No mundo dos investimentos, há inúmeros casos de pessoas que adquiriram patrimônios enormes, mas não contentes com isso, aceitaram correr riscos desnecessários — muitas vezes com atitudes ilegais — para aumentar ainda mais o seu patrimônio.
Acredito que essas escolhas são tomadas quando o ego fala mais alto e quando há uma busca incessante por acumular sempre mais riqueza.
E essas escolhas, muitas vezes, podem ser reflexo também de influências externas, pois tendemos a nos preocupar com o que pessoas próximas (parentes, amigos, vizinhos) pensam a nosso respeito.
Por exemplo, se você não tem um carro, podem sugerir que você não vive bem. E talvez você passe a considerar a compra de um veículo.
Há outro fator que pode influenciar nossas escolhas: é comum observarmos o que outras pessoas ao nosso redor conquistaram e tentarmos concorrer com elas, de forma velada.
A concorrência é um aspecto natural do ser humano, então é melhor aceitar do que negá-la. Mas quando a concorrência é exacerbada, tomamos atitudes apenas para demonstrar que podemos conquistar mais, através da compra de bens caros que exibem o tamanho da nossa riqueza para os outros.
Esquecemos que nosso dinheiro deveria servir à nossa liberdade, e não nos tornar reféns de uma busca incessante por ter sempre mais.
Acabamos por ignorar que a verdadeira fortuna está nas coisas não aparentes e no que elas nos proporcionam — como nossas conquistas a partir de investimentos e de uma fonte de renda adequada.
É curioso: pessoas com muito dinheiro, normalmente, evitam exibir sua riqueza — muitas vezes, também por uma questão de segurança.
Há vários relatos de pessoas com grandes patrimônios que usam carros mais simples ou moram em lugares relativamente comuns para evitar que os outros percebam suas conquistas materiais.
Mas, ao mesmo tempo, pessoas com pouco capital se esforçam em adquirir bens caros, na busca do reconhecimento dos outros.
A ambição é uma condição natural para que o ser humano evolua, busque novas conquistas. O mundo evoluiu muito materialmente, exatamente pela ambição do ser humano.
Mas a ambição material, em muitos casos, acaba levando à ganância exacerbada e o objetivo passa a ser “dinheiro pelo dinheiro” — o que, a meu ver, tem mais relação com aprisionamento do que liberdade.
Se essa condição é boa ou ruim, depende da análise de cada um, pois não estamos aqui para julgamento. Mas acredito que todos deveriam refletir sobre o quanto a ambição exagerada e o olhar do outro podem estar guiando nossas atitudes.
Nesta reflexão, pergunte-se: de quanto dinheiro eu preciso e para que? Ao acumular esse patrimônio eu terei a sensação de liberdade e poderei aproveitar ou vou continuar na busca por mais?
A falta de dinheiro, com certeza, não permite liberdade, principalmente quando a pessoa não consegue nem atender suas necessidades básicas.
Mas é importante enfatizar que o excesso de dinheiro ou a busca desenfreada por bens materiais também podem aprisionar.
Para mim, a busca por liberdade é o que deveria guiar nossas escolhas. Assim ficamos livres do olhar enviesado do outro e podemos determinar como aproveitar nosso tempo e viver a nossa vida.
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