Quando pensamos nas mudanças disruptivas que transformaram os hábitos da humanidade, é impossível não lembrar do setor de tecnologia.
A inteligência artificial já alimenta muitos de nossos aplicativos e sites favoritos.
Nos próximos anos, ela dirigirá nossos carros, gerenciará nossos portfólios e pode até tirar nossos empregos.
O fato é que o mundo nunca esteve tão conectado e as inovações tecnológicas nunca ocorreram com tanta velocidade.
E a gente não precisa nem ir muito longe para perceber isso.
Você já se imaginou sem Whatsapp, por exemplo? Ou sem um serviço de inteligência artificial de geolocalização, como o Google Maps ou Waze?
A vida certamente seria mais difícil sem esses aplicativos.
Querendo ou não, a verdade é que nas últimas décadas grandes avanços em tecnologia produziram aplicações práticas que mudaram nossas vidas.
Mas, ao mesmo tempo que o uso da tecnologia nos auxilia em diversos processos, ele também traz riscos e perigos potenciais.
Indice
Provavelmente você já se deparou com os termos a seguir:
Estes são alguns dos “top trends” do Google.
Não por acaso, artigos sobre estes temas cobrem as páginas web de todos os jornais e conferências de negócio voltadas para o setor de tecnologia acontecem todos os dias.
Ao mesmo tempo, governos do mundo todo estão lançando seus próprios planos nacionais para explorar essas tecnologias.
Em resumo: a inteligência artificial está no centro do discurso público, e não faltam motivos para isso.
Nesse contexto, EUA e China desempenham um papel fundamental, que vale a pena observar.
A forma como esses dois países escolherem competir e cooperar em I.A. terá implicações dramáticas para a economia e governança global nos próximos anos.
Ninguém tem uma bola de cristal que possa revelar o futuro da tecnologia a ponto de diagnosticar se vamos perder nossos empregos, quais serão os setores prejudicados e beneficiados ou até mesmo se haverá espaço para a humanidade em um mundo guiado por máquinas inteligentes.
Mas é possível observar claramente, a partir de dados públicos de mercado, o poder crescente das maiores empresas do mundo de tecnologia.
Aqui, das centenas de empresas que investiram recursos em pesquisas de inteligência artificial, vamos ficar apenas com as 7 que emergiram como gigantes:
Essas empresas juntas valem 4 vezes mais do que o PIB brasileiro.
Individualmente, Google, Facebook, Amazon e Microsoft são mais valiosas do que a soma de todas as empresas brasileiras listadas no índice Ibovespa.
Quem comprou ações destas empresas na última década conseguiu multiplicar o capital investido de forma exponencial.
No entanto, apesar da evolução tecnológica e dos inúmeros exemplos de empresas de tecnologia que prosperaram e trouxeram retornos exponenciais para seus investidores, não é simplesmente por ser “tech” que uma empresa vai decolar.
Há diversos outros casos que mostram justamente o oposto.
Tem muita euforia nesse mercado e algumas “fake techs” por aí.
Neste artigo, vamos comentar sobre os desafios e oportunidades do setor no Brasil e os cuidados que devemos ter ao analisar empresas de tecnologia da Bolsa.
O Brasil ainda está engatinhando, quando comparado a Estados Unidos e China em termos de tecnologia.
Porém, mais recentemente, com a maior disponibilidade de capital de risco empregado em startups, empresas de tecnologia e fintechs na América Latina, vimos um salto muito grande por aqui também.
Podemos até discutir os níveis de preço e valuation, mas não dá pra negar que algumas empresas vêm revolucionando seus segmentos no Brasil.
Mas, nos últimos anos, surgiram mais de 1000 fintechs no Brasil.
Será que todas essas vão prosperar? Acho bem difícil.
De todo modo, o Brasil é um enorme mercado consumidor, com mais de 200 milhões de potenciais compradores de produtos e serviços.
Além disso, estamos na segunda posição global dentre os países que mais gastam tempo na internet.
Em média, os brasileiros passam mais de 10 horas por dia conectados, entre trabalho e lazer.
Nesse contexto, ao mesmo tempo que as empresas brasileiras de tecnologia têm uma enorme oportunidade, elas não brigam apenas entre si, mas também com as gigantes internacionais, que também querem abocanhar um pedaço do nosso mercado.
Profissionais de tecnologia atualmente são disputados não apenas por empresas brasileiras, mas também por companhias do exterior.
É por isso que, sem investimento pesado por aqui, fica difícil.
Não é por acaso que, nos últimos dois anos, com a onda de disponibilidade de capital e juros baixos, estabeleceu-se o macroambiente perfeito no Brasil para empresas de tecnologia se financiarem através de abertura de capital na bolsa de valores.
Além disso, algumas outras empresas de tecnologia e fintechs optaram por abrir capital lá fora, nos Estados Unidos, em vez de captar recursos por aqui, por conta das flexibilidades regulatórias e maior possibilidade de atrair investidores estrangeiros.
Levando em consideração apenas as empresas de tecnologia listadas na Bolsa de Valores brasileira, separei as três que considero mais promissoras, para ficarmos atentos nos próximos movimentos.
Sinqia SA é uma empresa sediada no Brasil, envolvida principalmente com o setor de tecnologia da informação (TI).
A gama de serviços da empresa está dividida em quatro áreas:
A Locaweb é um provedor de soluções de tecnologia Business-to-Business (B2B) com sede no Brasil.
As atividades da empresa estão divididas em dois segmentos operacionais: Be Online/SaaS e Ecommerce.
A divisão Be Online/SaaS oferece serviços de hospedagem, revenda de hospedagem, registro de domínios, cloud computing e servidores dedicados, bem como soluções relacionadas a contas de e-mail, campanhas de e-mail marketing e comunicação de Protocolo de Internet (IP).
Já a divisão de Ecommerce está engajada em facilitar as operações de varejo online, fornecendo plataformas de comércio eletrônico e soluções de pagamento, através das marcas Tray, Corp, Yapay, entre outras.
A Intelbras é uma empresa brasileira envolvida na fabricação, desenvolvimento e venda de equipamentos eletrônicos.
As atividades da empresa estão divididas em três segmentos operacionais: Segurança, Comunicação e Energia.
O segmento de Segurança está focado na segurança eletrônica, como equipamentos de vigilância por vídeo analógico (CCTV), vigilância por vídeo com protocolo Internet (CCTV IP), controle de acesso e alarmes e sensores contra invasão e incêndio.
O segmento de Comunicação é dedicado à comunicação de voz, imagem e dados, assim como à infra-estrutura de rede.
O segmento de Energia está envolvido no fornecimento de energia para equipamentos elétricos e eletrônicos e consumidores, além de dispositivos de economia de energia e nobreak para casas, empresas e edifícios.
A empresa vende seus produtos principalmente no Brasil e também os exporta para outros países das Américas do Sul e Central, Angola, Moçambique e Egito.
Estas são algumas empresas de tecnologia listadas na Bolsa que têm potencial de abocanhar uma fatia maior do mercado brasileiro dentro dos seus nichos de atuação, seja via crescimento natural ou inorgânico (fusões e aquisições).
Você conhecia todas elas?
Independente de conhecer ou não estas empresas específicas, é importante ressaltar que o investidor corre um risco alto ao optar por investir em empresas de tecnologia.
Isso porque trata-se de um mercado em constante evolução, onde erros operacionais e estratégias de produtos precisam ser constantemente revisadas e aprimoradas.
Empresas de tecnologia precisam entregar crescimento.
Justamente por conta destas expectativas altas de crescimento é que as “techs” costumam ser negociadas com um prêmio alto em relação ao preço/lucro médio do mercado.
E é raro vê-las pagando dividendos.
Estas empresas preferem reinvestir seus lucros em novos projetos ou em aquisições estratégicas.
O próprio Google e a Microsoft ficaram sem pagar dividendos durante mais de uma década.
Além disso, ações de empresas de tecnologia costumam ser mais voláteis, justamente por conta das altas expectativas de fluxos de caixa futuros.
Em um contexto de alta de juros, por exemplo, elas tendem a ser mais penalizadas pelo mercado.
Por esses e outros motivos, as empresas de tecnologia são mais arriscadas do que a média do mercado.
De qualquer forma, conhecendo os riscos e dependendo do seu perfil, acredito que vale a pena manter uma exposição ao setor de tecnologia, ainda que de forma moderada, tanto no Brasil como lá fora.
Antes de investir, verifique o percentual de alocação compatível com o seu perfil de investidor.
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