Cada vez mais, investir na China deixa de ser uma modalidade exclusiva para grandes players e torna-se uma opção bastante interessante para quem busca diversificar a carteira.
Nas últimas décadas, o gigante asiático investiu pesado nas exportações de tecnologia e vem apresentando dados surpreendentes de crescimento e desenvolvimento econômico.
A China é hoje a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos EUA. Muitos especialistas estimam que a potência pode desbancar a hegemonia americana nos próximos anos.
A boa notícia é que não é preciso sair do Brasil para investir na China.
Através de fundos de investimento, BDRs, ETFs e até empresas nacionais, qualquer investidor pode apostar no mercado asiático.
Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre as modalidades de investimento na China e por que elas são atraentes.
Confira!
Indice
Não faz muito tempo que a China era vista mundialmente como uma exportadora de produtos manufaturados de baixa qualidade.
De fato, criou-se um estereótipo bastante negativo sobre os produtos “made in China”, considerados imitações inferiores de bens americanos, europeus ou japoneses.
No entanto, os amplos investimentos chineses em infraestrutura, ciência e produtividade nos últimos anos fizeram a economia do país decolar e chegar ao pódio dos exportadores globais.
Este processo veio acompanhado de fortes estímulos monetários e fiscais, uma rápida abertura econômica e crescente participação no comércio internacional.
Como resultado, a China abriga hoje algumas das maiores empresas do planeta, e sua demanda elevada por insumos sustentou boa parte do comércio global durante a pandemia.
Podemos listar alguns motivos que justificam o crescente interesse dos investidores pela China:
Uma das características mais marcantes da indústria chinesa é a sua altíssima capacidade de escala, isto é, de elevar continuamente seu nível de produção sem perda de qualidade.
A China alcançou este grande potencial de escalonamento através de fortes estímulos ao investimento em infraestrutura, qualificação da mão de obra e atração de fábricas de multinacionais.
Além disso, o país se beneficia de seus fatores geográficos, como o vasto território e a imensa massa de trabalhadores, para explorar o potencial produtivo e também de consumo.
Não é novidade que a China possui a maior população do planeta — 1,41 bilhão de habitantes, segundo o censo mais recente do governo chinês.
Este número de habitantes é assombroso e torna a China um mercado consumidor muito lucrativo para empresas de todos os setores.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB per capita do país seja em torno de US$ 18,9 mil, considerando a paridade do poder de compra.
Para alguns analistas, o mercado interno deve ser o motor do crescimento chinês nas próximas décadas, após o “milagre” da expansão sustentada pelas exportações.
É verdade que a taxa de crescimento populacional chinês está desacelerando — a população cresceu a uma média de 0,53% ao ano na última década, abaixo dos 1% por ano registrados pela Índia, por exemplo.
Numa tentativa de reverter esta tendência, o governo chinês vem tomando medidas como a suspensão da política do filho único, que vigorou por mais de 30 anos no país.
Em 2016, o governo da China expandiu o limite e autorizou os casais a terem dois filhos. Mais recentemente, em 2021, a regra mudou para permitir até três filhos por casal.
Nas últimas décadas, os produtos de tecnologia da China deixaram de ser uma “segunda opção” de baixo custo e conquistaram espaço entre os mais consumidos no mundo.
O mercado chinês hoje conta com concorrentes das maiores redes sociais americanas, além de ser um forte player no setor bélico e pioneiro na tecnologia de internet móvel 5G.
Vale destacar também que os laboratórios chineses estiveram entre os primeiros no mundo a produzir vacinas contra a Covid-19.
Em 2019, a China lançou a STAR, uma bolsa de valores com foco em tecnologia nos moldes da americana Nasdaq.
Desde o final da década de 1990, a atividade de Venture Capital, isto é, o investimento em startups e iniciativas de negócios em estágio inicial, disparou na China.
Atualmente, o mercado chinês é responsável por cerca de 40% dos investimentos de venture capital no mundo, pouco atrás do Vale do Silício, que detém a fatia de 44%.
Assim como nos EUA, os principais investidores de venture capital da China são grupos e conglomerados de empresas que investem em setores como tecnologia, varejo, e-commerce, mídia e entretenimento.
Este segmento conta com players gigantes como Alibaba, Baidu, Sequoia Capital, China Renaissance e até empresas estatais, como o Banco Agrícola da China.
As empresas investidas por estes grupos recebem não apenas o capital para crescimento, mas a oportunidade de incorporação ao amplo ecossistema de inovação mantido pelos investidores.
Em 2020, mesmo em meio à grave crise do novo coronavírus, o PIB chinês cresceu 2,3% e chegou a US$ 15,66 trilhões.
O dado surpreende diante do tombo das maiores economias do planeta. Para comparação, o PIB dos EUA caiu 2,3% e totalizou US$ 20,93 trilhões no mesmo ano.
Entre os especialistas do mercado financeiro, crescem as apostas de que a China pode desbancar a liderança dos EUA e alcançar o pódio de maior economia global ainda nesta década.
Segundo o Banco Mundial, a China já é o maior exportador de bens e serviços do mundo desde 2009, com os Estados Unidos ocupando consistentemente o segundo lugar.
Já os EUA ainda mantêm o posto de maior importador do mundo, deixando a China numa acirrada vice-liderança.
Por outro lado, a China se consolidou nos últimos anos como o maior parceiro comercial de um grande número de países emergentes — em grande parte, devido à política econômica protecionista adotada pelos EUA durante o governo de Donald Trump.
A lista inclui o Brasil, que tem no gigante asiático seu maior comprador de minério de ferro, celulose, soja e mais uma série de commodities exportadas pelo agronegócio.
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Como mencionamos no início do artigo, é possível investir na China sem a necessidade de abrir conta em uma corretora internacional ou sediada no país asiático.
Existe uma ampla variedade de opções para investidores brasileiros que desejam aplicar seu dinheiro em ativos da China, mesmo operando no mercado doméstico.
Vamos listar, a seguir, algumas das modalidades mais populares no Brasil:
Existem opções de fundos de investimento no Brasil que aplicam a boa parte dos recursos em ações de empresas chinesas.
Um exemplo é o fundo Warren Global Factors, que tem significativa exposição a esse mercado.
No Warren Global Factors, nossos gestores utilizam uma abordagem de multifatores para investir em ações nos mercados americano, europeu e asiático, buscando rendimentos acima do índice MSCI World, com exposição cambial.
Ou seja: trata-se de uma excelente oportunidade de investimento para investidores de longo prazo e de perfil arrojado, que desejam diversificar o patrimônio e explorar o mercado global.
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Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são uma espécie de ativo negociado na bolsa brasileira com lastro em ações de empresas estrangeiras.
Ao adquirir um BDR, o investidor não torna-se acionista direto da companhia estrangeira, mas dono de um título que rastreia o desempenho da ação nas bolsas globais.
A B3 oferece hoje uma carteira bastante diversa de BDRs de empresas chinesas. Entre os mais conhecidos estão:
O grupo chinês Alibaba está entre os líderes em varejo, e-commerce, inteligência artificial, entretenimento, venture capital e investimentos do planeta.
Atualmente, o Alibaba é sócio-proprietário dos maiores marketplaces do mundo nas modalidades B2B (business to business), B2C (business to costumer) e C2C (costumer to costumer).
Em 2014, o IPO do grupo Alibaba levantou o valor estratosférico de US$ 25 bilhões na NYSE, mantendo o recorde de estreia mais lucrativa da história até a oferta inicial da petrolífera saudita Saudi Aramco, que levantou US$ 25,6 bilhões em 2019.
Além disso, o Alibaba mantém o recorde global de mais vendas no varejo online e offline em um único dia, arrecadando US$ 30 bilhões no feriado chinês do Dia dos Solteiros em 2018.
O Baidu é uma multinacional chinesa com foco em serviços digitais e uma das maiores companhias de inteligência artificial do mundo.
Muitas vezes citado como o “Google da China”, o Baidu figura entre os líderes no mercado chinês em serviços como busca online, computação e armazenamento em nuvem e geolocalização.
O Baidu Search Engine é o serviço de busca mais utilizado na China, o segundo mais usado no planeta e o quarto site global em número de acessos.
O grupo realiza investimentos pesados em desenvolvimento de carros autônomos, deep learning, reconhecimento de direitos autorais e até aplicações da indústria de saúde contra a Covid-19.
A China Petroleum & Chemical Corporation, também conhecida como Sinopec, é uma gigante semi-estatal chinesa dos setores de petróleo e gás natural.
A Sinopec pertence ao grupo chinês Sinopec Group, o maior conglomerado do planeta dos segmentos de gás, petróleo e petroquímicos.
O grupo possui operações nos ramos de extração, refino, transporte e venda de petróleo e gás natural, além de biocombustíveis, petroquímicos e etanol.
A JD.com, também chamada de Jingdong, é uma gigante do e-commerce chinês e uma das principais concorrentes do grupo Alibaba no segmento de B2C.
Assim como o Alibaba, a JD.com destina altos volumes de investimento ao desenvolvimento de inteligência artificial e serviços digitais de marketplace e big data.
O grande diferencial da JD.com é o foco em serviços automatizados de entrega.
A empresa possui a maior rede de delivery e infraestrutura de drones do mundo, é pioneira no desenvolvimento de caminhões autônomos e está investindo na construção de “aeroportos de drones” na China.
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Mencionamos no tópico anterior que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e lidera as importações de uma ampla variedade de commodities brasileiras.
Desta forma, investir em empresas brasileiras que negociam com a China é uma forma de se expor ao crescimento econômico do país asiático.
Algumas das empresas com maior destaque nas relações comerciais Brasil-China são:
Investir em ETFs (Exchange Traded Funds), também chamados de fundos de índice, é uma maneira de aumentar a exposição ao crescimento de uma série de ativos.
A maioria dos ETFs rastreia um índice no mercado nacional ou internacional e simula o desempenho dos ativos acompanhados por ele.
No Brasil, existem algumas opções de ETFs vinculados a índices chineses:
O XINA11 foi o primeiro ETF do Brasil com foco em ações chinesas.
Ele acompanha o índice iShares MSCI China, da gestora BlackRock, composto por empresas chinesas de grande e médio porte que são negociadas no mercado global.
Além do Alibaba Group, as outras principais empresas do XINA11 são a Tencent, dona do aplicativo WeChat, e a Meiyuan, frequentemente citada como a “Amazon dos serviços na China”.
Assim como o XINA11, o BCHI39 é uma espécie de fundo que rastreia e busca replicar o iShares MSCI China, pagando dividendos aos investidores.
A principal diferença é que o BCHI39 não é classificado tecnicamente como ETF, e sim como um BDR. Nesse caso, ele representa um ativo lastreado no MCHI nos EUA.
Um critério importante distingue o BCHI39 do XINA11: a tributação de dividendos.
No Brasil, por lei, os dividendos são isentos do Imposto de Renda para acionistas e cotistas de fundos.
Contudo, como o BCHI39 é um BDR, ele é tributado nos EUA, onde existe uma cobrança de 30% sobre os dividendos.
Além disso, o valor é taxado em 0,38% de IOF e 3% pela tarifa do Banco B3, que é a instituição depositária.
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Diante do crescimento sólido da economia e boas perspectivas de retorno, investir na China vem se tornando cada vez mais popular não só no Brasil, como em todo o mundo.
Para investidores que buscam mais diversidade no portfólio e querem exposição à segunda maior economia do planeta, a China é uma alternativa viável e cada vez mais acessível.
Em resumo, a China já vem se consolidando como superpotência no século XXI, e a abertura do mercado chinês ao mundo representa uma oportunidade para investidores à procura de novas opções de ativos.
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