Agronegócio: conheça algumas formas de investir no setor via mercado de capitais  

O setor do agronegócio no Brasil mostra resiliência, apesar de ser um setor sensível a fatores internos e externos. A busca por novos mercados, a diversificação da produção e a tecnologia agregada fazem com que ele se mantenha sólido e relevante ao longo do tempo.

Em 2024, o agro foi um dos grandes motores da economia brasileira, movimentando R$ 2,7 trilhões. Empregando mais de 28 milhões de pessoas e com exportações que ultrapassam US$ 153 bilhões (48,9% de todas as exportações do país), é responsável por 20% do PIB nacional.

É essa relevância que faz com que investir no agro via mercado de capitais seja tão interessante. Você tem a chance de expor seu portfólio a um dos motores da economia, com potencial de retorno atrelado ao desempenho de um setor que se adapta e cresce constantemente.

Mas quais são as formas de investir em agro? Neste artigo, você vai conhecer as principais e poder descobrir quais opções fazem mais sentido para a sua estratégia de investimentos.

Por que investir em agro através do mercado de capitais?

Talvez você já saiba, mas existe uma uma diferença fundamental entre investir diretamente no agronegócio e investir no setor por meio do mercado de capitais. A principal diferença é o nível de envolvimento e o tipo de ativo.

O investimento direto envolve a participação ativa nas atividades produtivas, como compra de terras, financiamento de safras ou participação societária em um empreendimento do setor.

Essa modalidade exige um alto capital inicial, conhecimento técnico aprofundado do setor (solo, clima, insumos, gestão, etc.) e aceitação de riscos como variações climáticas e oscilações nos preços das commodities. O retorno financeiro pode ser alto, mas depende diretamente do sucesso da operação e, em muitos casos, tem baixa liquidez.

Já o investimento via mercado de capitais é uma forma de investir no setor que o torna acessível a um número muito maior de pessoas. Uma maneira de se expor ao setor de forma indireta e diversificada, com um nível de envolvimento muito menor.

As principais vantagens dessa abordagem são a liquidez, a possibilidade de investir com pouco dinheiro e a diversificação automática.

Quais são as formas de investir no agronegócio via mercado de capitais?



São diversos os tipos de agroinvestimentos disponíveis pelo mercado de capitais. Abaixo, detalhamos alguns deles.

Ações de empresas do agro



Uma das formas mais conhecidas de investir no agronegócio é através da compra de ativos diretamente na bolsa. Lá você encontra algumas das principais empresas produtoras, exportadoras ou de insumos do país, como Brasil Agro (AGRO3), Boa Safra (SOJA3), Kepler Weber (KEPL3), JBS (JBSS3), Raízen (RAIZ4), SLC Agrícola (SLCE3) e São Martinho (SMTO3).

Por se tratar de um investimento de renda variável, é importante ter aptidão maior ao risco. Se você for investir por conta própria, conhecer a história da empresa e potencial de crescimento, além de interpretar indicadores como margem de lucro, Ebtida e endividamento ajudará você a fazer as melhores escolhas.

CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)



Os CRAs são títulos de renda fixa que funcionam como uma forma de empréstimo. Ao investir em um CRA, você está financiando empresas do setor, já que o dinheiro arrecadado é usado para impulsionar a cadeia produtiva do agro. É uma maneira de ter uma exposição direta a esse mercado, com a previsibilidade e segurança de um investimento em renda fixa.

Emitidos por securitizadoras e distribuídos por bancos e corretoras, os CRAs oferecem diferentes opções de rentabilidade e prazo, podendo ser prefixados, pós-fixados ou híbridos.

Neste tipo de ativo, o investidor está exposto ao risco de inadimplência da empresa agrícola. Por conta desse risco maior, geralmente os CRAs oferecem retornos mais altos.

Este é um investimento isento de imposto de renda.

Fundos de investimentos



Os fundos de investimento podem oferecer uma boa diversificação e são uma forma prática de investir. Há opções de renda variável, que investem em empresas do agro listadas na bolsa – como produtoras de alimentos ou de insumos agrícolas.

Já os fundos multimercado podem alocar capital em diferentes ativos do setor, como ações e títulos de crédito.

Por fim, os fundos de renda fixa ou de crédito privado investem em dívidas de empresas do agronegócio, como os CRAs, proporcionando um retorno atrelado ao setor com a segurança da renda fixa.

FIIAgro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio)



Inspirado no sucesso dos FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários), o FIIAgro surge como uma das opções mais promissoras para quem busca uma exposição facilitada e diversificada ao agronegócio.

Ele funciona como uma ponte entre o investidor e o setor do agronegócio. Em vez de comprar terras ou financiar uma safra diretamente, você compra uma cota do fundo, que é negociada na bolsa de valores (B3), assim como uma ação.

Para que você possa se familiarizar com este tipo de investimento e estar atento às boas oportunidades que irão surgir, vamos detalhar o funcionamento e as vantagens de um FIIAgro.



Como funciona



1. Captação de Recursos


O FIIAgro é criado por uma gestora que emite e vende cotas para o público. Com o dinheiro arrecadado, o fundo forma um patrimônio para investir exclusivamente em ativos do agronegócio.

2. Gestão profissional

O dinheiro dos investidores é administrado por gestores profissionais. A equipe de gestão é responsável por analisar o mercado e decidir em quais ativos o fundo vai investir. As principais opções são:

Imóveis Rurais: comprar e arrendar fazendas, terras agrícolas e outros imóveis rurais para gerar renda com aluguel.

Títulos de Crédito: adquirir títulos como os CRAs, que são usados para financiar as atividades do setor e pagam juros ao fundo.

Participações Societárias: investir em empresas do agronegócio, se tornando sócio de negócios da cadeia produtiva.

3. Distribuição dos Rendimentos

Com os resultados dos investimentos (como os aluguéis das terras ou os juros dos CRAs), o FIIAgro distribui os lucros para seus cotistas. A maioria dos fundos faz essa distribuição de forma periódica – geralmente, ocorre todos os meses.

Principais vantagens


Facilidade de acesso e diversificação:
permite que qualquer pessoa invista em grandes empreendimentos do agronegócio, como fazendas e grandes operações agrícolas, com um valor inicial acessível. Isso garante diversificação, já que você se expõe a uma cesta de ativos do setor em vez de um único ativo.

Renda recorrente e isenção fiscal: muitos FIIAgros distribuem rendimentos mensais, que vêm de aluguéis de terras ou juros de títulos. Essa renda é isenta de Imposto de Renda para a pessoa física, o que aumenta o retorno líquido do seu investimento.

Gestão qualificada: você não precisa ser um especialista em agronegócio. O fundo é gerido por profissionais que analisam o mercado, selecionam os ativos e administram o patrimônio, buscando as melhores oportunidades para o investidor.

Liquidez: ao contrário de comprar uma propriedade rural, as cotas do FIIAgro são negociadas em bolsa. Isso significa que é muito mais fácil e rápido comprar ou vender sua participação, o que garante mais liquidez ao investimento.

Conclusão



O agronegócio é, sem dúvida, um dos principais motores do Brasil, um setor resiliente e que oferece diversas oportunidades para o investidor. Como vimos, o mercado de capitais abriu as portas para que você possa se expor a essa força da economia, seja através de ações de empresas, CRAs, ou fundos de investimento.

No entanto, dentre as opções disponíveis, os FIIAgros se destacam como uma das formas mais completas, eficientes e inovadoras de expor seu patrimônio ao agro.

Esse tipo de investimento combina o potencial de retorno do agronegócio com a acessibilidade, a diversificação e a gestão profissional que os investidores precisam.

Além disso, oferecem a vantagem da renda recorrente e isenta de impostos, transformando o que antes era um investimento complexo e de difícil acesso em algo prático e promissor.

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