A marcação na curva é um método de atualização dos ganhos em investimentos de renda fixa. Com ela, é possível identificar a rentabilidade, a longo e curto prazo, de uma aplicação.
Tanto o termo “marcação a mercado” como “marcação na curva” são utilizados no mercado financeiro para indicar como é precificado um título de renda fixa.
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Um exemplo de marcação na curva poderia ser de um investimento que oferece juros de 20% ao ano. Nesse caso, esse percentual é transformado em uma taxa diária, sendo adicionado ao valor real todos os dias até a data de vencimento.
A conta, no entanto, pode ser um pouco complexa, pois tem uma base de cálculo própria que usa de juros compostos para obter os resultados exatos.
Diferentemente da marcação a mercado, que pode sofrer oscilações durante um determinado tempo, a marcação na curva apresenta sempre os mesmos resultados.
Já a marcação a mercado está relacionada ao valor da venda de um título. É um método adequado para ser utilizado quando o título fica permanentemente disponível para negociação. No entanto, o seu valor flutua diariamente de acordo com a oferta e demanda.
Ambos os métodos têm como objetivo oferecer um registro contábil, mas elas não modificam o direito que o investidor tem em relação ao título — isto é, a garantia de que vai receber o valor que aplicou, mais a rentabilidade (seja ela adotada na marcação na curva ou a mercado). Esse direito só se altera caso o título seja vendido antes do vencimento.
Os investidores usam a marcação na curva quando pretendem resgatar o título somente no vencimento e não querem que a contabilidade seja afetada pelas variações do seu valor no mercado.
Vale lembrar que essas oscilações não interferem na determinação do valor do título ao final do prazo do investimento.
A marcação na curva é adequada para o título que será mantido em carteira e que será resgatado somente no seu vencimento.
Dessa forma, o valor do título corresponderá ao custo de aquisição, somado à atualização pelo respectivo indexador, no caso de títulos pós-fixados, e aos juros, que serão calculados sobre o valor de emissão do título.
A marcação na curva pode ser exemplificada a partir da compra de um imóvel. Digamos que um investidor comprou um apartamento pelo preço de R$ 500 mil no ano de 2020.
Uma das cláusulas na compra desse imóvel é que ele deverá ser revendido ao primeiro dono em 2030, que pagará o preço inicial do imóvel sobre uma taxa de juros 15% ao ano.
Dessa forma, o investidor permanece com o imóvel durante este período de 10 anos, vendendo o apartamento em 2030 por um valor aproximado de R$ 2 milhões. Nesse caso, a taxa de lucro diária durante o período em o segundo proprietário esteve com o imóvel seria de 0,038%.
Um dos principais aspectos positivos da marcação na curva é o fato de que ela não incorpora a volatilidade do mercado à carteira de investimentos.
Isso porque o título será remunerado a uma taxa prefixada na negociação, o que evita sustos no investidor em épocas de baixa do mercado.
Além disso, as cotas dos fundos de investimento não apresentam rentabilidade negativa, pois possuem uma taxa fixada que é pouco impactada pelas alterações do mercado.
Por outro lado, esse mesmo fator pode ser considerado uma desvantagem, já que o investidor não estará ciente caso ocorra de fato uma perda de valor devido a oscilações, o que demonstra uma menor transparência com relação ao real valor de mercado de um ativo.
Outro aspecto negativo é a geração de transferência de riqueza entre os cotistas de um fundo. Isso quer dizer que um investidor pode se tornar responsável por uma quantia que não lhe pertence, tanto de lucros, como de prejuízos.
Por fim, caso um saque seja feito no fundo, o gestor terá que vender os títulos a qualquer preço, o que deixará prejuízos para os investidores que saírem por último.