As ações ordinárias (ON) na Bolsa de Valores são aquelas que dão aos investidores o direito de participação nas decisões da empresa. Identificado pelo código 3 ao lado do nome do ticker (como PETR3), esse tipo de ação é o mais recomendado para quem deseja investir com a mentalidade de sócio, de olho no longo prazo.
Mas você entende as diferenças das ações ordinárias para as preferenciais (PN)?
Como saber quando comprar uma ou outra, no caso de empresas que possuem os dois tipos de ações, como a Petrobras (PETR3 e PETR4), ou a Itaúsa (ITSA3 e ITSA4)?
É isso que vamos aprender neste artigo.
Ao longo do texto, você entenderá:
Quer aprender um pouco mais sobre a ação ordinária e suas particularidades?
Vamos juntos!
Indice
A ação ordinária (ON) é aquela que dá direito aos acionistas de participar das assembleias e das decisões que ditam os rumos da empresa. Ela é identificada pelo código 3 ao lado do ticker da ação. Por isso, sempre que você notar uma empresa com o 3 no fim, como PETR3, VALE3 e ITUB3, sabe que são ações ordinárias dessas empresas — respectivamente: Petrobras, Vale e Itaú.
Porém, para que seja possível efetivamente votar, é necessário ter um número considerável de papéis. Além disso, também é importante registrar que a participação é diretamente proporcional à quantidade de ações que o acionista tem na empresa.
Então eu não preciso comprar ações ordinárias se não for votar nas assembleias? Não, o foco do investidor de longo prazo ao comprar ações ON não é exatamente esse.
Entenda: as ações ordinárias são as mesmas ações que os controladores da empresa possuem. Por isso, ela oferecem uma proteção, por lei, caso haja troca no controle da empresa.
Essa proteção é conhecida como tag along. O tag along para as ações ordinárias é de, no mínimo, 80%.
Isso obriga o novo controlador a fazer uma uma oferta pelas ações dos minoritários de pelo menos 80% do valor pago ao controlador. Com essa proteção, você garante que estará ao lado do controlador caso haja alguma mudança no controle da empresa.
A principal diferença entre as ações ordinárias (ON e as ações preferenciais (PN) está nas suas características mais básicas: a ação ordinária dá direito a voto, enquanto as ações preferenciais dão preferência na distribuição de dividendos, sem direito a voto.
Mas isso não significa que os investidores que têm ações ordinárias não vão receber esses dividendos.
A questão é que, em geral, os percentuais pagos aos acionistas PN são maiores, além da ordem de prioridade.
Isso ocorre como uma espécie de compensação, já que esses investidores preferenciais não têm, por lei, garantia em caso de troca da alta gestão e nem o poder de participar das assembleias e das decisões tomadas na empresa.
Mas, atualmente, boa parte das empresa com ações PN já estendem o tag along para o papel, mesmo que não haja obrigação por lei. Inclusive, empresas que não fazem isso podem ser mal vistas pelo mercado, porque isso pode ser um sinal de má governança.
Quem realiza operações de day trade ou swing trade precisa, via de regra, optar por ativos que têm alta liquidez.
Apesar de as preferenciais serem consideradas mais fáceis de vender, as ordinárias também podem ser utilizadas nas negociações.
Então, em resumo, não há diferença para o trader entre comprar ações ON ou PN, desde que os papéis ofereçam uma liquidez alta.
Agora, para quem investe com a mentalidade de sócio, de olho no longo prazo, a situação muda de figura.
Quando adquire ações ordinárias, o investidor vai além de acionista e também passa a ser sócio da empresa que fez a emissão dos papéis.
Com isso, ele pode ter participação na decisão, compartilha dos lucros, mas também é responsabilizado pelos prejuízos que podem surgir — claro que dentro do limite do capital que foi investido.
Em resumo, as ações ordinárias consistem em papéis equivalentes aos dos controladores, por isso, quem investe com a mentalidade de sócio, para o longo prazo, prioriza as ações ON.
Na hora de escolher quais tipos de ações você quer escolher para compor a sua carteira, é importante conhecer essas particularidades e as atribuições de cada uma delas.
Assim, ao entender como elas funcionam, você tem uma base mais sólida para tomar boas decisões.
Basicamente, as ações ordinárias são indicadas para quem tem objetivos no longo prazo, principalmente para quem investe nas empresas com mentalidade de sócio, para fazer o chamado buy and hold e carregar as ações por muitos anos.
Todavia, isso não significa que elas também não podem ser aproveitadas para quem prefere operar no curto e médio prazo.
A questão, aqui, gira em torno de conhecer a liquidez do ativo antes de concretizar o investimento.
Além do mais, vale a pena estudar mais sobre a empresa em questão, sabendo quais são as diretrizes de governança corporativa.
Dependendo da instituição, é possível encontrar ações preferenciais que têm os mesmo benefícios das ordinárias.
Mas boa parte das empresas da Bolsa não possuem ações preferenciais, mas apenas ordinárias. São as empresas listadas no Novo Mercado, o segmento de listagem da Bolsa de Valores com o mais alto grau de governança.
É o caso, por exemplo, de Lojas Renner (LREN3), Porto Seguro (PSSA3), Fleury (FLRY3), Localiza (RENT3) e Ambev (ABEV3), entre tantas outras.
Ao acessar o home broker, você encontra uma lista grande com todas as ações que estão disponíveis para compra e venda.
É preciso atentar para o código da ação que deseja comprar, já que é fácil confundir os tipos e acabar comprando uma opção que não é a desejada.
Se você busca ações ordinárias, lembre-se de escolher aquelas que têm o número 3 no final da sigla — diferentemente das preferenciais, que são as terminadas em 4.
Entre as opções de papéis de grandes empresas, podemos citar:
Para investir na bolsa e comprar ações ordinárias, antes de tudo você precisa ter conta em uma corretora de valores.
Por meio dela, você acessa o home broker e tem acesso às ações de várias empresas.No caso das ações ordinárias, não se esqueça de que elas devem terminar com o número 3 no código.
O processo de compra, em si, é bem simples.
O que o torna um pouco mais complicado é a necessidade de fazer diversas análises a respeito da empresa na qual se quer investir.
Nesse caso, é importante avaliar os indicadores e os fundamentos, além do mercado no qual a empresa está inserida. Não se esqueça de que você fará parte da sociedade. Portanto, todo cuidado é pouco na hora de alocar o seu capital.
No site das empresas é possível obter as informações necessárias, uma vez que isso é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da bolsa.
Outro ponto importante para a decisão de compra é a liquidez, principalmente se você tiver objetivos que não são de longo prazo.
Uma liquidez alta torna a ação ainda mais recomendada. Contudo, se a sua ideia é realmente investir pensando apenas no longo prazo, as ações ordinárias são um bom caminho, justamente pelo tag along (aquela garantia de recuperação do dinheiro investido).
Não deixe de conhecer o seu perfil de investidor antes de fazer qualquer tipo de investimento. Ele indica qual é o seu limite para os riscos, a tolerância a perdas e, associado aos objetivos, mostra qual é o melhor caminho.
Como você pôde ver, as ações ordinárias são uma ótima ideia para quem deseja fazer parte da sociedade de boas empresas, além de poder ajudar a decidir os rumos que a instituição vai tomar.
Porém, se a sua ideia é apenas receber bons dividendos, talvez as ações prefenciais sejam o melhor caminho, desde que também possuam tag along.
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