O futuro da economia brasileira: planejamento, responsabilidade e desafios  

No primeiro episódio do Warren Política, o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, conversou com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sobre o cenário econômico, os desafios fiscais, o papel do planejamento de longo prazo no desenvolvimento do país e os cenários político-eleitorais.

Gravado em Brasília, no gabinete do ministério, o diálogo trouxe reflexões sobre o presente e o futuro da economia brasileira — com destaque para a importância da responsabilidade fiscal, a redução das desigualdades e a construção de uma agenda sustentável para o crescimento.

O Brasil que podemos ser

Um dos pontos centrais da conversa foi o anúncio do plano de desenvolvimento de longo prazo que vem sendo elaborado pelo Ministério do Planejamento.

Segundo a ministra, o documento deve apresentar metas e projeções para os próximos 25 anos, abordando desde produtividade e educação até sustentabilidade e segurança pública.

“O Brasil nunca teve um plano nacional de longo prazo construído de forma participativa. Agora temos um projeto que envolve universidades, estados, ministérios e representantes da sociedade civil. Queremos definir que Brasil queremos, e o que podemos ser”, explicou Tebet.

O plano inclui metas ambiciosas, como dobrar o PIB per capita e universalizar o ensino médio, reforçando o papel do planejamento como ferramenta de previsibilidade e estabilidade econômica.

Responsabilidade fiscal e justiça tributária

Tebet também destacou a importância da disciplina fiscal e do equilíbrio entre arrecadação e gasto público.
Para ela, justiça social e responsabilidade fiscal não são ideias opostas, mas complementares:

“Não existe justiça social sem responsabilidade fiscal. Uma dívida pública descontrolada impede investimentos, eleva os juros e gera inflação. É um ciclo que precisamos romper com planejamento e eficiência”, afirmou.

A ministra reforçou que não há planos de alterar a meta de inflação, defendendo que o Brasil deve manter sua credibilidade e disciplina para atingir a estabilidade de preços.
Também ressaltou a necessidade de revisão de gastos e de uma tributação mais justa, incluindo fintechs e setores que ainda têm baixa contribuição relativa.

Polarização política e o papel da democracia

Ao falar sobre o cenário político e as perspectivas para 2026, Simone Tebet defendeu a continuidade do projeto democrático e o combate à polarização que ainda marca o país:

“O projeto do fim da polarização ainda não acabou. Precisamos varrer do cenário nacional os extremos para que o Brasil possa avançar. A democracia exige coragem para o contraditório e responsabilidade no diálogo”, destacou.

Tebet reconheceu que tem diferenças em relação à equipe econômica, mas reforçou o respeito ao presidente Lula e à pluralidade dentro do governo. Segundo ela, o presidente “é um democrata que valoriza o contraditório”.

Desafios da segurança e da coesão nacional

Nos minutos finais, a ministra comentou sobre os recentes episódios de violência e a discussão sobre segurança pública no Congresso.
Ela defendeu a atuação coordenada entre União e estados, enfatizando que o combate ao crime organizado exige inteligência, integração e coragem.

“Segurança pública é um problema endêmico, que exige um projeto de país. O governo não vai se furtar de ajudar as forças de segurança a combater o crime organizado”, afirmou.

Conclusão

O episódio inaugural do Warren Política trouxe uma conversa profunda sobre o Brasil de hoje e o país que pode emergir a partir de uma visão estratégica de longo prazo.
Entre ajustes fiscais, responsabilidade e crescimento sustentável, a mensagem é clara: o desenvolvimento começa com planejamento — e depende de confiança.

Assista ao episódio completo no canal da Warren no YouTube e acompanhe os próximos convidados que ajudarão a entender o futuro político e econômico do Brasil.