Planejamento financeiro

Renda passiva: o que é, exemplos e quanto é necessário para você viver de renda

Publicado por
Redação Warren

Renda passiva, de forma prática, é fazer o dinheiro trabalhar para você.

É uma ideia central no mundo dos investimentos, já que o hábito de aplicar o dinheiro com consciência em ativos financeiros tem, basicamente, dois objetivos:

  1. Proteger o patrimônio da desvalorização causada pela inflação
  2. Fazer com que o dinheiro gere mais dinheiro

No caso do objetivo 2, quando o dinheiro gerado pelos investimentos pode ser sacado com regularidade, temos um tipo de renda passiva.

Mas a renda passiva pode ser obtida por outros meios além dos produtos de investimento. Isso, e muito mais, vamos explicar ao longo deste post. Siga em frente e boa leitura!

O que é renda passiva

Renda passiva é a geração de receita que não está atribuída ao trabalho constante, e sim a uma fonte que continuará gerando dinheiro independentemente do esforço da pessoa.

Existem várias fontes possíveis de renda passiva, como o aluguel de um imóvel e os dividendos de ações. Mostraremos essas possibilidades com mais detalhes no tópico “Renda passiva: exemplos”.

Observar o significado das palavras também ajuda a compreender o que quer dizer o conceito.

“Renda”, você já sabe, é o dinheiro recebido com regularidade. Já “passiva” é um adjetivo relacionado com a indiferença e a falta de ação — isto é, o dinheiro vai ser gerado indiferentemente da ação do sujeito.

Desse modo, a renda passiva é um objetivo almejado por pessoas que querem obter um rendimento extra além do trabalho, que desejam se aposentar ou então complementar a sua aposentadoria.

Diferença entre renda passiva e ativa

Como explicamos acima, a renda passiva é gerada sem que o sujeito precise agir. A renda ativa é o contrário.

Entre os significados do adjetivo “ativo”, de acordo com o dicionário Michaelis, estão:

  • Que se caracteriza pela ação ou prática e não pela contemplação ou especulação
  • Que está sempre em atividade; atuante, participante, presente

A partir disso, fica muito claro que a renda ativa é resultado do trabalho constante, e o melhor exemplo disso é o emprego remunerado com carteira assinada.

Afinal, o empregado recebe mensalmente o salário (renda) combinado, mas em troca oferece o seu trabalho. Se ele não trabalhasse, não receberia, diferentemente da renda passiva, que independe do trabalho.

É claro que há outras fontes de renda ativa além da carteira assinada. Trabalhadores autônomos e empreendedores também têm renda ativa, e não passiva.

Imagine um proprietário de uma loja de roupas que cumpre expediente regularmente para administrar, cuidar do caixa ou ajudar no atendimento. No seu caso, o lucro obtido com a venda das roupas é uma renda ativa.

O comércio do exemplo acima só se torna uma renda passiva quando o empreendedor transfere a administração e operação do negócio para outras pessoas e mantém um percentual sobre os lucros. Assim, ele recebe sem precisar se dedicar ao trabalho.

Renda passiva: exemplos

Os investimentos são a fonte mais conhecida de renda passiva, mas há várias outras possibilidades, conforme os exemplos que mostraremos abaixo.

É importante ressaltar que, embora a renda passiva não dependa do trabalho constante, depende de uma ação ou trabalho inicial, como ficará mais claro a seguir.

Outra observação importante é que a renda passiva pode ser constante (como no aluguel de um apartamento, que corresponde a um valor fixo por mês) ou apenas contínua (como nos direitos autorais, cujos valores gerados não são constantes).

Aluguel de bens

Você tem a posse de um bem e o disponibiliza para que outra pessoa usufrua dele, mediante o pagamento de aluguel.

O aluguel de imóveis é o melhor exemplo: o proprietário ganha dinheiro sem fazer nada, pois a imobiliária se encarrega de fazer a gestão da locação e as cobranças.

Royalties

Royalties são um tipo de renda passiva obtida pelos artistas pelos direitos autorais de suas obras.

A receita é gerada com o pagamento do direito de uso de bens intangíveis, como uma marca, um desenho ou uma composição.

Quando uma música toca em uma novela, por exemplo, o compositor recebe um valor pela reprodução da sua obra.

Outro tipo de royalties que pode ser associado com a renda passiva é o dinheiro mensal pago pelo franqueado ao franqueador pelo uso da marca e suporte recebido.

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Produtos digitais e infoprodutos

Produtos digitais são aqueles que não existem no mundo físico.

Um bom exemplo é um aplicativo para celular: um desenvolvedor pode criá-lo sozinho e vendê-lo nas lojas de apps. O mesmo produto, desenvolvido apenas uma vez, pode ser vendido várias vezes, gerando uma renda passiva.

Já os infoprodutos são um tipo de produto digital relacionado com a informação, geralmente com o intuito de ensinar algo. Os exemplos mais comuns são cursos online e ebooks.

Marketing de afiliados

No marketing de afiliados, um produtor de conteúdo digital faz uma parceria com um e-commerce, transfere tráfego para ele e ganha uma comissão sobre as vendas realizadas.

Um exemplo: uma pessoa faz um vídeo no Youtube recomendando os 5 melhores livros sobre investimentos. Na descrição do vídeo, inclui links para as páginas de produto dos 5 livros na Amazon.

Toda vez que alguém comprar algo no site tendo como origem os links do vídeo, o youtuber recebe uma comissão.

O mesmo pode ocorrer em posts de blog e em redes sociais, mas o marketing de afiliados só se enquadra na categoria da renda passiva quando um esforço pontual (gravar um vídeo ou escrever um post) gera receita por bastante tempo.

Lucro de empresa

É como o exemplo que explicamos antes da loja de roupas: se o negócio cresce e o fundador deixa de se envolver constantemente com a administração e operação, os lucros da empresa passam a ser uma renda passiva.

A regra também vale para quem investe em startups em fases iniciais, em troca de participação para receber (renda passiva) pelos lucros futuros do empreendimento.

Outra forma de obter renda passiva com o lucro de uma empresa é investindo em ações que pagam dividendos. Explicaremos melhor essa alternativa no tópico “Melhores investimentos para renda passiva”.

Investimentos

Além dos dividendos de ações, há outros tipos de investimento que geram renda passiva. Há opções de renda fixa, como alguns títulos do Tesouro Direto, e também de renda variável, como Fundos Imobiliários (FIIs).

Adiante, no tópico “Melhores investimentos para renda passiva”, explicaremos melhor essas opções.

Como gerar uma renda passiva

A seguir, veja quais são os principais passos para gerar uma fonte de renda passiva.

1. Defina seus objetivos

O primeiro passo é entender o que você quer, qual é o propósito da renda passiva que quer criar.

Um jovem que ainda não tem um grande patrimônio, por exemplo, pode estar procurando apenas uma renda extra, ou então começando a planejar a sua aposentadoria.

LEIA MAIS | As 5 etapas do planejamento financeiro para você realizar seus objetivos 

2. Considere a situação atual

Você precisa considerar o contexto. Quanto dinheiro você tem guardado hoje? Tem alguma fonte de renda ativa? Possui algum conhecimento que permita criar uma fonte de renda passiva do zero (como um infoproduto)?

Para quem já tem bastante dinheiro, o caminho mais fácil é encontrar investimentos seguros, que protegem o patrimônio e, ao mesmo tempo, geram um rendimento constante.

Quem ainda não chegou lá vai precisar ser mais criativo ou se empenhar em um esforço inicial maior.

3. Analise as opções

A partir da reflexão sobre seus objetivos e a situação atual do seu patrimônio, analise todas as opções de fontes de renda passiva que apresentamos neste post e veja quais estão alinhadas com o seu contexto.

Na hora de escolher, há que se observar questões pessoais, como seu perfil de risco e até mesmo o estilo de vida atual.

Um exemplo: você mora em um belo e amplo apartamento, de propriedade sua. Ele tem três quartos, mas dois deles estão ociosos, pois seus filhos cresceram e se mudaram.

Nesse caso, existe a opção de alugar esse imóvel e ir morar (também de aluguel) em um apartamento menor e mais barato. A diferença entre o aluguel recebido e o pago seria uma renda passiva.

4. Calcule, planeje e execute

Você já sabe o seu objetivo, conhece perfeitamente a sua situação financeira atual e selecionou as fontes de renda passiva que mais têm a ver com você.

Agora, é preciso calcular valores, planejar os aportes e executar a sua estratégia.

O grau de controle que você terá sobre a estratégia depende muito do caminho que foi escolhido.

Investindo em títulos do Tesouro Direto, por exemplo, você terá uma certa previsibilidade nas receitas. Já o plano de obter renda com royalties ou produtos digitais é muito mais incerto.

A seguir, apresentaremos as principais opções do mercado financeiro para gerar renda passiva e, mais adiante, ensinaremos a fazer o cálculo para planejar a sua estratégia no longo prazo.

Melhores investimentos para renda passiva

A seguir, listamos os melhores investimentos para gerar uma renda passiva e fazer o dinheiro trabalhar para você.

CDB

CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário, um título bancário de renda fixa. Basicamente, investindo em um CDB você empresta dinheiro para um banco, que remunera você com o pagamento de juros.

Existem vários tipos de CDB: pós-fixado e prefixado e com diferentes níveis de risco. 

Para gerar renda passiva, servem os CDBs com liquidez, isto é, que permitem o resgate antes do vencimento. 

O ponto negativo é que essa categoria de certificado costuma render menos do que a dos ativos com baixa liquidez.

Tesouro Direto com juros semestrais

Tesouro Direto é um programa do Governo Federal que criou uma plataforma de negociação de títulos da dívida pública para pessoas físicas. Assim, ficou fácil investir nas diversas opções de ativos emitidos pelo Tesouro Nacional.

Os títulos têm uma data de vencimento, mas liquidez diária. A melhor estratégia para renda passiva são as opções com juros semestrais, que pagam a cada 6 meses um valor proporcional à rentabilidade contratada.

Fundos Imobiliários

Os Fundos Imobiliários (FIIs) são fundos de investimento cujo dinheiro é aplicado no mercado de imóveis — na construção ou compra de ativos.

Existem FIIs de papel (compostos por títulos relacionados ao setor imobiliário) e de tijolo (que têm imóveis de fato em seu patrimônio). Os de tijolo estão entre as opções mais procuradas para renda passiva, pois os valores arrecadados com o aluguel dos imóveis são distribuídos entre os cotistas.

Ações que pagam dividendos

Os dividendos são a distribuição de um percentual dos lucros aos acionistas de companhias de capital aberto.

Enquanto a valorização do portfólio de ações de um investidor não é uma renda passiva (porque só gera receita na venda dos ativos), o recebimento de dividendos é (porque o dinheiro pode ser resgatado sem a venda das ações).

Há, inclusive, ações que pagam dividendos mensais.

Previdência Privada

A previdência privada é um tipo de fundo de investimento direcionado especialmente para gerar uma renda passiva no longo prazo, como aposentadoria ou complemento da aposentadoria.

É considerado um investimento conservador. Tem seus prós e contras, que você pode compreender melhor lendo o post Previdência privada: como funciona, quando vale a pena e cuidados ao escolher [guia].

Como viver de renda passiva

Nem todo mundo procura alternativas de renda passiva para parar de trabalhar. Para muitos, porém, esse é um sonho: ter uma boa renda mensal e poder aproveitar a vida sem precisar se preocupar com trabalho.

Para chegar nesse patamar, o primeiro passo é fazer as contas. O ponto de partida não poderia ser outro: quanto você precisa ganhar por mês para ter o padrão de vida que deseja e parar de trabalhar?

A resposta varia de acordo com o estilo de vida da pessoa e onde ela mora. Com o número em mãos, essa será a meta para a soma dos valores gerados por suas fontes de renda passiva.

A partir daí, como saber quanto é preciso acumular para que o rendimento dos ativos seja equivalente à renda almejada?

Para fazer o cálculo, você precisa fazer uma projeção de juros reais: a rentabilidade obtida com os investimentos menos a taxa de inflação.

Uma meta realista e relativamente conservadora é pensar em 4% de juros reais ao ano. Isto é, projetando uma rentabilidade média de 9% ao ano para a carteira e a inflação média de 5% ao ano, por exemplo, o patrimônio valoriza 4% a cada 12 meses.

Nesse exemplo, o investidor poderá retirar 4% de seu patrimônio a cada ano (ou dividido em 12 resgates mensais) sem que ele diminua.

Agora é só relacionar esse número com a sua meta de renda passiva mensal e usar a seguinte fórmula para saber quanto precisa acumular em seu patrimônio:

Patrimônio = (renda passiva x 12) / 0,04

Para fazer a conta, imaginemos que a renda passiva desejada é de R$ 6 mil mensais. Com a fórmula, multiplicamos esse valor por 12 para saber quanto dá em um ano inteiro e dividimos por 0,04. Veja:

Patrimônio = (6.000 x 12) / 0,04

Patrimônio = 72.000 / 0,04

Patrimônio = R$ 1,8 milhão

Isso quer dizer que você precisaria acumular R$ 1,8 milhão para ter R$ 6 mil de renda passiva por mês, considerando uma taxa de juros reais de 4% ao ano.

É importante deixar claro que esse é apenas um exemplo. Há muitas variações da fórmula que apresentamos e, principalmente, das variáveis.

Se a sua expectativa de renda passiva é menor e seu perfil de investidor é mais agressivo, você pode esperar juros reais maiores e diminuir bastante o valor do patrimônio necessário. Mas a lógica do cálculo continuará a mesma.

Sabendo a resposta, vai depender da sua situação atual e do seu planejamento para chegar à meta desejada.

Já tem um bom patrimônio acumulado e pode começar a viver de renda? Ótimo! Nesse caso, indicamos abrir uma conta na Warren e ter acesso aos melhores investimentos do mercado. Se preferir, deixe seus dados que um de nossos especialistas entra em contato com você.


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