Entrei no mercado financeiro em 2007. Na época, eu tinha 19 anos e cursava Comércio Exterior na faculdade. Em menos de um ano atuando no segmento, o mercado financeiro já havia ganhado meu coração. Não desisti do curso de Comércio Exterior, mas a minha dedicação fora da faculdade se voltou à nova área. Tudo que aprendi e sei hoje veio da prática e das certificações que eu ia me propondo a fazer.
Ao longo da minha jornada, conheci muitas pessoas e clientes que me permitiram viver experiências enriquecedoras. Também fui percebendo algumas situações que de fato me encaminharam ao destino de me tornar uma planejadora financeira.
Em 2015, eu me tornei mamãe. Também neste ano decidi fazer algumas mudanças profissionais, pois queria uma visão diferente da que eu tinha até então como funcionária de banco. Me juntei a um escritório de investimentos onde quatro profissionais tinham a certificação CFP (Certified Financial Planner) e de fato usavam todas as ferramentas de um planejamento com seus clientes.
Em um certo dia, um dos profissionais desse escritório estava tendo uma reunião com o seu cliente para lhe mostrar que o planejamento que eles haviam feito há alguns anos atrás tinha dado certo e que a partir daquele momento o trabalho dele passava a ser opcional.
A emoção do cliente me fez refletir, reafirmando em mim a ideia de que todas as pessoas mereciam ter essa experiência de uma vida financeira planejada.
Então comecei, na prática, a conduzir os meus clientes a um planejamento completo em suas finanças. Uma das histórias que mais me marcou foi a de uma cliente de 27 anos, filha única e com um patrimônio imobiliário considerável que havia herdado pelos pais. Ela tinha uma renda legal, mas vivia como se não houvesse amanhã, porque de fato não havia com o que se preocupar.
A pedido da sua mãe, fui conversar com ela para fazer seu planejamento e entender quais eram seus projetos de vida. E foi então que ela comentou que queria ter a opção de trabalhar meio período dali 10 anos, mas que não tinha noção se isso era possível. Fizemos a conta do quanto ela precisaria para aquela conquista e, desde então, ela investe rigorosamente todos os meses o valor necessário para chegar lá.
Quando eu saí deste encontro, tinha tido mais uma percepção importante. Mesmo que já tenham um patrimônio acumulado, as pessoas precisam ter objetivos para dar sentido à sua vida financeira, para entender por que guardam dinheiro.
Nessa caminhada eu também conheci pessoas que tinham bons ganhos anuais, mas que não conseguiam sequer chegar à etapa de poupar dinheiro. Do outro lado, também conheci quem vive com salários muito baixos, mas que aplica muito planejamento em suas contas, montando reservas financeiras interessantes para o seu padrão.
Isso tudo me mostrou que o dinheiro e a nossa relação com ele não se resumem só à quantidade, mas sim ao comportamento que assumimos.
Com lições como essa em minha carreira, busquei efetivamente a certificação de planejadora financeira pela Planejar e me tornei a primeira mulher planejadora CFP na minha cidade, Jaraguá do Sul, e a 7ª a conquistar a certificação no estado de Santa Catarina.
Para quem ainda luta para encaixar o planejamento financeiro em sua vida, deixo uma frase clássica que, independentemente do seu patrimônio, deve ser seguida à risca: “quem planeja tem futuro, quem não planeja tem destino”.