Nos últimos anos, o termo family office passou a aparecer com frequência em conversas sobre sucessão, herança, venda de empresas e organização de grandes patrimônios. Essa estrutura ganhou relevância porque ajuda famílias a centralizar a administração de bens e investimentos em um único lugar, com processos claros e visão de longo prazo.
Neste artigo, você vai entender o que é um family office, quais são suas funções, os tipos existentes, quanto custa manter esse serviço, quem se beneficia dele e por que pode ser importante para preservar e ampliar o patrimônio. Também vai conhecer a composição das equipes que trabalham nesses escritórios e ter um guia prático para avaliar se esse modelo faz sentido para a sua realidade.
Vamos mostrar como o family office funciona na prática e de que forma pode apoiar a organização financeira, a governança familiar e a continuidade de um legado ao longo das gerações.
Indice
Um family office é uma estrutura criada para cuidar do patrimônio de famílias de alto poder aquisitivo. Ele centraliza a gestão financeira, fiscal, jurídica, sucessória e até questões pessoais, funcionando como uma espécie de “empresa da família”.
Esse modelo surgiu há mais de um século, nos Estados Unidos e na Europa, quando dinastias empresariais como os Rockefellers perceberam a necessidade de administrar grandes fortunas de forma organizada e com visão de longo prazo.
Com o tempo, o conceito se espalhou pelo mundo e hoje representa um dos formatos mais sofisticados de wealth management. O crescimento recente é reflexo de dois fatores: a transferência de riqueza entre gerações e o aumento da liquidez após vendas de empresas, IPOs ou sucessões familiares.
No Brasil, esse mercado está em franca expansão. Segundo levantamento da plataforma fnmk, existem mais de 540 empresas atuando em gestão patrimonial — entre family offices e wealth managers — e a expectativa é de consolidação nos próximos anos. São Paulo concentra 65% desses players, mas outros polos, como Curitiba e Belo Horizonte, começam a ganhar espaço.
Além disso, cerca de 10% dos family offices brasileiros já possuem presença internacional em cidades como Miami, Lisboa e Dubai.
O papel central de um family office é preservar e ampliar o patrimônio da família ao longo do tempo. Para isso, reúne em uma mesma estrutura diferentes áreas de conhecimento que normalmente ficariam dispersas em bancos, escritórios de advocacia e consultorias.
Um family office pode atuar em várias frentes:
Na prática, um family office se torna o ponto de contato único para qualquer decisão financeira ou estratégica da família. Isso reduz a complexidade e aumenta a confiança, já que todas as informações estão centralizadas em um mesmo lugar.
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Existem diferentes formatos de family office, que variam de acordo com a complexidade do patrimônio, os objetivos da família e o nível de personalização desejado.
O single family office é uma estrutura criada para atender exclusivamente uma única família. A personalização é total e o nível de sigilo é muito elevado, já que toda a equipe trabalha apenas para aquela família.
Por outro lado, é também o modelo mais caro, pois exige a contratação de profissionais dedicados — gestores de investimentos, advogados, contadores e especialistas de governança — além de infraestrutura própria. Por isso, costuma ser viável apenas para famílias com patrimônio acima de US$ 100 milhões ou que tenham negócios globais que exigem acompanhamento permanente.
O multi family office atende várias famílias ao mesmo tempo, permitindo a divisão de custos operacionais e garantindo acesso a serviços de alto nível que antes eram restritos apenas aos SFOs. É o modelo que mais cresce no Brasil, representando 44% do mercado.
Dentro desse formato, há duas modalidades principais:
Esse modelo se destaca por combinar personalização com eficiência de custos, além de oferecer uma rede de especialistas compartilhada entre várias famílias.
O outsourced family office é um modelo mais flexível, no qual a família não precisa criar uma estrutura interna. Em vez disso, contrata uma equipe central que coordena profissionais externos, como advogados, contadores, bancos e gestores.
É uma solução intermediária para famílias que desejam organização e governança, mas sem arcar com os altos custos de um SFO. Esse formato também oferece liberdade para escolher os parceiros que mais fazem sentido em cada área, mantendo a coordenação centralizada.
O custo depende do modelo escolhido.
Um family office pode ser útil em diferentes contextos:
A estrutura também faz sentido para quem deseja reduzir a dependência de bancos tradicionais e ter maior alinhamento entre decisões de investimento e valores familiares.
Os benefícios de um family office vão além da gestão financeira tradicional. Ele reúne em uma mesma estrutura serviços que trazem ganhos tangíveis e intangíveis para a família.
A centralização permite mais eficiência fiscal, evitando perdas por falta de planejamento. O acompanhamento profissional gera maior retorno ajustado ao risco e dá acesso a oportunidades exclusivas de investimento, como fundos institucionais, private equity e ativos internacionais.
Outro ponto relevante é a diversificação global, que protege o patrimônio contra oscilações de mercado em um único país ou setor.
Um family office também proporciona economia de tempo, já que a família não precisa lidar diretamente com diferentes prestadores de serviços. A governança estruturada reduz conflitos internos, especialmente em processos de sucessão. Há mais segurança na continuidade do legado e apoio em momentos de transição, como venda de empresa ou reorganização de bens.
De acordo com estudo da CFEG, os family offices entregam ainda tranquilidade e privacidade, fatores que muitas vezes são tão valorizados quanto o retorno financeiro. Essa estrutura abre espaço para que os membros da família concentrem sua energia no que realmente importa: seus negócios, projetos pessoais, relações familiares e impacto social.
A equipe de um family office é multidisciplinar. Inclui:
Essa combinação garante uma visão completa, que integra patrimônio, valores e relações familiares.
Profissionais de um family office trabalham juntos para organizar investimentos, sucessão e governança. A centralização traz eficiência fiscal, diversificação e mais segurança para a preservação do patrimônio familiar. Foto: Freepik
Nem toda família precisa de um family office. Mas ele faz sentido quando:
Se a resposta for sim para a maioria desses pontos, é hora de considerar essa estrutura.
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O family office é mais do que uma consultoria de investimentos: é um ecossistema completo que une gestão patrimonial, governança, sucessão e educação financeira. Ele é fundamental para quem deseja preservar e multiplicar o patrimônio ao longo das gerações.
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