, precisaríamos de capital.
Claro que a quantidade de “não” que recebemos foi gigante. Mas, entre diversas conversas que tivemos, encontramos alguns “talvez”.
Duas empresas de investimentos de Nova York, uma incubadora também em NY e uma aceleradora em São Francisco. Os papos começaram no online e migraram para reuniões presenciais.
Em paralelo eu tinha assumido o financiamento inicial do projeto e começamos a abertura da empresa e licenças legais nos EUA. Mas, nesse meio tempo, recebemos a ligação do Marcelo Maisonnave, co-fundador do que tinha se tornado a maior corretora do Brasil.
Ele tinha saído da empresa que tinha fundado e estava morando nos EUA. Ligou empolgado para mim e disse que tinha adorado a Warren e queria bater um papo.
Pouco tempo depois, o Marcelo se tornaria um dos fundadores e foi ele que nos convenceu a começar no Brasil.
Ele tinha lido sobre uma nova instrução da CVM (o xerifão do mercado) que permitia que gestoras fizessem a distribuição direta dos seus produtos. Essa seria uma forma fácil de iniciar a Warren.
Além disso, no Brasil “jogamos em casa”. Muito melhor começar em um ambiente onde conhecemos o campo. Por fim, o Brasil precisava de uma solução descomplicada, inteligente e que entregasse investimentos de forma alinhada, como a Warren propõe.
Fizemos as malas e partimos para o Brasil.
E é sobre o nosso começo no Brasil o tema do próximo capítulo. Do desafio de montar a equipe até toda a burocracia de montar uma empresa de investimentos.
Até lá!
Continue a leitura e confira o capítulo #9 da Jornada da Warren.