Saindo da casa dos pais: o que você precisa saber para se preparar

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Redação Warren

Ah, sair da casa dos pais!

Aquele tão esperado momento com o qual tanta gente sonha. Um rito de passagem, um verdadeiro marco para qualquer jovem que sonha em ter o seu cantinho e viver com mais privacidade, autonomia e liberdade.

O que muita gente esquece, porém, é que junto com a independência vêm as responsabilidades — também conhecidas, entre outras coisas, como boletos.

É claro que ingressar na vida adulta tem, sim, o seu charme e seus pontos altos (há quem diga, inclusive, que paga seus boletos com um sorriso no rosto, pois são motivo de orgulho). Mesmo assim, a realidade pode não ser tão fácil quanto filmes e séries (ou até mesmo conhecidos da vida real) fazem parecer.

Antes de fazer as malas e partir para o seu voo solo, é essencial saber do que e do quanto você vai precisar para se bancar sozinho 

Afinal, ninguém quer ter que voltar para a casa dos pais logo depois de ter saído, certo? Muito menos se endividar.

Para evitar que isso aconteça e iniciar essa nova fase com mais tranquilidade e segurança, é preciso muito planejamento e organização.

Por isso, no artigo de hoje, trazemos os principais gastos de quem mora sozinho e algumas dicas para você se preparar para quando a sua hora chegar!

Vamos lá?

Aluguel: a maior e, provavelmente, mais inevitável despesa do seu orçamento

O aluguel é certamente o destino de boa parte do nosso dinheiro quando saímos da casa dos pais.

De acordo com o Índice FipeZap, indicador que acompanha o movimento do preço médio do aluguel residencial em 25 cidades brasileiras, o preço médio do aluguel em dezembro de 2021 estava em R$ 31,51/m².

Isso quer dizer que morar em um apartamento de 65m² e até dois dormitórios, considerado “padrão” no país, custaria pouco mais de R$ 2 mil por mês.

Sem contar outros dois valores que costumam vir de bônus na mensalidade da vida adulta:

  • O condomínio, taxa cobrada de todos os moradores do edifício para pagar custos comuns a todos, como manutenção, limpeza, energia elétrica e água (vale lembrar que serviços como portaria, salão de festas, jardinagem e academia geralmente encarecem o valor do condomínio); e
  • O Imposto Predial e Territorial Urbano, o famoso IPTU, que é de responsabilidade do proprietário do imóvel, mas costuma ser repassado ao inquilino. O cálculo do IPTU leva em conta fatores como o valor de mercado do imóvel, tamanho do terreno, a localização, a área construída e o tipo de acabamento.

É difícil dizer com precisão quanto vai custar o aluguel de quem está pensando em sair da casa dos pais. Os valores variam de acordo com a cidade, o bairro, o tamanho do imóvel, se ele é mobiliado ou não… 

Além disso, você pode optar por dividir a casa com alguém, o que ajuda a reduzir o gasto.

De qualquer forma, esse é um custo inescapável — a não ser que você tenha ou planeje financiar o seu próprio imóvel. Por isso, é essencial colocá-lo na conta na hora de se planejar.

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Contas, contas, contas…

Contas, boletos, faturas… Nome é o que não falta — e dinheiro é o que não pode faltar para o momento em que elas chegarem.

Nos dias de hoje, algumas são praticamente certas, como a conta de luz e os pacotes de internet e celular.

Outro boleto bastante provável é o do cartão de crédito, onde geralmente encontramos as parcelas daquelas compras mais caras (que às vezes parecem não ter fim), corridas de aplicativo e assinaturas das mais variadas: serviços de streaming, assinaturas de jornais e podcasts ou mensalidades da academia, por exemplo.

Quando moramos com nossos pais, a maioria desses valores não fica sob nossa responsabilidade — ainda mais se sua família é daquelas que briga pelo controle da TV nos finais de semana.

Mas todos esses são gastos que podem acabar pesando no bolso. Por isso, antes de sair de casa, é importante saber qual será o valor total dessas contas, para avaliar se você terá grana o suficiente para arcar com elas.

Caso seu orçamento esteja apertado, você pode:

  • Repensar essas despesas, entendendo quais fazem mais sentido para você e quais podem ser cortadas;
  • Tentar reduzir o valor das que você não pode ou não quer abrir mão (por exemplo: você pode trocar o pacote de dados do celular por um mais em conta ou dividir os serviços de streaming com amigos — ou com a sua própria família).
  • Procurar uma fonte de renda extra, trabalhando como freelancer nos finais de semana ou colocando suas habilidades em prática e produzindo algo que você possa vender, como doces e salgados, marmitas, bordados, fotografias…

E lembre-se: não tem nada de errado em aceitar ajuda. Se sua família pode ajudar você no início e você se sente confortável com isso, aproveite! Aos poucos as coisas vão se ajeitando e você vai se tornando cada vez mais independente.

Alimentação: dando adeus à comida dos pais e se virando sozinho na cozinha

Sabe aquela história de que a gente só dá valor quando perde? É mais ou menos isso que acontece com a deliciosa e imbatível comida de mãe (ou de pai, de avó, enfim — dos adultos que põem a comida na mesa).

Quando moramos sozinhos, sentimos falta não só dela, mas também da facilidade de não ter que se preocupar com comprar comida e cozinhar.

Além disso, a alimentação é outro fator indispensável que pode pesar no orçamento.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em janeiro de 2022, o valor médio da cesta básica no país variava entre R$ 713,86 (São Paulo) e R$ 507,82 (Aracaju).

Em geral, a cesta básica atende uma família de quatro pessoas, mas ela pode ser uma boa referência para o seu planejamento. Por exemplo: você pode verificar qual o preço médio dos itens que a compõem na sua cidade, pensar quais deles você usaria no seu dia a dia e fazer as contas.

Se você está acostumado a certos “luxos” na hora de ir ao mercado, talvez precise repensar seus hábitos. Ao menos de início, até você se adaptar à mudança e conseguir se organizar melhor.

E falando em organização, ela será sua melhor amiga na hora de ir ao mercado! Afinal, fazer compras para uma pessoa pode ser até mais difícil do que fazer compras para uma família inteira.

Especialmente quando falamos em frutas, legumes e verduras, que estragam mais rápido, é preciso ter cuidado para não exagerar e acabar desperdiçando não só os alimentos, mas também o seu dinheiro.

Vale lembrar que, morando sozinho, todas as tarefas domésticas ficam sob nossa responsabilidade, então às vezes a disposição para cozinhar nos abandona. Tudo bem se dar um mimo depois de um dia difícil, mas cuidado com o excesso de delivery! No fim do mês, a conta sempre chega.

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Faxina: a nova companhia dos finais de semana

Além de se tornar responsável por sua própria comida, ao morar sozinho você também vai precisar dar conta da casa como um todo.

Com isso, a faxina vai fazer parte da sua rotina, e os produtos de limpeza passarão a fazer parte do seu carrinho de compras.

No início, você pode até ficar meio zonzo olhando para a infinidade de produtos que lotam as prateleiras do supermercado, mas fique tranquilo, você não precisa de todos eles!

Para ajudar você manter a casa limpa e não gastar mais do que o necessário, elegemos os produtos que não podem faltar na sua despensa:

  • Sabão ou detergente líquido para lavar a louça;
  • Esponja;
  • Luva de borracha (para proteger a pele dos químicos de alguns produtos);
  • Água sanitária;
  • Desinfetante (geral e para banheiro);
  • Álcool;
  • Esponja de aço — o famoso bombril;
  • Vassoura e pá;
  • Balde;
  • Rodo ou esfregão;
  • Panos de chão (lembrando que camisetas velhas também cumprem bem essa função).

Se você quiser fazer uma faxina mais consciente ecologicamente (e economizar ainda mais financeiramente), pode adicionar vinagre e bicarbonato de sódio à sua lista. A mistura dos dois ingredientes pode ser usada para lavar roupas, limpar o sofá, vidros e até tirar mofo dos armários!

Apartamento vazio ou mobiliado?

Um dos maiores custos que envolvem o processo de sair da casa dos pais para morar sozinho é a mudança em si.

Nesse sentido, na hora de escolher sua nova casa, é importante refletir sobre o que faz mais sentido para você (e para o seu bolso): alugar um imóvel vazio, mobiliado ou semi-mobiliado.

Se você não quiser gastar com a compra de móveis e eletrodomésticos, um apartamento mobiliado pode ser uma boa opção, já que ele oferece toda a estrutura que você vai precisar no dia a dia. No entanto, justamente por isso, o aluguel pode ser um pouco mais caro.

Da mesma forma, um imóvel semi-mobiliado é uma alternativa interessante para baratear os custos, especialmente com despesas maiores, como os eletrodomésticos.

Mas se você faz questão de “montar o seu cantinho”, ter seus próprios móveis e organizar o apartamento da forma como você gostaria, é possível que queira locar um apartamento vazio, certo?

Nesse caso, a organização antes da mudança é ainda mais importante, pois logo de início você terá que arcar, no mínimo, com a compra de uma geladeira, um fogão e uma cama — e provavelmente, logo em seguida, uma máquina de lavar.

Veja algumas dicas de como economizar para mobiliar o seu apartamento:

  • Faça um chá de casa nova: peça ajuda a amigos e familiares, principalmente com os itens mais caros. Mas, é claro, toda ajuda é bem-vinda — afinal, você também vai precisar de talheres, louças e outros utensílios de cozinha.
  • Compre eletrodomésticos usados. Se estiverem em boas condições, eles podem durar tempo o suficiente para que você junte dinheiro para comprar novos.
  • Frequente brechós e lojas de antiguidades: além de economizar, você pode montar um apartamento super estiloso!

Por fim, antes de se mudar, tente juntar dinheiro por algum tempo. Assim, você não fica dependendo somente da sua renda mensal para dar conta de todos esses custos.

E feita a mudança, vá com calma! Não precisa comprar tudo de uma vez — afinal, você não quer começar essa nova etapa da sua vida se endividando, certo?

Lazer — afinal, nem só de pagar boletos vive um adulto!

Sim, a vida adulta é cheia de responsabilidades, faxinas e contas a pagar. Mas calma, ela não se resume a isso!

Na hora de organizar as finanças para essa nova fase, não esqueça do seu bem-estar! Sair com os amigos, jantar fora, viajar… Atividades como essas, que permitem a desconexão do trabalho e das tarefas domésticas, também fazem parte de uma rotina madura e saudável.

É possível que, em um primeiro momento, você precise abrir mão de certos lazeres. Como já explicamos, uma mudança pode ser pesada para o bolso, exigindo que você priorize esse movimento e deixe outras vontades em segundo plano, mesmo que temporariamente.

Mas é essencial que seu planejamento leve em consideração os gastos com aquilo que você gosta de fazer.

Seja uma ida ao cinema ou às compras, uma viagem no final de semana ou uma saída com os amigos: tente se organizar para que não falte dinheiro para as pequenas alegrias da vida!

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Sim, imprevistos acontecem. Esteja preparado!

Além da reserva de emergência, que é aquela rede de segurança que todos deveríamos ter para situações urgentes, como a perda de um emprego, por exemplo, é fundamental que nosso orçamento leve em conta os famosos (e indesejados) imprevistos.

Quando você menos espera, sua geladeira pode estragar, um cano pode estourar, você pode levar uma multa… O nome já diz tudo: são problemas que não podemos prever.

Mas uma coisa é certa: eles acontecem! Por isso, muitos educadores financeiros recomendam que se separe uma parte do orçamento mensal para imprevistos. Caso o valor não seja utilizado naquele mês, guarde esse dinheiro e aumente seu reforço para imprevistos futuros.

Vale lembrar também que, em apartamentos alugados, a manutenção geralmente fica a cargo do proprietário, mas para que eventuais problemas não acabem caindo no seu colo, é preciso ser bem exigente na vistoria, antes de entrar no apê.

Mãos à obra: 5 dicas para você se preparar para a sua mudança

Bom, agora que você já sabe quais são os principais custos ao sair da casa dos pais, reunimos 5 dicas para ajudar você a se preparar para esse momento.

Confira:

1. Pesquise e planeje-se

Assim como fazemos quando queremos comprar uma roupa ou um celular, pesquisar preços é uma das melhores formas para descobrir quanto dinheiro você vai precisar para se bancar sozinho.

Visite sites de imobiliárias e veja quanto estão os aluguéis da região em que você pensa em morar. Se estiverem muito caros, considere outros bairros.

Quanto aos gastos com mercado e contas, é possível fazer um “test-drive” mesmo que você ainda esteja morando com seus pais: experimente comprar a sua própria comida e pagar alguns boletos

Assim, você vai tendo uma noção melhor do quanto vai precisar gastar mensalmente.

2. Junte dinheiro por algum tempo antes de se mudar

Como já mencionamos, para além da nova rotina de aluguel, contas e supermercado, a mudança em si pode pesar no orçamento.

Assim, para não correr o risco de precisar gastar muito mais do que você tem, é interessante juntar dinheiro antes de se mudar.

Você pode estabelecer metas, como poupar para pagar o primeiro aluguel, comprar uma geladeira ou pagar o frete.

Se poupar não é o seu forte, este passo a passo para começar a economizar pode ajudar.

3. Cogite dividir o apartamento

Morar sozinho, de modo geral, é caro.

Nem todo mundo gosta da ideia de compartilhar a casa, mas se essa é a sua primeira vez, ou se você ainda está na faculdade ou em início de carreira, vale a pena refletir sobre essa possibilidade.

Além de dividir o valor do aluguel e das contas de luz e internet, você e seus colegas de casa também podem dividir as compras do mercado, reduzindo bastante o seu gasto mensal.

Sem falar na divisão das tarefas domésticas, o que ajuda a aliviar a rotina, e o fato de que você terá uma companhia quando chegar em casa!

4. Faça a sua própria comida

Chegou a hora de falar dela, a marmita!

Boa parte dos adultos que buscam economizar com comida são adeptos dela: ao invés de comer fora todos os dias (ou em boa parte deles), eles cozinham a comida da semana e guardam em pequenos potinhos no congelador.

Assim, você não precisa cozinhar todo dia, e pode desfrutar plenamente da sua hora de almoço degustando a deliciosa comida que você mesmo fez.

É claro que um ou outro almoço fora com os amigos ou colegas de trabalho está liberado. Nossa dica é simplesmente cuidar com os excessos. Cozinhando em casa, você pode ter uma alimentação mais saudável e ainda por cima gastar menos!

Muito melhor, certo?

Ah, e se você seguir morando perto dos seus pais, aproveite para fazer visitas estratégicas na hora do almoço! Provavelmente, você vai sair de lá muito bem alimentado e, quem sabe, com um potinho de feijão para levar.

5. Organize-se

Sabe aquela máxima “antes tarde do que nunca”? Quando o assunto é organização financeira, ela cai como uma luva.

Se você não tem o costume de controlar as suas finanças, nossa dica é: comece! Confiar na memória nem sempre funciona — você pode facilmente se perder nas suas despesas e ver seu dinheiro acabar antes do esperado.

Separe um tempo para entender exatamente qual é a sua renda mensal e o quanto você costuma gastar. Lembre-se: vale-alimentação e vale-refeição também é dinheiro!

Com base nisso, no final de cada mês, tente prever quais serão os gastos do mês seguinte e estabeleça limites semanais ou de acordo com o tipo de despesa. Dentro dessas metas, você também pode inserir o objetivo “Poupar para sair de casa”, e ir economizando um pouco de dinheiro todos os meses até a sua mudança!

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