Microcaps são as menores empresas da Bolsa de Valores, com valor de mercado estimado em menos de R$ 1 bilhão.
Vale lembrar que muitas das empresas maiores que temos hoje na Bolsa um dia também já foram de menor valor de mercado.
A grande maioria delas foi, em algum momento de sua vida, uma small cap ou mesmo microcap.
O crescimento geralmente ocorre pela evolução das receitas e dos lucros, que são fruto de uma boa administração e de um modelo de negócio com vantagens competitivas.
Fusões e investimentos externos também podem estar por trás desse crescimento.
Mas você sabe como investir em microcaps na prática? Como identificá-las? Quais cuidados tomar ao investir?
Neste artigo, você vai entender por que as microcaps são tão promissoras, quanto perigosas.
Juntos, vamos entender:
Boa leitura!
Indice
Microcap é o nome que se dá para uma empresa de menor porte no mercado financeiro, se comparadas às que são bem consolidadas na Bolsa. Mas é importante ressaltar que elas estão longe de serem microempresas, uma vez que podem ter um valor de mercado de até R$1 bilhão.
Inicialmente, os investidores que chegam à renda variável começam procurando pelas empresas já consolidadas, as maiores e já conhecidas no mercado, chamadas de blue chips.
As microcaps são vistas com desconfiança, principalmente por não serem conhecidas da maioria das pessoas.
Por isso, apesar de possibilitar ganhos consideráveis, elas não têm um espaço tão consolidado na preferência dos investidores nacionais, principalmente na comparação com as small caps ou as blue chips.
Por já estarem consolidadas nos seus ramos de atuação, as blue chips têm menos chances de apresentar riscos ou incertezas para os investidores. Mas, ao mesmo tempo, seu potencial de crescimento também é menor.
Já as microcaps são estreantes de mercado ou estreantes na bolsa. Por isso, costumam ter alto potencial de valorização, assim como riscos muito maiores associados a elas.
Mas qual é exatamente o valor de mercado das microcaps?
A classificação das empresas na bolsa, entre blue chips, small caps e microcaps, vêm de seu valor de mercado.
Embora não haja uma regra ou consenso, costuma-se classificar como microcap empresas cujo valor de mercado cotado na Bolsa é inferior a US$ 300 milhões.
Aqui no Brasil, para facilitar essa classificação, consideram-se microcaps as companhias com valor de mercado inferior a R$ 1 bilhão.
Pode parecer muito, mas, em comparação com as Blue Chips, que chegam a até R$ 80 bilhões, estamos em um mercado de valores consideravelmente mais baixos.
Não existe, contudo, um valor unitário fechado para definir as microcaps.
Conforme o tempo passa e as empresas vão se valorizando — em sua grande maioria —, esses limites podem ser ampliados e reajustados.
LEIA TAMBÉM | Stock picking na Bolsa de Valores: o que é e como fazer
Como todos os investimentos da renda variável, lidamos com fatores favoráveis e desfavoráveis que correspondem muitas vezes ao risco e às chances, maiores ou menores, de aumentar o capital investido.
Como é comum encontrarmos ambos os lados da moeda, vamos comentar aqui sobre algumas vantagens e desvantagens do investimento em microcaps.
O primeiro ponto que merece destaque é o grande potencial de valorização.
Descobrir uma boa microcap é como achar um pote de ouro no final do arco-íris, pelo retorno imenso que podem gerar.
Como algumas são pioneiras em seus nichos, ainda não tiveram todo seu real valor descoberto pelos investidores e pelo mercado.
É aí que os pioneiros tiram seus maiores lucros e veem uma valorização do dinheiro normalmente inimaginável para as demais ações.
Aqui, o valor dos papéis pode aumentar como nenhum outro quando chegarem aos olhos de um público maior e, fora da bolsa, derem bons resultados como empresas.
Pequenas valorizações pontuais também acontecem, como uma sua aquisição por uma empresa de maior porte.
O ganho pode ser muito representativo se comparado ao valor inicial investido.
Investidores experientes e acostumados a procurarem mais tempo por mais informações — e uma confirmação de seus pontos antes de investir — costumam sair na frente dos demais.
Outra vantagem de investir em microcaps é optar por ações que estão fora do radar dos grandes fundos de investimento e de investidores profissionais. Por critérios de tamanho e liquidez, em muitos casos os grandes investidores institucionais sequer podem considerar investir nessas companhias, o que aumenta a chance de encontrar boas oportunidades.
Finalmente, uma terceira possível vantagem de investir em microcaps está na facilidade de analisar as empresas, porque, em alguns casos, são companhias muito pequenas, com produtos e serviços específicos, o que facilita a análise fundamentalista do investidor.
Isso, é claro, quando há informações sólidas disponíveis. Se não for o caso, essa pode ser uma desvantagem.
Como tudo na renda variável, as grandes chances de ganho vêm atreladas a um risco maior de perda.
No caso das microcaps, isso se torna ainda mais real.
A volatilidade é maior nesse caso e os preços das ações vão variar até mesmo por fatores pontuais.
Além disso, como são empresas ou segmentos novos, pouco conhecidos, surge um cenário de incertezas que faz com que as perspectivas de um negócio próspero e resiliente sejam um pouco menores.
Um agravante nesse cenário de uma microcap é que qualquer deslize pode custar mais caro, como a permanência da empresa na Bolsa ou até no mercado.
Afinal, por serem empresas menores, algumas crises tendem a ter um peso maior, porque elas têm menos recursos para sobreviver e absorver os impactos.
A baixa liquidez também é um fator a se pensar quando se trata de investir em microcaps.
Como as oscilações podem ser grandes, elas podem facilmente perder sua atratividade para os outros investidores, o que dificulta a venda de papéis em momentos de crise.
Vale lembrar ainda que, por se tratarem de empresas em expansão, seu foco não é redistribuir o lucro, mas sim reinvestir esse dinheiro para que ela tenha uma consistente expansão.
Por isso, seus dividendos também são, geralmente, mais baixos.
LEIA TAMBÉM | Afinal, dividendos são desejáveis?
É possível encontrar uma série de microcaps na bolsa. Para investir nelas, é importante atentar para o valor de mercado, que deve ficar abaixo de R$ 1 bilhão.
A seguir, listamos 10 opções e mostramos o valor de mercado de cada uma delas:
Microcap | Código | Valor de mercado |
Lopes Brasil | LPSB3 | R$ 697,9 milhões |
Indústrias Romi | ROMI3 | R$ 786,9 milhões |
Time For Fun | SHOW3 | R$ 169,8 milhões |
Excelsior Alimentos | BAUH4 | R$ 469,9 milhões |
CSU Cardsystem | CARD3 | R$ 583,9 milhões |
Taurus Armas | TASA4 | R$ 474,7 milhões |
Portobello | PTBL3 | R$ 691 milhões |
Schulz | SHUL4 | R$ 571 milhões |
Valid | VLID3 | R$ 762,8 milhões |
Metisa | MTSA3 | R$ 256 milhões |
LEIA TAMBÉM | Os 9 melhores livros de ações para você dominar a renda variável
Aqui, é importante ressaltar que pode ser mais difícil chegar a um preço mais justo, principalmente se formos comparar com outras empresas.
Afinal, diversos fatores não estão completamente estabelecidos e também pode ser um pouco mais difícil achar informações a respeito.
Atributos indispensáveis nessa hora são a qualidade da gestão e a saúde econômica da empresa.
Desses pontos principais que virão os bons resultados e a possível valorização que as microcaps podem vir a ter.
Observar se a empresa gera lucro com frequência é um dos primeiros passos para conseguir saber se ela está de fato entrando no mercado para ficar ou se ainda está insegura quanto a pontos básicos de estratégia.
Mas é claro que existem exceções, como empresas na chamada fase pré-operacional, em que crescer a receita é mais importante do que gerar lucro de fato.
Também é necessário se atentar às perspectivas do segmento daquele negócio.
Por exemplo: a microcap tem concorrentes maiores que já atuam há mais tempo naquele nicho? Ela está atuando em um setor completamente novo?
Esses são fatores que trazem maior risco e, por isso, precisam de uma gestão ainda melhor.
As dívidas também fazem parte do cenário das microcaps, afinal, empresas novas e pequenas precisam de maior capital de giro para expandir e se consolidar.
Mas fique atento a um endividamento razoável, pesquisando inclusive pelo histórico dos sócios e suas gestões passadas.
Investir em microcaps não é diferente do passo a passo padrão para se investir em ações.
O primeiro ponto é a abertura da conta em uma corretora de valores, para ter acesso ao mercado da renda variável e à B3.
Em seguida, fazer o teste de suitability. Essa etapa é de extrema importância para que os investimentos que você venha a fazer sejam coerentes com o seu perfil do investidor e, principalmente, sua aptidão ao risco.
Perfis conservadores geralmente não se arriscaram, ao menos não em regra, a fazerem investimentos como as microcaps, que trazem consigo um risco mais elevado do que as demais ações na bolsa, salvo algumas exceções.
Já um perfil moderado pode ter investimentos em ações com foco no longo prazo, e um arrojado domina melhor esse mercado, tanto em conhecimento técnico quanto em prática no manejo desses papéis.
Depois, chega o momento de escolher as ações que vão compor a sua carteira. Aqui, a dica é sempre adotar uma diversificação e compor a sua carteira com ativos de diferentes setores e tamanhos.
Então, é só selecionar as ações desejadas na plataforma e fazer as compras.
Como vimos, o investimento em microcaps é uma excelente opção para diversificar a carteira e aumentar a possibilidade de ter lucros maiores no longo prazo, desde que o seu perfil de risco aceite a volatilidade e as inconsistências dessas companhias.
Gostou deste artigo? Que tal acompanhar outros conteúdos de forma rápida e prática?
Assine a Warren Pills, nossa newsletter inovadora e que sempre traz conteúdos leves e informativos.
Também achamos que você vai gostar de ler: