Na segunda edição da coluna Descomplicando Cripto, a coluna que vai desde as bases fundamentais até as mais recentes inovações do universo cripto, vamos falar sobre uma das maiores pedras no sapato para quem investe em criptoativos: a alta volatilidade.
Indice
Chamamos de volatilidade a variação de preços nos ativos financeiros.
Assim, quanto maior a variação de preços, maior a volatilidade. É o caso de ativos que oscilam muito dentro de um mesmo período de tempo — como os criptoativos.
Se a oscilação for pequena, diz-se que o ativo tem baixa volatilidade.
A volatilidade ocorre por diversos motivos, como mudanças nas preferências das pessoas, ciclos de pânico e otimismo, além de diferentes necessidades de liquidez entre os agentes de mercado, para citar alguns desses motivos.
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Quando pensamos em empresas como ativos financeiros, normalmente consideramos o quanto elas geram de lucro, qual o valor dos dividendos ou o quão dominantes são em seus respectivos mercados.
Sob a mesma ótica, quando falamos de imóveis, pensamos na localização, qualidade da construção e demanda local por aluguéis.
Já para “commodities“, como são conhecidas as matérias-primas fungíveis, analisamos a utilidade dos bens finais e os desafios logísticos nas entregas planejadas.
Em comum nesses casos, podemos ver que sempre há algo físico por trás, um lastro.
Nos criptoativos, não!
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Ativos digitais existem há pouquíssimo tempo, historicamente falando.
As narrativas que justificam o valor de cada um dependem de conhecimento das tecnologias por trás, visão das oportunidades para inovação — e otimismo de que essas possibilidades se concretizarão.
Enquanto isso, preços são definidos pela “transação marginal”, aquela onde uma parte vende pelo mínimo preço que aceita, enquanto a outra compra pelo máximo que está disposta.
Quando uma movimentação fora do comum acontece nos criptoativos, seja uma venda de maior volume (derrubando preço), seja uma compra (subindo preço), a falta de lastro e familiaridade cobram seu preço, aumentando esse movimento.
Mas você entende por que o lastro e a familiaridade ajudariam a reduzir a volatilidade?
O lastro ajudaria a estabelecer mínimos e máximos para os preços, enquanto a história, “que não se repete, mas rima”, continua sendo uma das mais consistentes referências, mesmo que esteja longe de perfeita.
A alta volatilidade não necessariamente influencia na decisão de comprar ou não um criptoativo — pode até ajudar, quando aproveita-se as quedas —, mas sempre deve ser levada em consideração perante nossa necessidade de liquidez.
Na prática, as rápidas mudanças podem custar muito caro caso tenhamos que liquidar o investimento em momento inoportuno.
Por isso, a recomendação para quem pretende investir em criptoativos segue a mesma: crie uma reserva de emergência, conheça o seu perfil de investidor e, se as criptos fizerem sentido dentro do seu perfil, diversifique o risco.
Diversificar o risco significa investir em diversos ativos — de preferência, descorrelacionados.
Assim você consegue reduzir o risco da carteira, sem necessariamente reduzir o potencial de retorno.
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