Que atire a primeira pedra quem nunca adiou o enfrentamento de uma situação desconfortável o máximo possível, até que ignorá-la se tornasse insustentável.
Eventualmente, descobrimos que essa não é a melhor maneira de lidar com as coisas, mas é natural ter medo de encarar algumas realidades.
Inclusive, isso pode acontecer antes mesmo de termos, de fato, um problema.
É o caso, por exemplo, daquele exame de rotina que você sabe que precisa fazer, só para se certificar de que está tudo bem, mas que acaba empurrando com a barriga até levar aquele sermão do seu médico.
Da mesma forma, dedicar regularmente um tempo para cuidar das nossas finanças às vezes parece trabalhoso demais — falta tempo, vontade, disposição.
Mas, acredite, aquilo que antes parecia apenas uma pequena e temporária desorganização pode acabar se tornando uma bagunça das grandes. E aí, o trabalho é muito maior.
É nessas horas que o famoso check-up dos hospitais e consultórios médicos entra em cena: e se fizéssemos um check-up das nossas finanças, assim como fazemos para cuidar da nossa saúde?
Afinal, cuidar das finanças também faz bem para a saúde.
Segundo o American Institute of Stress (Instituto Americano do Estresse), estresse, insônia, fadiga e alterações de humor são algumas das respostas do nosso corpo a situações de dificuldade financeira.
Se prolongados, esses sintomas podem piorar e desencadear em problemas ainda mais sérios, como ansiedade e depressão.
Por isso, e aproveitando que hoje é o Dia Nacional da Saúde no Brasil, vamos dedicar o artigo de hoje à saúde financeira.
Para ajudar nesse processo, reunimos 3 passos para você fazer um check-up da sua vida financeira e ajudá-la a se manter forte e saudável.
Vamos conhecê-los?
Indice
Gastar menos do que se ganha é uma premissa básica da educação financeira.
Afinal, quando chega o fim do mês, o ideal é que as contas fechem, certo?
Para que isso aconteça sem surpresas ou fortes emoções — e sem depender de sorte —, é fundamental saber o que se passa com o seu dinheiro.
Isso significa não só ter consciência sobre as suas despesas, mas também entender qual é a sua receita.
Por isso, uma boa maneira de dar início ao seu check-up é fazer um raio-X da sua vida financeira. Aqui vão algumas dicas:
Feita essa análise, você vai poder avaliar se as coisas estão indo bem ou se seu orçamento está apertado.
A partir daí, é interessante separar suas despesas, para enxergá-las melhor e encontrar brechas para mudanças, caso você julgue necessário.
Mas não precisa pirar nas categorias, não! Às vezes, menos é mais. Tente manter seu raio-X algo fácil de fazer. Sugerimos começar com 3 tipos:
Mesmo que você já tenha feito esse processo antes, é interessante se manter atualizado, já que essas informações podem mudar com o passar do tempo.
Ah, e antes de passarmos para o próximo passo, aqui vai mais uma dica: vá com calma.
Antes uma folha de papel simples, mas que facilite a sua vida, do que uma planilha cheia de linhas e colunas que mais confundem do que ajudam.
Cuidar do dinheiro é uma atividade para a vida inteira, e não de um fim de semana inteiro. É uma maratona, não uma corrida de 100 metros rasos.
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Quando chegam os resultados de um exame, o que você faz?
a) Faz uma leitura dinâmica e guarda o papel na pasta “Exames”; ou
b) Marca uma consulta para mostrá-los ao seu médico e tomar providências, se necessário?
Provavelmente, letra “b”, certo?
E depois de observar os resultados do seu raio-X financeiro, qual seria o seu próximo passo?
É muito comum sentir um alívio após completar a primeira etapa do check-up, e de forma alguma queremos desmerecer esse feito. Sabemos que não é fácil.
No entanto, muitas vezes, a sensação de dever cumprido acaba nos impedindo de seguir em frente com o processo (que, como dissemos lá no início, é constante).
As informações que um diagnóstico das finanças nos dá são essenciais para nos conhecermos melhor e entendermos o que queremos mudar. Mas só se dar conta disso, infelizmente, não basta.
Por isso, o segundo passo do check-up financeiro é o planejamento.
Sabemos que essa palavra, para muita gente, remete a algo chato ou difícil, mas a verdade é que ela ajuda, e muito! Se você não gosta da palavra, tente trocar por “desenhar” ou “imaginar”.
Planejar é tentar imaginar o futuro e, à medida que o tempo passa, avaliar se seus planos estão ocorrendo de acordo com o que você imaginou. É como olhar pela janela, encontrar um céu carregado de nuvens e resolver pegar um guarda-chuva.
Para tornar esse desafio um pouco mais leve, que tal começar devagarinho?
Uma opção simples e eficiente é fazer um planejamento semanal.
Verifique quanto você tem de saldo na sua conta e tente prever quais serão os gastos dos próximos 7 dias. Pense nos seus custos fixos e estabeleça um teto para os variáveis.
Use as informações que você descobriu fazendo o raio-X das despesas do último mês e leve em conta o dinheiro que você tem. Anote os valores gastos e, ao final da semana, veja se tudo ocorreu conforme o planejado.
Tudo bem se não foi perfeito. Faz parte do jogo.
Reflita, reavalie e repita o processo para a semana que está por vir.
Aos poucos, o hábito de cuidar das suas finanças vai virando parte da sua rotina.
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Nosso terceiro passo é praticamente uma extensão do segundo.
Estabelecer uma rotina de cuidados para as finanças é um dos aprendizados mais importantes para a manutenção da nossa saúde financeira.
Afinal, muita coisa na vida aparece sem pedir licença: questões de saúde, oportunidades profissionais em outra cidade ou país, a chegada de um novo membro na família…
Tanto com as surpresas boas quanto com aquelas nem tão boas assim, é muito provável que junto venham mudanças — entre elas, mudanças que envolvem dinheiro.
Por isso é tão importante manter contato com o seu planejamento.
É possível que, às vezes, você não consiga dar a atenção que ele merece com tanta frequência. Mas lembre-se: ele está ali, à sua disposição, pronto para acompanhar você nos diferentes momentos da sua vida.
Se você conseguiu quitar uma dívida que estava consumindo seu orçamento e agora está com uma folga para começar a sua reserva de emergência, por exemplo, dedique um tempo para adaptar o seu planejamento a essa nova fase.
Ou então, se está pensando em adquirir um seguro de vida ou quer começar a investir para a sua liberdade financeira, seu planejamento está só esperando para ajudar você a realizar seus objetivos.
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Para além dos motivos financeiros, como evitar endividamentos ou garantir uma segurança para o seu “eu do futuro”, cuidar da sua vida financeira também significa cuidar da sua saúde como um todo.
Estudos relacionam instabilidade financeira com dificuldade para dormir, sono interrompido e insônia, problemas que podem afetar nossa capacidade de pensar com clareza.
Além disso, a ansiedade causada pelo estresse financeiro pode elevar a ocorrência de inflamações. Estas, caso se tornem crônicas, aumentam o risco de doenças cardiovasculares e pulmonares, bem como asma, diabetes e artrite.
Mas nem precisamos ir tão longe: ansiedade e problemas relacionados ao sono por si só já são questões que afetam negativamente nosso dia a dia. Por isso, melhor evitá-las, não é?
Cuidar das finanças também nos ajuda a olhar para dentro e refletir sobre aquilo que queremos para a nossa vida.
Quais hábitos devemos manter? Quais devemos descartar? De que maneira podemos usar o nosso dinheiro para alcançar nossos objetivos?
Neste Dia Nacional da Saúde, fica o convite: que tal dedicar um tempo para cuidar da sua saúde financeira?
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