O mercado financeiro começou a semana em clima de expectativa pelo simpósio de Jackson Hole, que deve sinalizar os próximos passos do Fed. No Brasil, dados de inflação trouxeram alívio e reforçaram apostas em cortes de juros em 2025. Quer entender o impacto disso nos seus investimentos? Continue a leitura.
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Na frente internacional, o noticiário voltou a girar em torno da guerra na Ucrânia. O ex-presidente Donald Trump se reuniu com Vladimir Putin e sinalizou apoio a um acordo de paz definitivo, em vez de um simples cessar-fogo. Apesar da relevância política, analistas lembram que o impacto direto no mercado financeiro é limitado. O petróleo, que poderia ser o elo mais sensível desse processo, segue sem grandes alterações, já que a Europa dificilmente retomaria a compra de barris russos mesmo diante de um eventual fim do conflito.
O grande evento da semana é o tradicional simpósio de Jackson Hole, que acontece de 21 a 23 de agosto e reúne as principais autoridades monetárias do mundo. O discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, será acompanhado de perto, já que o mercado precifica com 85% de probabilidade um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro. Os dados recentes de inflação nos Estados Unidos vieram em linha com as expectativas, com destaque para a ausência de pressão sobre bens industriais — um alívio diante das tarifas globais que vinham preocupando investidores.
Enquanto isso, o S&P 500 renovou recordes, superando 6.450 pontos, embalado pela perspectiva de juros mais baixos. A valorização, no entanto, reacende a discussão sobre preços esticados, principalmente nas big techs, que seguem negociadas com múltiplos elevados.
No cenário doméstico, o IPCA de julho trouxe mais uma boa surpresa: alta de apenas 0,26%, abaixo do esperado. A leitura reforçou a percepção de que a inflação segue em trajetória de desaceleração, com destaque para o alívio em alimentos, resultado da sobreoferta gerada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos a exportadores brasileiros.
Esse movimento já refletiu nas expectativas captadas pelo boletim Focus, com revisões para baixo nas projeções de inflação de 2025 e 2026. A curva de juros respondeu positivamente, com queda nos vértices mais longos e fechamento relevante nas taxas de NTN-Bs intermediárias. O real também surfou a onda global de dólar mais fraco e acumula valorização de mais de 14% no ano, colocando o Brasil entre as moedas emergentes de melhor desempenho.
Com a temporada de balanços praticamente encerrada, a avaliação geral é que os números não trouxeram grandes surpresas. Houve revisões para baixo nas estimativas de lucro, o que mantém a cautela em relação ao real potencial de valorização da Bolsa. Apesar da queda recente no caixa das carteiras, a postura segue defensiva, privilegiando empresas de maior qualidade e liquidez.
Além do aguardado simpósio de Jackson Hole, o mercado acompanhará nesta quinta-feira (21) os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. No Brasil, o destaque será a cobertura do Warren Day, que trará reflexões sobre política monetária e perspectivas de mercado.
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