Investir em ações no curto prazo pode ser tentador, principalmente quando você percebe que a Bolsa de Valores nunca teve tantos investidores como atualmente.
Talvez você tenha sido impactado por algum anúncio prometendo que é possível lucrar com consistência ao investir em ações no curto prazo.
Ou quem sabe você tenha amigos e familiares que estão comprando e vendendo ações nas últimas semanas, com resultados aparentemente animadores.
Mas será que essa estratégia faz sentido?
Infelizmente, precisamos jogar um balde de água fria nessa animação e te trazer para a realidade, antes que você perca dinheiro e acumule frustrações na Bolsa.
Como qualquer investimento em renda variável, as ações contam com uma enorme volatilidade: no curto prazo, o comportamento dos preços pode ser completamente aleatório, o que inviabiliza o investimento em curtos período para a maioria das pessoas.
Sim. Aqui na Warren, nós não incentivamos o investimento em renda variável para períodos inferiores a três anos, e sempre batemos na mesma tecla, como gosta de afirmar o nosso CEO, Tito Gusmão: invista para enriquecer no longo prazo, quando os juros compostos se tornarão o seu principal aliado.
Não ficou convencido?
Neste artigo, você vai entender por que investir em ações no curto prazo não faz sentido para a maioria dos investidores, e também vai conhecer as sugestões da Warren para quem deseja se expor à renda variável.
Vamos juntos!
Indice
Investir em ações no curto prazo significa montar posições e escolher os ativos com foco em intervalos curtos. Embora não haja um consenso para definir o que é curto, médio ou longo prazo, aqui na Warren nós consideramos qualquer período inferior a três anos como curto prazo. Intervalos de tempo inferiores a um ano são, portanto, curtíssimo prazo.
Quem investe em ações dentro desse período tenta se beneficiar com a alta volatilidade do mercado, muitas vezes criando estratégias que combinam alavancagem em operações como day trade e swing trade, incluindo, além de ações, derivativos, como opções e contratos futuros.
Parece complexo?
Não apenas parece: é bastante complexo.
Por isso, o investimento em ações no curto prazo é indicado apenas para profissionais do mercado financeiro: quem tem conhecimento, experiência e disponibilidade para se dedicar ao assunto por tempo integral.
Para todos os outros, o investimento em ações no curto prazo não é recomendado, e tende a ser visto muito mais como uma loteria ou cassino, do que como um investimento propriamente dito.
Vamos entender mais sobre isso a seguir. Mas, antes, vale pontuar as duas principais estratégias adotadas pelos profissionais do mercado financeiro que buscam investir em ações no curto prazo.
Fazer day trade significa negociar ativos de renda variável, como ações e opções, dentro de um mesmo dia. Nessa estratégia, os profissionais buscam aproveitar a alta volatilidade dos ativos em períodos muito curtos, que podem ser de horas, minutos ou até segundos.
A estratégia é ganhar com consistência nestes pequenos períodos e utilizar, em alguns casos, alavancagem, um instrumento que permite investir com valores superiores ao que você possui.
No day trade, um dos principais instrumentos utilizados para analisar os ativos é a análise técnica, que se baseia no comportamento dos ativos ao longo do tempo. Quem utiliza essa análise acredita que é possível identificar tendências com base no histórico de oscilação dos ativos, para se posicionar e surfar a alta das ações — ou se proteger contra a queda.
No swing trade, o objetivo também é comprar e vender ações no curto prazo, mas esse curto prazo não é de apenas um dia: pode durar alguns dias, semanas ou até meses.
Essa estratégia, conhecida também como stock picking, consiste basicamente em “comprar barato e vender caro”. O investidor utiliza diversas estratégias e técnicas para analisar ações, identificar oportunidades e montar as suas posições com base nas melhores opções de investimento identificadas.
Em geral, essas posições podem ser montadas para aproveitar eventos específicos, como decisões macroeconômicas, lançamentos de produtos ou divulgação de resultados por parte das companhias.
Está gostando do texto? Assine a Warren Pills e fique por dentro dos destaques do mercado financeiro de forma divertida, sem financês.
Embora seja possível ganhar dinheiro com ações no curto prazo, é extremamente difícil e improvável fazer isso de forma consistente.
Isso ocorre devido à volatilidade do mercado de ações e a um comportamento conhecido como “passeio aleatório”. Vamos entender o que isso significa?
A teoria do passeio aleatório é uma tradução de “random walk theory”, em inglês. Essa tese mostra que as variações dos preços das ações são aleatórias e não dependem uma das outras — sendo, portanto, impossíveis de prever.
Popularizada pelo estudioso Eugene Fama, pai da teoria dos mercados eficientes, essa tese indica que qualquer investimento que tenta prever o comportamento dos ativos no curto prazo será ineficiente.
Por isso, para superar o mercado, a única alternativa é incorrer em maiores riscos.
Ganhador do prêmio Nobel de Economia, Fama provou, em seus estudos, que o mercado é eficiente em precificar os ativos em boa parte do tempo, porque é capaz de incorporar rapidamente as informações para precificar as ações.
Assim, quem tenta bater o mercado, na média, acaba não tendo sucesso. Isso é especialmente verdade no curto prazo, quando as ações se comportam de forma aleatória.
A teoria dos mercados eficientes mostra que diversificar os investimentos e exercer uma gestão passiva, sem tentar bater o mercado, pode ser muito mais produtivo aos investidores.
Depois dos estudos de Fama, popularizaram-se nos Estados Unidos os fundos de gestão passiva, ETFs, dedicados a simplesmente acompanhar um índice de referência.
Isso porque, no longo prazo, os preços das ações tendem a acompanhar os lucros das empresas, o que favorece quem investe em ações no longo prazo.
Agora que você entendeu a parte teórica, que mostra que tentar prever o comportamento das ações no curto prazo é muito mais um exercício de adivinhação do que uma estratégia de investimentos, vamos abordar um estudo recente, que indica o que acontece com os day traders que tentam ganhar a vida investindo em ações no curto prazo.
LEIA MAIS: Os três pilares básicos para investir em renda variável
Não é impossível viver de day trade, mas apenas uma ínfima minoria consegue fazer isso com consistência. Quer uma prova?
Um estudo recente, encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que 97% das pessoas que atuam na Bolsa de Valores como especuladores perdem dinheiro.
Para piorar, quem consegue ganhar dinheiro de forma “consistente” embolsa menos de R$ 300 por dia.
Os pesquisadores acompanharam o desempenho de quem operou algum minicontrato de índice ou de dólar nos anos de 2012 e 2017. Esses derivativos são alguns dos mais populares para quem executa estratégias de day trade.
Outra conclusão desanimadora do estudo é que, quanto mais tempo os investidores dedicaram, mais eles perderam. Isso levou os estudiosos a concluírem que os ganhos estão muito mais ligados à sorte do que à técnica. Nesse caso, a especulação estaria muito mais no caminho de um cassino, do que um investimento propriamente dito.
Aqui na Warren, defendemos algo que, na nossa visão, deveria ser um consenso no mercado financeiro: a melhor maneira de investir em ações é focando no longo prazo.
Diversos estudos já comprovaram que, na comparação com ativos de renda fixa e aplicações que protegem a carteira, como ouro, o mercado de ações tende a ser o que apresenta melhores retornos no longo prazo.
Um desses estudos mais famosos foi conduzido pelo estudioso Jeremy Siegel, autor do livro “Investindo em ações para o longo prazo”.
Siegel traz, no seu livro, uma comparação entre o desempenho de um dólar investido em títulos públicos, títulos privados, ações e ouro por um período de mais de 200 anos.
O resultado você confere na imagem a seguir, que é bem famosa no mundo dos investimentos:
Fonte: Investindo em ações para o longo prazo
Isso mostra que, no período analisado, um dólar investido no mercado de ações, seguindo o índice de referência, chegou a US$ 704 mil, em um retorno anualizado de 6,6%.
Analisando esse gráfico, fica claro que, no longo prazo, o risco não está em investir na renda variável, mas ficar de fora dela.
Também por isso, o nosso CEO, Tito Gusmão, sempre recomenda investir em ações com a mentalidade de sócio, e não de especulador.
A lógica é comprar ações de boas empresas de forma recorrente, para se beneficiar do crescimento do lucro dessas companhias no futuro.
Em uma live recente, Tito comentou essa estratégia. “O pensamento inicial tem que ser esse pensamento de longo prazo. Você entra no mundo de renda variável e é super sexy, as ações se valorizam, você fica encantado. Mas, de fato, quem fica fazendo trade na Bolsa não ganha dinheiro com consistência. Minha sugestão é não entrar na Bolsa associando a um mundo piscante, conectado ao cassino. Pense em investir em empresas com foco no longo prazo. Não existe transformar R$ 1 mil em R$ 1 milhão. Foque em investir pensando em comprar boas empresas e acumular a maior quantidade de ações que você puder”, disse.
Essa estratégia é conhecida como buy and hold, e tem o objetivo de montar uma carteira de ações ou de fundos de renda variável para se beneficiar do ganho exponencial de boas empresas no longo prazo, ao lado da ação dos juros compostos.
“Se você tiver uma estratégia de comprar uma cesta de ações ou fundos de investimento todos os meses, você vai ver as coisas de outra maneira. Nesse caso, você vai torcer para que o preço das ações caia, para que você tenha oportunidade de comprar mais e ganhe mais no longo prazo”, ensina Tito.
Para quem decide investir em renda variável com foco no longo prazo, há duas opções principais: investir em fundos de renda variável ou em ações diretamente.
A mais comum, principalmente para quem não tem tempo, experiência ou conhecimento para analisar empresas e acompanhar o mercado diariamente, é recorrer aos fundos de investimento em ações. Nesse caso, os gestores fazem a gestão do portfólio e escolhem os ativos para você.
Na Warren, trabalhamos com quatro fundos de ações, que você pode conhecer a fundo clicando nos links a seguir:
Ao criar sua conta na Warren, nós identificamos o seu perfil de investidor e sugerimos uma alocação que respeite os seus objetivos e prazos, incluindo o investimento nesses fundos.
Agora, se você se sente preparado para investir em ações por conta própria e montar a própria carteira, o Warren 3.0 vai permitir negociar ações, FIIs e ETFs sem taxa de corretagem.
Em breve, a plataforma será disponibilizada para todos que desejam diversificar os próprios investimentos de forma personalizada e se sentem preparados para investir no mercado de ações por conta própria.
Quer começar a investir com a Warren? Abra sua conta agora mesmo. É grátis.
Se você gostou deste conteúdo, talvez também se interesse por: