Já conversamos nesta coluna sobre a importância de não ser mão de vaca e sobre a dificuldade de fazer boas escolhas de consumo.
A missão deste texto é compartilhar um checklist com cinco critérios para gastar dinheiro com responsabilidade, sem peso na consciência e sem abrir mão de alguns mimos e comprinhas que tornam a nossa vida mais feliz.
Sempre que ficar na dúvida sobre um possível gasto, basta aplicar esse checklist para tomar a decisão. Caso a resposta seja “sim” em todos os critérios, pode gastar o seu dinheiro sem preocupações!
Vamos à lista?
Indice
Essa pergunta parece óbvia, mas revela um problema de longa data na cultura brasileira de gestão financeira: costumamos entender o orçamento apenas como o registro (geralmente, em uma planilha), de todos os gastos que aconteceram durante o mês.
Chamo esse método de gestão do leite derramado, afinal, se todos os gastos já aconteceram, os problemas só são detectados depois de terem ocorrido e a análise desses dados não permite que decisões ruins sejam evitadas.
O orçamento deve ser um planejamento, definindo as verbas que teremos para gastar em cada área da nossa vida. Por exemplo: você estipula no orçamento o uso de R$ 400 para o lazer e acompanha ao longo do mês para saber quanto ainda pode gastar.
Dessa forma, é bem mais simples avaliar se o desejo pela blusinha da vitrine ou pelo sushi do seu restaurante favorito é viável.
A sensação de novidade e conquista que uma compra desperta é muito prazerosa, mas pode ser uma armadilha. O ato da compra gera um prazer imediato e intenso, mas que não dura muito tempo.
Pense na satisfação de comprar um livro ou uma roupa nova, por exemplo.
Caso esse prazer de compra não seja convertido em prazer de uso — que é bem menos intenso, mas muito mais duradouro — os livros vão se acumulando na prateleira sem nunca terem sido lidos, as roupas ficam paradas no armário. E cada vez mais compras serão feitas para renovar a pequena dose de euforia do consumo.
Portanto, avalie se você realmente vai aproveitar o que está prestes a comprar ou se o interesse está apenas no prazer de compra.
Preço é diferente de valor. O preço é o fator objetivo da compra; já o valor representa o aspecto subjetivo dos nossos gastos. Pagar R$ 200 em um jantar não garante que teremos o dobro da satisfação que teríamos em uma refeição que custa R$ 100.
Avaliar um possível gasto demanda uma boa dose de autoconhecimento e várias tentativas e erros, até descobrirmos para onde gostaríamos de direcionar o nosso dinheiro e em que itens faz sentido economizar.
Por ser subjetiva, a análise de valor varia de acordo com o perfil e as preferências de cada pessoa e, portanto, não pode ser generalizada. O que vale a pena para mim pode não valer para você e vice-versa.
Esse é o critério mais simples de entender, mas também o mais difícil de lidar. Nós temos desejos praticamente ilimitados e a nossa renda não dá conta de tudo isso.
Lidando com esse fato, é preciso sempre abrir mão de várias compras e gastos que gostaríamos de fazer para deixar espaço no orçamento para o que realmente importa.
Mas o que realmente importa? Mais uma vez, é evidente a importância do nosso autoconhecimento financeiro.
Queira você viajar, estudar, passear, vestir, comer ou descansar, é preciso ter consciência do que faz você feliz e dar prioridade a isso na hora de gastar dinheiro.
Cuidar do futuro é tão importante quanto aproveitar o presente. Poupar e investir também são passos fundamentais para cultivar o seu bem-estar financeiro.
Para gastar com a consciência tranquila, é importante quantificar a poupança necessária para realizar os seus objetivos e investir assim que receber o dinheiro.
Fazendo isso, você se liberta do receio de gastar porque sabe que já fez o que precisava ser feito para construir o futuro que deseja para a sua vida financeira.
O que você achou do checklist?
Ele é recomendado para todas as pessoas que querem superar o medo, a culpa e qualquer outro desconforto associado ao momento de gastar dinheiro.
Bons gastos e até o próximo texto!
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