Uma reflexão sobre reserva de emergência a partir de um caso em nosso atendimento  

Trabalhar com atendimento ao cliente é uma tarefa bastante intensa. A rotina é corrida e a atenção precisa estar sempre afiada ao longo do dia. A imprevisibilidade que vem do contato diário com os clientes nos faz refletir muito sobre o nosso papel no mundo, não apenas enquanto corretora, mas como um meio para as realizações de quem investe com a gente. 

A Warren, aliás, é muito mais que uma corretora para a grande maioria de nossos clientes. São inúmeros os relatos de pessoas que dizem que mudamos as suas vidas, que os nossos conteúdos são transformadores e que a questão “dinheiro” se tornou bem mais fácil de ser lidada após uma abertura de conta conosco. 

Mas o caso que quero abordar hoje não se trata bem de uma transformação. E antes de explicá-lo, é preciso que você saiba do que se trata uma reserva de emergência

Em termos sucintos, pois não sou especialista de investimentos, a reserva de emergência é uma reserva… usada para emergências! Ela é um valor capaz de cobrir 6 meses das suas despesas mensais, destinado a imprevistos que podem acometer a sua vida, como uma despesa médica ou uma reforma de urgência. 

O foco da reserva é alta liquidez (para que você possa usar o dinheiro imediatamente) e segurança na rentabilidade, para que você não corra o risco de sofrer com a volatilidade.

Parece lógico (e é), mas há muitas pessoas que esquecem o propósito principal da reserva, buscando sempre mais rendimentos, mesmo que investir, nesse caso, não seja exatamente sobre isso. E como a realidade nos dá um tapa a cada dia, o caso de hoje veio, justamente, em um dia em que eu mesmo me questionei sobre a minha pequena e nascente reserva de emergência. 

Ao me questionar, eu pensava que um fundo mais arrojado, com prazo mais extenso, talvez seria melhor que um fundo atrelado ao CDI. “Eu não vou precisar desse dinheiro tão cedo”, pensei. 

Mas ninguém contrata um seguro prevendo uma tragédia próxima. Ninguém pensa em sucessão patrimonial imaginando uma morte próxima. Mesmo assim, nesses casos, sabemos o propósito dessas etapas no nosso planejamento: a prevenção.

É por isso que, quando o assunto é reserva de emergência, ninguém deveria priorizar retornos arrojados em troca de segurança e liquidez. Benjamin Graham, um dos maiores investidores de todos os tempos, já falava que investir não é uma competição e que, se você levar desse jeito, você vai falhar no longo prazo

E justamente por não ser uma competição que a reserva de emergência é uma prioridade. Não se deve entrar no mercado disposto a perder dinheiro em ações se você não tem valores para casos em que o dinheiro pode ajudar muito você. 

E foi isso que aconteceu recentemente com um de nossos clientes. Atendemos um investidor que precisou resgatar boa parte dos seus investimentos por conta de um problema grave na família. 

Em seu histórico, lá estavam os seus depósitos recorrentes, feitos mês a mês, sem falta e com paciência. E somente por conta desses investimentos regulares que ele conseguiu custear 90% do procedimento cirúrgico em questão. Casos assim reforçam para mim a importância da reserva de emergência, sua segurança para os imprevistos da vida.

Lembre-se que investir, quando pensamos no “colchão” de segurança que a reserva traz, não é uma corrida de percentuais: é uma caminhada rumo à tranquilidade. Correr cansa. Caminhar te permite aproveitar a vista. 

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