Entre os dias 23 de julho e 8 de agosto, acontecerá a Olimpíada de Tóquio 2020.
O evento tem algumas peculiaridades: foi a primeira edição a ser adiada e será também a primeira sem público presente nos locais de competição.
Tudo isso em decorrência da pandemia do Coronavírus.
O Brasil vai participar com a maior delegação da história. Serão 301 atletas de 35 modalidades diferentes, todos com o sonho de trazer no peito uma medalha de ouro.
E a competição vai ser muito dura: mais de 11 mil esportistas de 205 países estarão lá, batalhando pelo mesmo objetivo.
Cada um que chega a Tóquio carrega uma história de superação e já é um vencedor, pois precisou lutar muito para conseguir uma classificação.
Nenhum competidor chega aos Jogos Olímpicos sem ter treinado muito, sem ter renunciado a horas de lazer, de convívio com a família e amigos, em função do objetivo de estar entre os melhores do mundo e disputar um lugar no pódio.
E mesmo com todo o esforço do mundo, não há garantia de medalha.
Sempre existem os riscos que podem derrubar o mais bem treinado atleta. Daiane Garcia dos Santos é um exemplo de como é difícil obter um ouro olímpico.
A ginasta teve uma das mais bem-sucedidas carreiras esportivas do Brasil.
Ela criou dois movimentos da ginástica para os quais empresta seu nome: o duplo twist carpado, ou Dos Santos I, e a evolução desse primeiro, o duplo twist esticado, ou Dos Santos II.
Mesmo tendo inúmeras medalhas de ouro em campeonatos mundiais, ela nunca conseguiu alcançar o mesmo feito em uma Olimpíada.
Para cada atleta que busca o primeiro lugar, existem inúmeros outros com o mesmo objetivo, portanto, é preciso superar outras pessoas que também têm longas histórias de trabalho e dedicação.
Mas, na verdade, todo esportista precisa vencer duas grandes batalhas para chegar à vitória.
Uma é contra os outros competidores, é a batalha que os espectadores veem.
Porém, a mais difícil é aquela que o atleta precisa travar consigo mesmo, com suas hesitações, com seus pequenos desequilíbrios, suas angústias, suas dores e sua vontade de desistir do enorme desafio do esporte profissional.
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Quando reflito sobre essas questões, não posso deixar de correlacionar a competição olímpica e a grande luta pela independência e pelo equilíbrio financeiro.
A primeira similaridade é o simbolismo do ouro.
Assim como as moedas atualmente não são feitas ou lastreadas no nobre metal, as medalhas olímpicas também não.
Aliás, na Antiguidade, o vencedor recebia apenas uma coroa de louros.
Na primeira Olimpíada da Idade Moderna, realizada em Atenas em 1896, os vencedores ganharam uma medalha de prata.
A primeira banhada em ouro só foi entregue na edição de Paris, em 1900. A de ouro maciço surgiu em 1904, em Saint Louis no EUA, costume mantido nas Olimpíadas de Londres, em 1908, e Estocolmo, em 1912.
Depois disso, elas voltaram a ser apenas banhadas no metal dourado.
Uma curiosidade sobre as medalhas que serão oferecidas em Tóquio é que elas são totalmente confeccionadas com metais reciclados de produtos eletrônicos.
As de ouro terão 550 gramas de prata e 6 gramas de ouro por cima, as de prata são produzidas 550 gramas do próprio material e as de bronze possuem 450 gramas de bronze vermelho.
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Outra forte similaridade é a dedicação necessária para vencer, seja na luta pela vitória olímpica ou na luta pela independência financeira.
As duas representam longos anos de esforço, de sacrifícios, de renúncias; em cada uma delas é preciso renunciar àquilo que é mais desejável no presente em função de uma meta futura.
Ninguém chega aos Jogos Olímpicos sem superar os próprios instintos, sem vencer a batalha entre aquilo que é fácil fazer hoje em favor daquilo que é preciso fazer para alcançar o objetivo futuro.
Tanto na corrida olímpica quanto na corrida financeira, existem os riscos e a disputa com os oponentes.
Um esportista precisa treinar muito, sem treino não existe atleta; alguém na busca da independência financeira precisa aprender a gastar menos do que ganha, sem poupança não existe investidor.
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Existe ainda outra grande similaridade entre os investimentos e a batalha olímpica: as tentações são grandes para ambos os lutadores.
As pirâmides financeiras e os investimentos não regulamentados com promessas de rendimentos excepcionais são como o doping no mundo dos esportes.
Aparentam ser o caminho mais fácil, mas os resultados costumam ser desastrosos.
Felizmente, no mundo dos investimentos, o pódio é bastante grande e muitos podem vencer.
Todos aqueles que focarem nos investimentos de longo prazo podem ter sua medalha de ouro.
Mas pensando bem, todos podem alcançar a vitória também nos esportes.
Cada um que supera a inércia e coloca seu corpo em movimento vai colher mais saúde e disposição para a vida, mesmo que seu esporte seja alguns minutos de caminhada durante a semana, não necessariamente uma competição.
Desejo que você se divirta muito, torça pelos nossos atletas olímpicos e pense na longa batalha que cada um travou até chegar ao Japão.
Espero que isso te inspire a ter disciplina e dedicação para conseguir seu ouro, ou seja, tranquilidade financeira no presente e uma doce e rica terceira e quarta idade.
Se não for pedir muito, espero também que nossos atletas tragam muitas medalhas para alegrar o povo brasileiro.
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