Guerra, tarifas e balanços: a semana que mexeu com os mercados  

A semana foi marcada por tensões geopolíticas, com expectativa para o encontro entre Trump e Putin e negociações tarifárias entre EUA e China. No Brasil, balanços corporativos e decisões do Banco Central movimentaram o mercado. Continue lendo para entender como esses eventos podem impactar seus investimentos.

O cenário internacional: da guerra às tarifas

Os holofotes globais se voltam para o Alasca, onde Donald Trump e Vladimir Putin devem se encontrar em 15 de agosto para discutir os termos de um possível fim da guerra na Ucrânia, que já dura mais de três anos. A presença de Zelensky ainda não está confirmada, mas a União Europeia acompanha de perto, de olho nos impactos econômicos e geopolíticos.

Enquanto isso, as tensões comerciais seguem vivas. Trump anunciou tarifas adicionais de 25% sobre produtos da Índia, alegando o uso de petróleo russo pelo país. O movimento amplia as já existentes medidas protecionistas e acontece no mesmo momento em que a Índia se aproxima diplomaticamente da China. E por falar nela, o prazo para o acordo tarifário entre EUA e China se encerra amanhã, com expectativa de prorrogação para evitar taxas de mais de 100% sobre determinados produtos.

Economia americana resiliente, mas moderando

Nos Estados Unidos, indicadores recentes continuam mostrando uma economia resistente, especialmente fora do setor manufatureiro, que sofre mais com tarifas e juros altos. O mercado de trabalho segue forte e a inflação de serviços persiste, embora haja sinais de desaceleração à frente.

No radar político-econômico, o nome de Christopher Waller, visto como mais favorável a cortes de juros, ganha força para substituir Jerome Powell na presidência do Federal Reserve em 2025. Para o mercado, a expectativa é de pelo menos dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim do ano.

Brasil: Copom mantém cautela e política ganha destaque

No campo doméstico, a semana começou com a decisão do STF de decretar prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, fato que teve pouco impacto nos ativos locais. Mais relevante para o mercado foi a ata do Copom, que reforçou a postura cautelosa, descartando cortes precipitados de juros e avaliando que a atividade econômica já mostra sinais de moderação.

O Banco Central destacou a inflação surpreendentemente baixa nos últimos meses, mas reforçou que a política monetária continuará restritiva enquanto houver riscos no cenário externo e incertezas fiscais.

Temporada de balanços: destaques do petróleo aos bancos

Na temporada de resultados, o setor de petróleo foi marcado por dois anúncios importantes. A Prio apresentou lucro operacional dentro das expectativas, mas abaixo do trimestre anterior devido a paradas de manutenção e preços mais baixos do Brent. Já a Petrobras viu suas ações caírem após anunciar dividendos menores do que o esperado, apesar de bons resultados operacionais e avanços no pré-sal. 

No setor financeiro, o panorama foi misto. O Itaú manteve sua trajetória sólida, com retorno sobre patrimônio acima de 24%, enquanto o Bradesco mostrou recuperação consistente. Santander decepcionou com crescimento tímido de receitas e aumento nas provisões. A BB Seguridade apresentou forte resultado, mas com sinais de desaceleração pela frente.

Movimentações nas carteiras: olho no dividendo

Entre os ajustes nas carteiras, destaque para a entrada de Caixa Seguridade, aproveitando preços mais atrativos, e aumento de posição em Irani, que combina bom pagamento de dividendos com expectativa de custos menores e geração de caixa mais robusta nos próximos trimestres.

Agenda da semana

A semana reserva dados importantes: IPCA e IGP-M no Brasil na terça-feira, vendas no varejo na quarta, e, nos Estados Unidos, vendas no varejo na sexta-feira. Indicadores que podem calibrar expectativas de juros e dar o tom dos mercados.

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