Navegando juntos: a importância de falar sobre dinheiro no relacionamento — e como fazer isso  

Falar sobre dinheiro ainda é considerado um tabu para a maioria dos brasileiros. Acredito muito que a priorização da educação financeira será um ponto de partida para eliminar esse ‘’tabu’’. 

As pessoas que possuem dificuldade em lidar com as finanças associam esse tema a sensações negativas, como o medo — para essas pessoas, a melhor solução é nem saber quanto gasta, pois fazer esse balanço só vai gerar frustração.

Outro fator são as crenças limitantes — geralmente ligadas a conceitos religiosos, nos quais o dinheiro é considerado sujo.

Sabendo disso, tenho a certeza de que trabalhar no mercado financeiro vai além de falar sobre rendimentos e cenário econômico. 

O nosso propósito é impactar a vida das pessoas de forma que elas possam enxergar e planejar o futuro, levando consigo o sentimento de merecimento, segurança e tranquilidade. 

E desejamos que as pessoas impactadas e transformadas possam replicar essa vivência para os filhos, transformando as próximas gerações.

Quando falamos de transformação, planejamento e futuro, conversar abertamente sobre finanças com o seu cônjuge é essencial, afinal, você já não está mais sozinho. 

Se duas pessoas decidem compartilhar uma vida juntas, ambas precisam remar na mesma direção. Quando isso não acontece, há frustração e desgaste, o barco do casal não sai do lugar e, dependendo do tamanho da tempestade, ele afunda. 

Quando vejo casais que estão se aproximando com sucesso da fase de aposentadoria — ou melhor, da independência financeira — a evidência que prevalece é: todos traçaram os objetivos há 20 anos, em conjunto, definindo as prioridades do casal e ajustando os desejos pessoais e momentâneos. 

Um dos maiores conflitos entre casais é a falta de diálogo sobre o dinheiro. 

Esse diálogo pode começar já no início de um relacionamento, compartilhando as experiências já vividas — desde aquela fase difícil para pagar a faculdade, até o triunfo da primeira promoção de salário. 

Compartilhar experiências gera mais conexão, e isso vale para qualquer situação de vida. 

Com o amadurecimento da relação, como trazer profundidade para esse pilar tão importante?

O primeiro passo para formar a estabilidade financeira do casal é compartilhar os projetos pessoais e, em seguida, transformá-los em projetos do casal. 

A discussão sobre os objetivos pessoais constrói uma vida a dois, ou, no pior (ou melhor) dos casos, ajuda a entender se ambos querem seguir para a mesma direção.

É importantíssimo deixar claro, por exemplo, que você tem planos de aperfeiçoar o Inglês nos EUA durante 1 ano. Esse objetivo será pessoal no curto prazo, mas pode refletir em uma vida profissional mais satisfatória e, consequentemente, na melhora da saúde financeira do casal. 

Após essa conversa macro, os fatores micro entram em cena. Posso defini-los em quatro:

Ter conhecimento dos gastos e controlá-los

Você pode usar a seguinte reflexão: ‘’qual o custo da nossa vida juntos?’’. Analisem o que é essencial e o que pode ser ajustado.

Estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazo

Discutam sobre o investimento na carreira, moradia, viagens, sobre ter ou não filhos e aposentadoria. Esses planos vão auxiliar no controle dos gastos e na capacidade de poupança do casal.

Traçar um plano de investimentos

Definam as prioridades listadas acima e comecem pela reserva de emergência. Ter tranquilidade para qualquer imprevisto é prioridade.

Monitorar com periodicidade o plano do casal

Injete uma dose de comprometimento mensal com o tema, avaliando os gastos e o aporte dos investimentos.

Inserir na rotina todo esse cuidado com as finanças pode parecer complexo e trabalhoso no começo, mas é um hábito necessário. 

Comece seguindo estes passos e saiba que é possível contar com a ajuda profissional de um planejador financeiro sempre que necessário.

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