O que é um investidor qualificado  

Chamamos de investidor qualificado uma pessoa física ou jurídica que tenha uma quantia significativa investida ou que apresente uma certificação técnica específica.

Quando caracterizado como qualificado, o investidor passa a ter acesso a produtos diferenciados da maioria daqueles que estão disponíveis no mercado financeiro.

Quem pode ser investidor qualificado?

De modo geral, há dois requisitos que devem ser preenchidos para que um investidor possa ser considerado qualificado. São eles:

  • Possuir ao menos R$1 milhão investidos do mercado financeiro.
  • Ter esse valor em investimentos devidamente atestado por escrito.

Há alguns perfis que se enquadram como investidores qualificados, como pessoas físicas com certificação técnica ou administradores de carteiras de investimentos, por exemplo.

Muitas vezes, o investidor qualificado é confundido com o investidor profissional. No entanto, o investidor profissional precisa ter um patrimônio investido acima dos R$10 milhões.

É claro que um investidor profissional é considerado um investidor qualificado. Já o contrário não acontece.

Ainda se enquadram nessa categoria as pessoas que são aprovadas em algum exame de qualificação técnica ou que tenham certificado aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para o registro de agente autônomo de investimento, administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários.

Também podem ser investidores qualificados os clubes de investimento, desde que a sua carteira seja administrada por um ou mais acionistas que também se caracterizem como investidores qualificados.

Portanto, é possível que mesmo uma pessoa que não tem R$1 milhão de patrimônio em investimentos se torne um investidor qualificado. Isso se dá por meio das certificações obtidas em exames que sejam aceitas pela CVM e concedam esse status.

Dentre elas, temos:

Certificado da Ancord (para agentes autônomos);

Certificado CGA (para gestores de recursos de terceiros);

Certificado CEA (para assessores de investimento);

Certificado CFP (para planejadores financeiros);

Certificados CNPI (para analistas de investimentos).

Os exames para quem quer ser um investidor qualificado são realizados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Quais são os investimentos para investidores qualificados?

Alguns dos principais investimentos aos quais o investidor qualificado tem acesso são:

  • CRI e CRA: os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) são investimentos de longo prazo. Eles representam títulos de dívidas com lastro nos respectivos mercados imobiliário e do agronegócio e são isentos de Imposto de Renda. No entanto, mesmo sendo de renda fixa, esses investimentos não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). 
  • FIDC: o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é um fundo administrado por um gestor profissional, com estratégias de investimento em direitos creditórios. Os FIDC também não têm cobertura do FGC, e seu aporte inicial mínimo é de R$25 mil. A tributação segue a tabela regressiva de Imposto de Renda.
  • FIEX: o Fundo de Investimento no Exterior (FIEX) é mais uma das principais opções para investidores qualificados. Grande parte do seu portfólio é constituída por ativos do mercado externo.
  • FIP: os Fundos de Investimento em Participações (FIP) investem em empresas de capital fechado. Seu principal objetivo é participar do desenvolvimento e da tomada de decisão de empresas em fases iniciais. 
  • FII: nem todos os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII)  são exclusivos aos investidores qualificados. No entanto, entre as possibilidades limitadas a esta categoria, estão o KNCR11 e o KNIP11.

Vantagens e desvantagens de ser um investidor qualificado

Uma das maiores vantagens são os produtos financeiros diferenciados à disposição no mercado.

Como vimos antes, a CVM permite o acesso do investidor qualificado a papéis restritos ao público em geral.

Além de ter uma maior diversificação nos produtos financeiros, os investimentos ao alcance do investidor qualificado costumam ter uma rentabilidade mais atrativa do que os ativos ofertados aos investidores comuns.

Os retornos elevados, no entanto, significam que os riscos também podem ser maiores.

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