Buy and hold: o passo a passo da melhor estratégia para investir em ações  

Buy and hold é uma estratégia de investimento em ações a longo prazo. A ideia é esperar a evolução da empresa no decorrer dos anos e o consequente crescimento de seu valor de mercado.

Essa é, aliás, a estratégia que a Warren recomenda a todos os investidores que aplicam na Bolsa de Valores, pois acreditamos que apostar na valorização a curto prazo não funciona para a grande maioria das pessoas.

Mas apenas ter paciência para esperar não é o bastante no buy and hold. Para alcançar os melhores resultados, é preciso investir com critério, montando uma carteira de ações diversificada e estudando os fundamentos de cada empresa.

Mas você sabe como fazer isso na prática?

Neste artigo, vamos detalhar como funciona o buy and hold, justificar a preferência por essa estratégia e dar dicas práticas para você atingir os seus objetivos.

Chegou a hora de descomplicar o buy and hold para sempre. Boa leitura!

O que é buy and hold?

O que é buy and hold, ilustração

Buy and hold é uma expressão que significa “comprar e manter”. O termo é usado para se referir ao investimento em ações com a intenção de mantê-las na carteira de investimentos por um longo tempo, esperando a sua valorização no decorrer dos meses e anos.

É tão simples quanto isso. Mas. a partir da premissa básica de investir no longo prazo e manter os ativos em vez de tentar obter lucro com a oscilação do mercado a curto prazo, as minúcias da estratégia podem variar.

Por exemplo: a carteira pode priorizar small caps, empresas que têm menor capitalização e, portanto, ainda podem crescer muito nos próximos anos.

Outra opção é investir mais nas chamadas blue chips, ações de empresas já consolidadas em seus mercados e que, por isso, pagam bons dividendos para atrair novos investidores — o que gera uma receita recorrente aos acionistas no decorrer dos anos.

Ou, melhor ainda, ter uma carteira equilibrada, com ações de vários perfis. O que importa, para caracterizar o buy and hold, é que o objetivo não esteja no curto prazo.

Dessa forma, o buy and hold se distingue bastante das estratégias de trade, em que os investidores costumam vender suas ações no mesmo dia em que compraram (no caso do day trade), ou depois de alguns dias ou semanas (no caso do swing trade).

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Como funciona o buy and hold?

Como funciona o buy and hold, ilustração

Qualquer que seja a estratégia de gestão do patrimônio, o investidor pode emitir ordens de compra e de venda de ações quando quiser.

O que distingue o buy and hold, além da intenção de segurar os ativos por bastante tempo, é o processo de escolha das ações que compõem a carteira.

Esse processo passa pela análise fundamentalista, uma abordagem na qual o investidor estuda informações sobre a empresa e o mercado e, a partir daí, decide se vale a pena comprar suas ações.

Enquanto um trader que segue a análise técnica vai analisar o gráfico com a oscilação do preço da ação, os investidores que fazem análise fundamentalista vão olhar para os fundamentos.

Ele entendem que a saúde financeira, a relevância da companhia no mercado e as perspectivas de crescimento são alguns dos fatores responsáveis por fazer o valor de mercado subir.

Assim, o buy and hold consiste em investigar a empresa e, a partir das informações obtidas, interpretar se é provável que ela tenha uma boa taxa de crescimento nos próximos anos.

O ideal é que o investidor pense com a mentalidade de sócio

Ou seja: só compre ações de empresas nas quais se sentiria confortável na posição de dono — porque isso significa que ele realmente acredita no investimento.

Por que buy and hold, e não day trade?

Day trade é uma prática em que o investidor compra ações e as vende no mesmo dia, com a intenção de lucrar com a oscilação do seu preço no intervalo de horas, minutos ou até segundos.

É, portanto, uma operação de curtíssimo prazo, o extremo oposto da estratégia de buy and hold.

O método ganhou certa popularidade no Brasil nos últimos anos, mas em alguns casos trouxe falsas promessas de rentabilidade extraordinária, difundidas principalmente nas redes sociais.

De fato, a rentabilidade potencial para quem faz day trade é enorme, pois é comum ver ações se valorizando mais de um ponto percentual por dia.

Só que tem um problema: o risco também é enorme.

Você precisa desenvolver uma técnica capaz de adivinhar qual ação vai se valorizar e em qual momento, para poder se antecipar na compra e depois zerar a posição na hora certa.

Note que, na frase acima, usamos a palavra adivinhar, sem aspas. E não é brincadeira: embora existam técnicas que se propõe a fazer isso, prever se o preço de uma ação vai cair ou subir no curtíssimo prazo tende a ser um exercício de adivinhação.

Você pode até ter sorte em uma semana e conquistar uma rentabilidade bem acima da média. O desafio é repetir esse feito com consistência no decorrer dos meses.

Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 97% das pessoas que atuam na Bolsa de Valores como especuladores perdem dinheiro (e quem ganha leva menos de R$ 300 por dia).

Aí você pode perguntar: se a Bolsa de Valores é tão volátil e imprevisível, por que a estratégia de buy and hold é melhor que o day trade?

A resposta é simples: porque o método de seleção dos ativos é diferente. 

Como vimos, o buy and hold passa pela análise fundamentalista, o que significa que a decisão de compra tem como base a realidade da empresa e suas perspectivas.

Ao investir em ações no curto prazo, esse método não funciona, porque é comum que o preço da ação de uma boa empresa caia em determinados dias, semanas e meses.

Mas, se ela for bem administrada e estiver com receitas e lucros crescentes, a tendência é que, no longo prazo, sua ação se valorize. Um dos maiores consensos no mercado financeiro é de que o preço de uma ação acompanha os lucros da empresa no longo prazo.

É por isso que a análise fundamentalista funciona no buy and hold, e não no day trade.

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Princípios por trás do buy and hold

Princípios por trás do buy and hold, ilustração

Para você entender melhor como funciona a estratégia de buy and hold, explicamos abaixo seus mais importantes princípios.

Investimento em boas empresas

No buy and hold, uma boa ação precisa de uma boa empresa.

Mas o que caracteriza uma boa empresa? Em primeiro lugar, o sucesso ao atender, com a oferta de seus produtos e serviços, demandas do mercado.

Além disso, o investidor deve encontrar sinais de que esse sucesso é sustentável, ou seja, que a organização vai manter ou aumentar sua participação no mercado e utilizar bem seus recursos.

Traremos mais detalhes sobre o processo de identificação de boas empresas no tópico “Como escolher ações com foco no buy and hold”.

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Aportes constantes

Você até pode fazer buy and hold com um investimento único, segurando os ativos por anos. 

Com os aportes constantes, porém, você consolida e aumenta o seu patrimônio acumulando cada vez mais posições na Bolsa.

A grande vantagem dos investimentos regulares é que, desse modo, o investidor se beneficia da volatilidade do mercado de ações, aproveitando os períodos de baixa para comprar ativos a um preço mais baixo.

Além disso, você dilui os riscos: imagine que você vá investir o mesmo montante todos os meses. Nesse caso, o preço pago pelas ações acaba não importando tanto quanto a qualidade da empresa.

Foco no longo prazo

É o que já deixamos claro antes, mas não custa reforçar: buy and hold só é buy and hold se o foco estiver no longo prazo.

E quanto tempo é longo prazo?

Não existe uma resposta definitiva, mas consideramos qualquer investimento em ações com resgate em menos de três anos como curto prazo.

Isso quer dizer que o comportamento de abrir a plataforma da corretora todo dia para checar a movimentação do mercado não é muito salutar para a mente do investidor.

Ele não está proibido de acompanhar o desempenho dos ativos, mas deve ter paciência e não se desesperar nos momentos de baixa.

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Investimento com mentalidade de sócio

A mentalidade de sócio — ou seja, pensar como dono do negócio — ajuda o investidor a segurar as ações e a escolher apenas aquelas que têm boas perspectivas para o longo prazo.

Ao escolher uma ação, você precisa pensar com a mesma lógica que usaria para se tornar sócio de qualquer outro negócio, seja ele uma pizzaria na sua cidade ou uma empresa listada na Bolsa.

Vale a pena investir? As perspectivas para o futuro são boas? Você confia nos produtos e serviços? Conhece o trabalho dos gestores da empresa?

Então, ao olhar para uma ação, pense como sócio, não como especulador, e descubra qual seu verdadeiro nível de confiança na companhia.

Estudiosos e referências do buy and hold

Não foi a Warren que inventou o buy and hold, é claro. Antes do artigo que você está lendo, muitas mentes privilegiadas estudaram a fundo o assunto, criaram teorias e fizeram fortunas com a estratégia.

Então, se você quiser se aprofundar no tema, recomendamos procurar mais informações sobre as personalidades que apresentamos a seguir.

Eugene Fama

Eugene Fama é um economista americano e professor da University of Chicago Booth School of Business que foi laureado, em 2013, com o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, junto com Lars Peter Hansen e Robert J. Shiller.

O economista é conhecido por ser considerado o pai da hipótese do mercado eficiente, segundo a qual o preço de uma ação já reflete todas as informações existentes sobre ela (entenda melhor lendo o tópico “Afinal, preço importa?”).

Jeremy Siegel

Professor da Wharton School da Universidade de Pensilvânia, Jeremy Siegel é um economista que dá as caras regularmente na televisão americana, em emissoras como CNN, CNBC e NPR.

Siegel é autor do livro Investindo em Ações no Longo Prazo: O Guia Indispensável do Investidor do Mercado Financeiro, considerado um clássico sobre o mercado financeiro.

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Warren Buffett

Apesar de uma rua de Nova York (a Warren Street) ter inspirado o nosso nome, ele poderia, sim, ser uma homenagem a Warren Buffett, um dos maiores investidores da Bolsa de todos os tempos.

Se você ainda tinha dúvidas sobre o buy and hold como uma estratégia de investimentos que pode alavancar seu patrimônio, basta saber que Buffett, um dos homens mais ricos do mundo, a pratica.

Para saber mais sobre ele, recomendamos este artigo: Warren Buffett: 7 lições de um dos maiores investidores da história.

Como escolher ações com foco no buy and hold

Como mostramos antes, a montagem de uma carteira de ações com foco no buy and hold passa por uma análise fundamentalista das empresas.

Muitas das informações usadas nessa análise são encontradas no site da B3, a bolsa brasileira.

Acesse a página Empresas listadas, escolha a companhia que você quer investigar e navegue pelos dados e documentos disponibilizados publicamente.

Outra opção é acessar os sites de relações com investidores (RI) das empresas, repletos de informações relevantes.

A seguir, mostramos alguns dos principais critérios a avaliar na tomada de decisão em uma estratégia de buy and hold.

Governança

Governança corporativa é um conjunto de práticas e políticas que garantem uma administração mais profissional, focada no crescimento e manutenção do negócio.

Por isso, companhias com boa governança corporativa tendem a prosperar no longo prazo, o que leva à valorização de suas ações.

Adquira o costume de consultar informações referentes à governança (você as encontra nos sites de RI) para se habituar ao tema e qualificar sua análise. 

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Análise do setor

Qual o futuro do segmento de mercado em que a empresa analisada atua? Você acha que a organização está alinhada com essa perspectiva?

Essa análise também inclui a comparação com empresas do mesmo setor: é uma maneira de descobrir se os fundamentos estão destoantes (para cima ou para baixo) ou de acordo com o que é comum no ramo da empresa.

Uma dica, nesse caso, é considerar os setores da Bolsa na sua análise.

LEIA TAMBÉM | Segmentos de listagem da Bolsa: conheça todos e compare as diferenças 

Saúde financeira da empresa

No balanço patrimonial, divulgado a cada trimestre pelas empresas listadas na bolsa, encontramos dados sobre o passivo das companhias.

Além de comparar com o ativo, é importante conferir os demonstrativos financeiros para entender se o endividamento é saudável — isto é, a proporção entre passivo circulante e não circulante e se as dívidas são administráveis a partir do que a organização costuma gerar de receita.

Potencial de crescimento do negócio

Tente encontrar pesquisas de preferência dos consumidores no segmento da empresa. 

Somando isso à análise dos concorrentes diretos, é possível ter uma noção sobre a posição que ela ocupa no setor em que atua.

Se a participação no mercado for pequena, invista apenas se entender que a situação tende a melhorar no futuro. 

Se for grande, investigue se os lucros e a distribuição de dividendos são condizentes com essa posição.

Vantagens competitivas da empresa

Analise os produtos e serviços da companhia e tente identificar vantagens competitivas em relação aos concorrentes.

O que é uma vantagem competitiva? Veja alguns exemplos:

  • Qualidade do produto ou serviço
  • Preço
  • Distribuição
  • Atendimento
  • Brand equity
  • Tradição no mercado
  • Inovação e tecnologia
  • Baixo custo de produção / eficiência
  • Especialização em um nicho com pouca concorrência
  • Capacidade de atrair talentos
  • Capacidade de gerar mídia espontânea

Riscos

O investimento em ações de qualquer empresa, por melhor que ela seja, envolve fatores de risco.

O que você talvez não saiba é que a própria organização fala sobre eles, no Formulário de Referência, um documento de publicação obrigatória por empresas que fazem IPO, que contém um apanhado de informações relevantes e é revisado anualmente.

O documento pode ser encontrado em PDF no site de relações com investidores da companhia.

Estar em um mercado afetado pelas mudanças climáticas é um exemplo de fator de risco. Ter dificuldades na logística e distribuição de produtos é outro. 

No formulário, os riscos não são apenas citados, e sim explicados com mais detalhes.

Geração de receitas e lucros

Uma empresa existe para gerar receita e lucro com a venda de produtos e serviços, e o preço de sua ação tende a subir quando ela tem sucesso nesse propósito.

Além de comparar com os números dos concorrentes, o segredo é avaliar a evolução dos indicadores no decorrer dos meses e anos.

No site da B3 e nos sites de RI das empresas, você encontra os dados sobre receita, despesas e lucro nas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs), divulgadas anualmente, e nos Demonstrativos de Resultados (DRE), divulgados a cada trimestre.

Também é possível encontrar essas informações em sites que funcionam como agregadores de dados fundamentalistas, reunindo as informações mais relevantes em um mesmo local.

Afinal, preço importa?

Muitos investidores levam o Preço/Lucro (P/L), indicador que divide o preço da ação pelo lucro por ação, em consideração na tomada de decisão.

Outros usam o valuation, método usado para estimar o valor real de mercado de uma empresa, a partir do fluxo de caixa descontado e análise de múltiplos.

Mas o que essas duas abordagens (entre outras tantas que partem da mesma lógica) têm em comum?

Resposta: ambas partem do princípio que o preço atual de uma ação pode não estar de acordo com a realidade da empresa.

Em outras palavras: creem que a ação pode estar cara ou barata.

Mas nem todo mundo acredita nisso.

Segundo a hipótese dos mercados eficientes, o preço justo é sempre o preço de venda da ação.

O motivo é que nenhum cálculo ou algoritmo é mais eficiente na precificação dos ativos que o próprio mercado, com todas as variáveis que incidem sobre a relação demanda/oferta de uma ação.

Essa ideia é especialmente útil em uma estratégia de buy and hold, com foco no longo prazo e aportes constantes.

Para entender melhor, imagine que você sempre compra, na segunda semana de cada mês, ações da empresa X.

Haverá meses em que o preço dessa ação subiu bastante na semana anterior ao aporte, ou caiu uma semana depois. 

Assim, se você tivesse comprado antes da alta ou na baixa, seria mais vantajoso.

O que ocorre é que, embora você possa acertar o momento certo de compra vez ou outra, não vai conseguir fazer isso com regularidade. 

Como os mercados são eficientes na maior parte do tempo, vale mais a pena manter o hábito de investir com regularidade, sem tentar adivinhar as tendências.

Essa estratégia de aportes constantes já foi provada bem-sucedida por diversos estudiosos, e um dos estudos mais famosos é o que compara o “buy the dip”, que seria a estratégia de comprar nas mínimas, com o dollar-cost averaging, que é a estratégia de aportes constantes.

Veja, no gráfico, como a estratégia de investir de forma regular se prova bem sucedida no longo prazo.

buy the dip vs dca, ilustração

LEIA TAMBÉM | Dollar-cost averaging: como utilizar a estratégia de aportes constantes 

Passo a passo do buy and hold

Passo a passo do buy and hold, ilustração

A seguir, vamos mostrar quais são os principais passos para investir em ações com base na estratégia de buy and hold.

Antes disso, é importante deixar claro que esse não é um passo a passo para montar uma carteira de investimentos completa, e sim para formar uma boa carteira de ações com foco no longo prazo.

Além das ações, você precisa de uma reserva de emergência e pode ter um percentual em ativos de renda fixa, de acordo com seus objetivos e seu perfil de investidor.

Agora, vamos às dicas.

Trace uma estratégia de aportes regulares

Se você ouvir falar de alguém que, investindo apenas R$ 100, chegou rapidamente ao seu primeiro milhão, não acredite.

Um patrimônio sólido é construído com disciplina, investindo um pouquinho de cada vez e deixando o tempo fazer o seu trabalho.

Então, o ponto de partida para uma boa estratégia de investimento é criar o hábito de fazer aportes regulares, de acordo com o que sua renda permite. 

O ideal é investir um pouco todos os meses. Para isso, comprometa-se com um valor compatível com a sua renda e seja disciplinado.

Monte sua carteira de ações

Tendo saldo na conta da corretora, basta escolher as empresas das quais você quer se tornar sócio e comprar as ações.

Note que escrevemos “empresas”, no plural. Recomendamos diversificar, comprando ações de várias companhias, de preferência de setores e tamanhos diferentes, o que reduz o risco da carteira de ações.

Se em algum momento você se deparar com uma fala de Warren Buffett dizendo que a diversificação é uma proteção contra a ignorância e não faz sentido para quem sabe o que está fazendo, não se ofenda.

Claro que seria melhor investir em poucas empresas com crescimento muito acima da média, como Buffett já fez. 

Mas ter esse nível de conhecimento e confiança não é para qualquer um — e talvez essa seja uma aposta arriscada demais para você.

A própria Berkshire Hathaway, empresa de Buffet, hoje possui investimentos extremamente diversificados.

Foque no longo prazo

Para objetivos de curto prazo e reserva de emergência, o ideal é investir em ativos de renda fixa com alta liquidez.

Já o dinheiro que você separa para investir nas ações, é melhor “esquecer”. No sentido de que você não conta com ele para objetivos de curto e médio prazo. 

Se você o relaciona a um objetivo específico, que ele não seja imediato.

Pense em anos (pelo menos três), não em meses, e não se assuste com a oscilação natural do curto prazo.

Veja seu patrimônio multiplicar no longo prazo

Estudando bem suas opções de investimento e fazendo aportes regulares, você começa a construir um patrimônio.

Com a valorização das ações e o reinvestimento dos dividendos, você se beneficia da mágica dos juros compostos e vê esse patrimônio aumentar cada vez mais rápido.

Na última década, quem praticou a estratégia de buy and hold com algumas das maiores empresas do Brasil, foi muito bem-sucedido.

Quando vender ações na estratégia de buy and hold?

Embora a estratégia de buy and hold implique segurar as ações, isso não quer dizer que o investidor deve ficar para sempre com os ativos.

Você pode vendê-los antes disso e continuar sendo um entusiasta do buy and hold. Desde que a venda ocorra pelo motivo certo.

E qual seria esse motivo? 

Uma nova análise e projeção de mercado que o faça mudar de opinião sobre o futuro daquela empresa. Mas sem perder o foco no longo prazo.

Se o investidor mudar de opinião seis meses depois da compra das ações, por exemplo, é provável que:

  1. A análise inicial, que motivou a compra, não foi bem feita;
  2. Ele está motivado pelo pessimismo do mercado ou por algum fator externo que impacta no curto prazo.

Pense na pandemia de Covid-19. Para muitas empresas, ela representou uma ameaça momentânea sem impacto negativo a longo prazo. Para outras, foi um risco real à sua saúde financeira no longo prazo.

O segredo é fazer sempre a leitura do longo prazo e interpretar o contexto, diferenciando os fatores de risco fugazes daqueles que são mais perenes.