Fundado em 1808, o Banco do Brasil (BBAS3) foi a primeira instituição bancária do país e a primeira companhia brasileira listada em bolsa, em 1906. Atualmente, além da área bancária, atua nos segmentos de investimentos, gestão de recursos, seguros, previdência, capitalização e meios de pagamento.
Desde 2006, a sociedade de economia mista, controlada pela União, que detém 50% da participação, é listada no Novo Mercado, com 49,6% das ações em free float (0,4% em tesouraria).
Neste artigo, vamos explicar como o Banco do Brasil ganha dinheiro, detalhando o que você precisa saber antes de investir nas ações da empresa.
Indice
Para começar, vamos analisar as fontes de receita do Banco do Brasil:
Como instituição financeira, a maior parte da receita do Banco do Brasil advém da intermediação financeira — de 2014 a 2021, a participação desse segmento na receita total foi de cerca de 80%.
São as atividades de captação e aplicação de recursos, especialmente de operações de crédito, que contemplam empréstimos, títulos e financiamentos.
A receita também é oriunda de operações com títulos e valores mobiliários, arrendamento mercantil, câmbio, aplicações compulsórias, venda e transferência de ativos financeiros.
Como essas operações implicam em riscos ao Banco do Brasil, a atividade é remunerada pela diferença entre a taxa de captação e a taxa das aplicações realizadas pelo banco (spread bancário).
De 2014 a 2021, a participação do segmento de prestação de serviços na receita total foi de cerca de 9%.
Pode-se subdividi-lo em:
Por fim, o banco gera receita a partir da cobrança de tarifas bancárias de serviços, por exemplo, no fornecimento de segunda via de cartões, saques, transferências por meio de TEDs, DOCs e anuidade do cartão de crédito.
De 2014 a 2021, a participação desse segmento na receita total foi de cerca de 5%.
No entanto, essa fonte de receita vem se tornando cada vez mais escassa.
Um dos fatores responsáveis por isso é a disseminação das transações via Pix no Brasil, isentas de taxas, sem limitações de horário e instantâneas, sendo preferidas por muitos correntistas em detrimento de TEDs e DOCs.
Além disso, a expansão dos bancos digitais, com políticas de tarifa zero para a maior parte dos serviços bancários, também levou à queda das receitas de serviços – não pela redução das tarifas dos grandes bancos em resposta, o que não ocorreu, mas pela preferência do consumidor por serviços isentos das tradicionais cobranças.
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Agora que você já sabe como o Banco do Brasil ganha dinheiro, vamos entender quais são os principais indicadores para analisar a empresa, utilizando os princípios da análise fundamentalista.
O indicador Preço/Lucro avalia o valor de uma empresa em relação ao seu lucro por ação, dado pelo lucro reportado dividido pelo número de ações.
Uma alta relação de Preço/Lucro pode significar que as ações de uma empresa estão supervalorizadas ou então que os investidores esperam altas taxas de crescimento no futuro.
Quando o indicador está mais baixo, há indícios de que o papel está descontado, ou “barato”.
Não se deve, de todo modo, utilizar o múltiplo isoladamente sem entender o que o justifica, já que é possível que seja afetado por efeitos não recorrentes.
O indicador Preço sobre valor patrimonial (P/VP) é dado pela divisão do valor de mercado da companhia pelo seu patrimônio líquido.
Se inferior a 1, há indicação de que a empresa está sendo negociada por um valor relativamente baixo, podendo ser um indício de que há tendência de valorização.
Por outro lado, também pode ser uma evidência de que o mercado enxerga alguma adversidade em relação ao ativo.
Sendo assim, também se deve buscar os fatores que levam ao múltiplo.
Na mesma linha, se o P/VP for alto, há indicação de que a companhia é valorizada.
Deve-se levar em conta, porém, que, por já ser atribuído alto valor, há menos potencial de valorização.
Além disso, podem haver distorções relevantes nos ativos intangíveis da companhia, como os direitos autorais e patentes, que compõem o patrimônio líquido da companhia, a depender do modelo de negócios e do porte da empresa.
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O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) é dado pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido dos acionistas.
Demonstra, portanto, se a companhia está se utilizando dos bens que detém de forma eficiente na geração de lucro, já que o patrimônio de uma empresa serve justamente para esse fim.
Dessa forma, quanto maior for o indicador, a princípio, melhor é a gestão do patrimônio.
Não se deve descartar, porém, que um ROE exageradamente alto pode representar riscos.
Isso porque o ROE pode estar enganosamente inflado devido ao reporte recorrente de prejuízos, já que são registrados na parte de patrimônio líquido do balanço patrimonial, ou pelo endividamento alto da empresa, à medida que o patrimônio líquido é igual aos ativos menos a dívida.
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Dividend Yield (DY), ou rendimento de dividendos, é uma estimativa do retorno de um investimento em ações apenas a partir do pagamento de dividendos, sendo uma métrica importante para a análise de companhias maduras, mais focadas na distribuição de lucros do que no crescimento.
Esse múltiplo é dado pela divisão entre o dividendo pago por ação e o preço da ação.
Sendo assim, com a queda do preço de uma ação, supondo a estabilidade do dividendo anual, o DY aumentará.
É recomendável avaliar o período amostral adequado para o cálculo do DY antes de fazê-lo (anual ou bimestral, por exemplo), para evitar que o pagamento de dividendos em montante “fora da curva” influencie o resultado.
Nesse sentido, também é importante analisar a proporção dos dividendos pagos em relação ao lucro da companhia (Dividend Payout), que pode, inclusive, ser superior a 100%.
Se essa proporção for muito elevada de forma recorrente, pode-se esperar, a longo prazo, que se torne insustentável e seja reduzida, o que difere de uma proporção crescente, que pode indicar que o negócio está se tornando maduro.
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Confira, abaixo, os gráficos que o time de Análise preparou para entender o desempenho do Banco do Brasil.
Os dados são atualizados a cada mês:
Atualmente, a equipe de análise da Warren tem recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil.
Você pode conferir mais detalhes sobre a nossa opinião em artigo que publicamos recentemente aqui na Magazine: Vale a pena investir nas ações do Banco do Brasil?
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O primeiro passo para investir em Banco do Brasil (BBAS3) é conhecer o seu perfil de investidor, possibilitando entender se o investimento condiz com o seu apetite de risco.
Isso pode ser feito rapidamente respondendo a algumas perguntas que simulam situações de mercados ao criar sua conta na Warren.
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