Confira o capítulo anterior sobre a Jornada da Warren.
A Warren é uma corretora e gestora, mas, antes de mais nada, é uma empresa de tecnologia.
Por isso, precisávamos estar em um local onde existisse uma boa ”produção” de ótimos desenvolvedores.
E esse foi um dos motivos de termos escolhido Porto Alegre como sede: a capital gaúcha tem excelentes universidades e polos de inovação.
Na hora de alugar um espaço, optamos por ficar no bairro de uma universidade importante, que tem cursos de engenharia da computação e economia, facilitando a contratação e logística de futuros Warriors.
Encontramos o local perfeito e começamos a construir a nossa filosofia Filadélfia, que espero manter eternamente, mesmo quando passarmos das 500 pessoas trabalhando na Warren — e falta pouco, já estamos chegando em 400 neste início de 2021!
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Indice
Vou explicar a filosofia: Filadélfia é a terra do Rocky, o lutador.
Quando o Rocky ia se preparar para uma luta, corria atrás de galinhas e dava soco em carne.
Enquanto isso, o seu rival Apollo Doutrinador, estava treinando cheio de pompa, cercado de câmeras, holofotes e pisos de mármore. Rocky venceu o Apollo.
Nosso foco na Warren é vencer a luta e entendemos que boa parte dessa vitória está em cuidar bem do dinheiro da empresa.
E quando falo isso não me refiro apenas a não gastarmos em garrafinhas de água Perrier (que incrivelmente eu vi nas geladeiras de algumas startups ainda pequenas), mas falo principalmente em investir e reinvestir somente em coisas que são importantes para os nossos clientes.
No início de 2020, na última ou penúltima palestra que dei antes da Covid19 nos deixar presos, eu estava falando justamente sobre isso.
Sobre ser consciente com caixa, medir bem onde colocar recursos e ter uma área financeira incrível dando suporte para as decisões.
Depois da palestra, uma pessoa me abordou para falar sobre um vídeo antigo do Jeff Bezos falando algo parecido sobre a filosofia dele na Amazon.
O vídeo é de 1999 e na época a Amazon já valia mais de U $20 bilhões. Mesmo assim, a mesa de Bezos era feita de uma porta, com pés improvisados.
O jornalista pergunta quase que em tom de deboche: “Por favor, você pode comprar uma mesa melhor, né?!”.
Bezos ri e responde: “Isso é um símbolo para nos lembrar de gastar em coisas que importam para os clientes“.
No nosso primeiro escritório nós construímos as mesas, pintamos as paredes e compramos os computadores todos de segunda mão na OLX.
Era um escritório bem pequeno, com um clima informal e descontraído e onde todos eram responsáveis pela organização do espaço.
Inclusive, quando recebíamos visitas, o choque de diferenças para uma empresa tradicional do mundo de investimentos ficava nítido.
Recebemos diretores de dois grandes bancos e representantes dos órgãos reguladores (público e privado) com copos plásticos, em uma das nossas salas de reuniões pintadas por nós mesmos e em algumas cadeiras que, provavelmente, custavam 20 vezes menos do que a gravata de um dos convidados.
O mais legal, pra mim, é que, até hoje (antes da pandemia, claro), mesmo os que vêm fardados com o tal uniforme “Faria Limer” adoram o clima que construímos por aqui.
Da mesma forma que o Rocky, nossa preocupação maior sempre será em construir o melhor produto para o cliente e isso conquista as outras pessoas.
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Hoje temos um prédio de três andares em Porto Alegre, um espaço grande em São Paulo, outro que vai ficar tão grande no Rio, 6 escritórios em outras cidades do Brasil, uma loja de rua que vamos inaugurar em breve, além do nosso escritório em NY que deve ser inaugurado no segundo semestre — eu sempre mostro os bastidores de tudo isso no meu Instagram, caso queira espiar.
Mesmo assim, mantemos forte a filosofia de tomar cuidado com o dinheiro e investir no que importa para o cliente.
Nossos espaços são confortáveis para o time, sem exageros e como parte do exercício de manter uma filosofia sem mordomias, até hoje todo novo colaborador que entra na Warren ganha sua cadeira fechada em uma caixa e precisa se virar para montá-la.
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Eu fui em busca do time necessário para tocar a parte de produtos e serviços de investimento e compliance/risco e o André, nosso CTO, foi encontrar desenvolvedores.
Ofertas em alguns canais online não estavam dando muito certo, então imprimimos cartazes e sorrateiramente fomos colar nas universidades.
Os cartazes levavam para um desafio e quem solucionasse conseguia acesso à proposta da vaga e o que era a Warren.
Este primeiro filtro já era ótimo, mesmo assim entrevistamos algumas dezenas de pessoas para fechar as poucas vagas que tínhamos e conseguimos acertar em cheio em cada uma das contratações.
Qual o segredo de contratar bem? Não sei se tenho a resposta definitiva. Nós buscamos pessoas comprometidas, sem tempo ruim, de bom caráter e que queiram fazer algo relevante para o mundo.
Não é fácil descobrir em uma entrevista se a pessoa vai ter essas qualidades ou não, então eu tento pescar isso nos detalhes.
Minha estratégia é fazer a pessoa falar. Muitas vezes faço perguntas triviais ou repetidas e confesso que não estou tão interessado se o hobby da pessoa é jogar basquete ou pintar quadros, o que eu tento analisar é a postura e a forma de pensar.
Nosso time estava começando a tomar forma: em algumas semanas, já éramos 9 pessoas e tínhamos duas frentes de trabalho bem definidas: nossa liberação na CVM e o desenvolvimento da plataforma.
E é sobre esses dois pontos que vou falar no próximo capítulo.
Todo o desafio burocrático de conseguir nossa liberação na CVM e a construção da plataforma, quando chamamos quase 500 betas para nos ajudar.
Até o próximo capítulo!
Continue a leitura e confira o capítulo #10 da Jornada da Warren.