Brincar, desenhar, se sujar… e, por que não, falar de dinheiro.
Qualidade de vida é o que todos buscamos, não só para nós mesmos, mas também para as nossas crianças. Afinal, queremos vê-las crescer em um ambiente feliz, tranquilo e com direito ao que elas mais gostam: se divertir.
Mas e o que dinheiro tem a ver com isso?
Basta pensarmos no nosso dia a dia. Apesar de não nutrirmos o hábito de falar sobre dinheiro, ele está completamente inserido em nosso cotidiano, e faz parte, direta ou indiretamente, de quase tudo que fazemos.
Segundo o estudo “Futuro da Educação e Habilidades 2030”, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), saber gerenciar recursos financeiros é uma das habilidades consideradas essenciais para viver plenamente no século XXI.
E não foi à toa que, em 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) passou a incluir a educação financeira nas diretrizes curriculares da Educação Básica no Brasil.
Costumamos dizer que o dinheiro não é um fim em si, mas um meio para realizarmos nossos sonhos. Daí a importância de desenvolvermos uma relação saudável com ele.
E por que não começar a cuidar dela desde cedo?
Uma pessoa letrada financeiramente é uma pessoa que não apenas conhece termos e conceitos sobre o universo de economia e finanças, mas também é capaz de utilizar esses conhecimento em novas e diferentes situações que possam surgir no seu dia a dia.
Por isso, em homenagem ao mês das crianças, conversamos com pais e mães da Warren para entender a importância de trazer a educação financeira para dentro de casa e saber como eles falam sobre dinheiro com seus filhos.
Vamos lá?
Indice
Uma das bases para uma boa relação com o dinheiro é a transparência.
Olhar para os nossos números sem medo, tentar entender a maneira como lidamos com o dinheiro, conhecer os caminhos que ele percorre…
E o mesmo vale para as finanças da família.
Para Jurandir Sell, doutor em Finanças Comportamentais e pai de dois filhos, o primeiro passo para falar sobre dinheiro com as crianças é eliminar o tabu.
“Tem aquela frase que se dizia antigamente: ‘Na mesa desta casa não se fala nessa porcaria’, que seria o dinheiro. Muitas famílias ainda fazem isso, escondem dos filhos as questões relacionadas ao dinheiro porque acham que vão frustrá-los. Mas nós, adultos, temos que aprender a lidar com as frustrações”, explica o especialista.
Jurandir conta que ele e sua esposa, Celina, sempre discutiram abertamente sobre finanças em casa.
Na hora de decidir o destino das próximas férias, por exemplo, as crianças participavam da conversa, o que incluía não só pensar sobre custos da viagem, mas também ter que fazer uma escolha — e, às vezes, aceitar as escolhas dos outros.
“A gente precisa conversar, porque falar sobre dinheiro é falar sobre sonhos, sobre objetivos. Quais são os objetivos da família? Vamos discutir: o que nós queremos?”, sugere.
Ludmila Marques, especialista em investimentos na Warren, concorda. “Lá em casa, é tudo muito aberto, e a Luísa sabe de tudo. Desde as contas de água e luz até saber que tem algumas coisas que são só uma vez por mês, porque são caras”.
A filha, que tem 9 anos, ganha uma semanada, e se a família consegue reduzir os custos no mês, o valor economizado é dividido entre todos.
“A gente dá esse estímulo porque, se a gente aumenta ou diminui o consumo de luz, ela sente o efeito na semanada dela. E não é tanto pelo valor, mas sim pela mensagem que isso passa”, explica Ludmila.
LEIA MAIS | Viagem em família: saiba como se planejar para ir a Paris em 2024
Se você tem filhos ou convive com crianças, já deve ter percebido que, muitas vezes, elas imitam o que os adultos ou outras crianças no seu entorno fazem.
Segundo a teoria da aprendizagem social, do psicólogo Albert Bandura, isso acontece porque observar e imitar é uma das formas como o ser humano aprende novos comportamentos.
Por isso é tão comum ouvirmos que os filhos aprendem pelo exemplo. E quando o assunto é educação financeira, isso pode ser um divisor de águas.
Jurandir, que dá aula de Finanças Comportamentais na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conta que diversos alunos cujos pais gastam muito mais do que ganham já disseram que faziam sua aula porque não queriam repetir a história da família.
“Você pode dizer o que quiser para o seu filho, ele não vai aprender. Ele vai aprender pelo exemplo, seja imitando, seja se opondo a você”, explica o professor.
Assim, se você considera que já tem uma rotina de cuidado com as suas finanças, pode ser interessante compartilhar essa experiência com os pequenos.
Para quem ainda não tem esse hábito, Ludmila recomenda começar.
“É difícil falar para o seu filho sobre algo que você não faz. Então, a primeira coisa é começar a fazer, seja sozinho, em casal ou mesmo junto com a criança, deixando claro que você também nunca fez aquilo e que todos estão aprendendo juntos”, pontua.
Para ela, mesmo quando o momento financeiro da família não está tão bom, é importante sentar com a criança e explicar por que é preciso se planejar e reduzir os custos — e de que forma cada um pode colaborar.
“Eu não acho que, por ser criança, não tá na hora de aprender. Claro que pra minha filha eu falo de uma forma mais lúdica, mas acho que essas coisas têm que ser conversadas desde cedo”, argumenta.
LEIA TAMBÉM | O que meu pai me ensinou sobre dinheiro
Como vimos, falar sobre dinheiro é uma boa maneira de introduzir a educação financeira no dia a dia das crianças.
No entanto, existem conceitos mais avançados, como inflação e juros, que são extremamente importantes para que, na vida adulta, uma pessoa saiba lidar não só com o seu dinheiro, mas com diferentes produtos do mercado financeiro.
Mas se para muitos de nós, adultos, já é difícil entender conceitos como esses, como explicá-los para uma criança?
Celson Placido, Chief Investment Officer (CIO) da Warren, se aproveita de situações corriqueiras para ensinar aos seus três filhos sobre alguns desses “palavrões”.
Assim como Ludmila, Celson dá uma semanada para cada filho. Toda sexta-feira, eles recebem R$ 10, que podem gastar com o que quiserem, ou economizar.
Um dia, as crianças queriam comprar bichinhos de pelúcia que custavam R$ 60 cada um, mas não tinham todo o dinheiro em mãos.
Celson ofereceu uma antecipação desse valor, e explicou que ficaria sete sextas-feiras sem dar a semanada. Ou seja, ia cobrar R$ 10 de juros pelo adiantamento do dinheiro.
“Isso é para mostrar a importância deles se organizarem”, explica Celson. “Eles não economizaram e pediram mais dinheiro para algo imediato. Em troca, precisavam entender que teriam que pagar pela falta de organização financeira.”
No fim das contas, as crianças se arrependeram: “Eles disseram que nunca mais vão fazer isso. Agora, vão pensar duas vezes antes de fazer uma dívida para consumir”, relata o pai.
Ludmila também busca levar alguns ensinamentos para o cotidiano da filha.
Quando Luísa tinha seis anos, a mãe experimentou dar dinheiro em espécie para que ela fosse até a padaria, com o objetivo de ensinar sobre a depreciação do patrimônio.
“Um belo dia, ela comprou um picolé. Eu tinha dado uma nota de dez, então ela voltou com um monte de nota e moeda: ‘Mãe, olha que legal! Eu dei uma nota pra moça e ela me devolveu um monte!’ Ela ficou achando que a padaria era uma fábrica de dinheiro”, conta Ludmila, dando risada.
De acordo com ela, nem sempre acertamos, mas vamos aprendendo. “Cada criança aprende de uma forma diferente, então cada pai e cada mãe tem que ir sentindo como será melhor para o seu filho”, completa.
Guardar dinheiro para investir no futuro dos pequenos é uma ótima maneira de garantir que eles tenham uma boa reserva financeira quando a vida adulta chegar.
Especialmente se você estiver pensando no longo prazo, quanto mais cedo começar, melhor.
Na Warren, você pode criar uma carteira de investimento para cada objetivo de vida, e a gente sugere os melhores investimentos para você de acordo com o seu perfil de investidor e com o prazo do seu objetivo.
Se esse objetivo for criar uma poupança para o seu filho, existem duas formas de fazer isso: abrindo uma conta para ele ou criando uma carteira dentro da sua própria conta na Warren.
Para saber mais sobre a abertura de conta para menores de idade, clique aqui. E se você ainda não tem conta na Warren, mas quer entender melhor como trabalhamos, é só clicar aqui.
Gostou da leitura? Confira outros artigos que separamos para você: