Antes de entrarmos no resultado dos fundos, vale uma retomada sobre o cenário desenhado em junho no mundo e também no Brasil.
Indice
No mês de junho, observamos bastante volatilidade no mundo todo.
Isso teve um motivo claro: a discussão sobre uma possível recessão global se intensificou, trazendo incerteza e expectativa de cenários futuros mais turbulentos.
A causa disso está associada a uma política monetária mais restritiva, iniciada pelo Federal Reserve (Fed) na busca de controlar a inflação americana — em seu maior patamar dos últimos 40 anos.
Vemos aumento das taxas básicas de juros ao redor do mundo e a redução da liquidez no mercado, o que vem pressionando os ativos de risco.
A bolsa norte-americana teve seu pior semestre nos últimos 50 anos.
O mercado segue atento aos números que refletem diretamente as pressões inflacionárias dos EUA, como dados de preços no varejo e para o consumidor; além do crescimento do PIB, que vem mostrando um enfraquecimento.
Entretanto, é possível que o Fed e as demais autoridades monetárias continuem com uma abordagem mais suave em relação à inflação, com uma política que permita desacelerar o crescimento global de maneira controlada, sem nos levar tão longe a ponto de causar desemprego em massa, geralmente associado à recessões.
A principal justificativa para um pouso controlado está no mercado de trabalho, aquecido a ponto de as demissões e congelamentos de contratações continuarem a ser absorvidos sem aumentar significativamente o nível de desemprego nos EUA.
Com a eclosão da pandemia de Covid-19, uma grande quantidade de pessoas deixou a força de trabalho, reavaliando seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o que, junto aos anos de redução na imigração, produziu uma escassez significativa de mão de obra.
No entanto, se as condições atuais persistirem, uma aterrissagem mais tranquila pode não ser possível.
À medida que os preços sobem, muitos que optaram por não voltar ao trabalho serão forçados a repensar essa decisão e reingressar no mercado.
É possível que a oferta de mão de obra cresça ao mesmo tempo que a demanda cai.
Além disso, as commodities, que atingiram preços recordes com o aumento da inflação, começaram a enfraquecer.
No mês de junho, vimos diversas correções das altas do primeiro trimestre.
Apesar da continuidade da guerra na Ucrânia e das sanções cada vez mais rígidas às exportações russas, a queda de preços desses ativos indicam o medo de uma recessão “real”.
A pandemia de Covid-19 forneceu uma demonstração vívida de como a economia global pode ser volátil. A economia mundial contraiu 3,3% em 2020 – a maior contração registrada no PIB global desde a Segunda Guerra Mundial.
Grande parte desse declínio foi impulsionado pela queda nos volumes de comércio, que caíram muito e mais rápido do que em qualquer momento desde a guerra.
Embora, em alguns aspectos, a Covid-19 tenha unido o mundo em uma causa comum, a pandemia teve um impacto profundo na desglobalização da economia.
Com ela, vimos aumento na desigualdade e no protecionismo e, por consequência, uma redução da eficiência na produção global.
Junto com a pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia intensificou a quebra nas cadeias de produção, reposicionando a estrutura industrial e aumentando políticas protecionistas.
Com as retaliações comerciais impostas a Moscou, os países ocidentais estão sendo levados a reduzir sua dependência da energia e das matérias-primas russas.
Além disso, o eventual apoio chinês aos russos também acirrou a rivalidade com o Ocidente, e a consequência é um crescente risco ao comércio e à integração internacional.
A economia russa, que é muito importante em termos de produção de commodities (como o petróleo e gás natural), está sendo desvinculada da economia do Ocidente.
Após os conflitos e tensões criadas, a reconstrução de relações econômicas fica prejudicada, pois ainda que haja um acordo de paz para encerrar o conflito militar no futuro próximo, a preocupação com segurança nacional passará a ditar o estabelecimento das novas cadeias de suprimento.
A cadeia de produção e distribuição de produtos, junto a toda a geografia do comércio, vem sendo afetada e podemos estar presenciando um princípio de fim da globalização como conhecemos.
Esse efeito já pode ser observado quando olhamos para as moedas que mais se valorizam em 2022 frente ao dólar.
A valorização do rublo decorre das exigências implementadas por Putin: qualquer tipo de negociação com a Rússia deve ser feita em rublos.
Assim, os países que queiram (ou precisem) negociar com a Rússia, seja gás natural, petróleo, insumos agrícolas ou grãos, têm que fazer essa conversão de moeda, gerando uma maior procura, o que valoriza a divisa.
Com o real brasileiro, inicialmente, ocorreu uma conjunção de fatores que impactaram positivamente a moeda, como antecipação da alta de juros, alta das commodities e fluxo estrangeiro. Entretanto, no final do semestre, observamos reversão dessa tendência.
No mercado doméstico, durante o semestre, tivemos um cenário bipolar.
Até 1º de abril, o Ibovespa estava indo em direção ao pico do ano e acumulando 19% de alta.
Porém, a conjuntura favorável foi perdendo espaço para problemas de longo prazo. A bolsa encerrou o mês de junho com uma queda de 11,5% e o semestre em queda de 6%.
Alguns dos setores que mais caíram durante o mês foram os setores financeiro, pelo risco de inadimplência no horizonte; petróleo e combustíveis, pela queda no preço da commodity; e consumo cíclico, afetado pelo menor poder de compra dos consumidores.
Mesmo com uma alta de juros antecedente aos outros países, o PIB brasileiro vem surpreendendo, crescendo além do esperado e mais do que a maioria das grandes economias.
O principal componente foi o consumo, no qual vimos avanços nas vendas no varejo e crescimento do setor de serviços.
O consumo das famílias deve seguir forte no próximo semestre, o que levanta um ponto de atenção para a inflação.
Apesar das desonerações recentes, que reduzem a projeção de inflação para 2022, os preços ao consumidor seguem elevados, mostrando-se mais persistentes que o antecipado.
Adicionalmente, a reincorporação da desoneração deve ocorrer no próximo ano, levando a uma desinflação mais lenta.
Esse ambiente exige uma elevação adicional da taxa de juros e deve levar a manutenção em patamares mais altos por mais tempo.
A taxa básica de juros, a Selic, subiu para 13,25% ao ano em junho, mas acreditamos que os juros atingirão 13,75% já na próxima reunião do Copom, mesmo patamar observado em janeiro de 2017.
Além disso, a série de medidas fiscais expansionistas têm trazido incerteza para o quadro fiscal.
Ocorreram novos avanços de pautas que ampliam desonerações e dispêndios governamentais, contornando o teto fiscal.
Algumas medidas devem ficar restritas a 2022, mas as medidas abrem espaço para novas formas de “burlar” o teto nos próximos anos, trazendo consequências negativas para a trajetória da dívida pública e credibilidade do país no mercado internacional.
Estamos atentos e aguardando cenas dos próximos capítulos.
Agora, confira a performance dos fundos da Warren em junho.
O fundo Warren Previdência Gestão Ativa (38.729.027/0001-92) permite o acesso a um portfólio completo e diversificado por meio de apenas um investimento.
A alocação reúne diversas estratégias da casa e de terceiros, adotando uma abordagem multifatorial, com exposição a ativos de renda fixa pós-fixados, indexados à inflação, crédito privado, ações brasileiras, ações internacionais, bem como, fatores alternativos, como estratégias macro e quantitativa.
O Warren Previdência Gestão Ativa teve uma queda de -2,49% em junho.
A perda foi resultado da exposição a ativos de renda variável que o fundo carrega, bolsa brasileira e internacional.
No mês, o índice Ibovespa caiu 11,50%, o que representa a maior posição na classe. Em contrapartida, a exposição em renda fixa permitiu que esse impacto fosse menor.
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O Warren Artemis (41.858.415/0001-88) é o nosso fundo de previdência em renda fixa.
O fundo se expõe preponderantemente a crédito bancário, tendo também posição em debêntures, cotas sênior de FIDCs e títulos públicos.
O fundo busca superar o CDI no médio/longo prazo, sem deixar de perseguir retorno real acima da inflação.
O Warren Artemis entregou a performance de 118,0% CDI no mês, o que equivale a CDI + 2,20% a.a.
O resultado veio do fechamento do spread de alguns nomes de crédito estruturados.
No mês, observamos impactos negativos na posição de juros real, com a abertura do spread dos títulos de tesouro atrelados à inflação.
O fundo segue sendo destaque entre fundos de renda fixa com foco em previdência.
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O Warren Vênus (36.854.581/0001.76) é o fundo de crédito privado da Warren Asset, com foco em crédito bancário.
A estratégia tem foco em crédito bancário, sendo direcionada para investidores que possam abrir mão de liquidez em troca de um retorno maior no médio prazo.
Ao investir no Vênus, o cotista está exposto aos mais variados instrumentos de crédito bancário disponíveis na indústria, bem como, em crédito estruturado para uma menor parcela da carteira.
O fundo Warren Vênus teve rentabilidade de 114,4% do CDI em junho, equivalente à CDI+1,75% a.a.
O fechamento do spread de crédito, especialmente nas letras financeiras, foi o destaque positivo para a rentabilidade do mês.
O Warren Tesouro Selic (29.577.706/0001-00) é o fundo mais conservador da casa e segue superando o seu benchmark.
Atrelado a indicadores como Selic e CDI, possui baixo risco e liquidez diária. O investimento neste fundo é sugerido para investidores mais conservadores ou para objetivos de curtíssimo prazo.
O fundo Warren Tesouro SELIC teve uma performance de 102,0% do CDI em junho.
Superamos o benchmark devido à nossa alocação dinâmica entre vértices da curva de LFTs, onde buscamos as melhores relações de risco e retorno.
O principal vértice da carteira foi set/27 (109,7% do CDI no mês).
O fundo Warren FIC FIM CP (30.271.177/0001.93) é a opção de renda fixa com risco moderado e de alta liquidez, com o tempo de resgate de apenas dois dias úteis.
Contamos com uma carteira diversificada e composta preponderantemente pelas estratégias de renda fixa e crédito privado da Warren Asset. Por essa razão, é um produto prático e completo para o investimento em crédito privado.
O Warren FIC teve um resultado de +1,09% (107,4% CDI) em junho.
A contribuição para o resultado acima do CDI decorreu, majoritariamente, da posição em fundos com exposição à crédito privado, Warren Vênus e Warren Cash Clash.
O fundo Warren Cash Clash (42.550.188/0001-91) tem uma estratégia que busca retorno preponderantemente através de exposição tática no mercado de LFT’s e demais ativos de alta liquidez com risco soberano, com pequena parcela de exposição à crédito bancário com excelente nível de risco.
O fundo busca entregar liquidez, segurança e rentabilidade ao investidor através de uma exposição com baixo ou nenhum risco de mercado.
O fundo Warren Cash Clash teve um resultado de +1,09% (107,7% CDI) em junho.
O principal responsável pela performance positiva do fundo foi o fechamento do spread de crédito no final do mês, além do achatamento da curva de LFTs.
O Warren Ísis FIC FIM CP (37.282.459/0001-35) é o fundo de crédito estruturado da Warren Asset.
A estratégia tem como foco obter exposição a fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs e FIC FIDCs). Também investe em fundos abertos que aplicam em crédito estruturado.
O rendimento de 112,5% do CDI para o fundo Warren Ísis mostra a solidez da performance, com destaque positivo para a alocação em cotas sênior de FIDCs.
No acumulado de 12 meses, o fundo possui uma rentabilidade de 126,3% do CDI.
O Warren IPCA Curto (37.557.820/0001-99) é um fundo de renda fixa simples que investe no mínimo 95% de seu patrimônio em títulos do governo federal indexados à inflação (Tesouro IPCA).
Alocar uma parcela da carteira atrelada a ativos inflacionários pode garantir ao investidor uma rentabilidade real sobre o investimento realizado, o que permite que receba efetivamente mais quando leva em consideração o aumento dos preços.
O fundo Warren IPCA Curto subiu 0,36% em junho, 0,03 p.p. acima de seu benchmark, o IMA-B 5.
O ganho extra no mês veio de nosso maior peso nos vértices mais curtos, em comparação à carteira do benchmark.
O Warren Omaha (32.704.998/0001-00) foi construído para possibilitar um alto grau de diversificação ao investidor.
O fundo mira reduzir o risco específico de cada mercado por meio de sua diversificação de estratégias, permitindo que o investidor sobreviva nos mais variados cenários.
O fundo Warren Omaha teve retorno de 0,03% em junho.
A alocação em fundos quantitativos e de estratégia macro geraram um resultado positivo. Entretanto, o retorno do fundo foi impactado pela performance negativa da pequena exposição a criptoativos.
O Warren Brasil FIA (29.577.652/0001-75) possui como estratégia capturar o prêmio de risco de ações, seguindo o principal índice do país, o Ibovespa.
O fundo adota uma estratégia indexada na bolsa brasileira, com um pequeno adicional sistemático, que busca suavizar movimentos de mercado.
O Warren BR teve uma queda de 11,40% no mês, um retorno de 0,10 pontos percentuais acima do seu benchmark, o Ibovespa.
Foi a maior queda mensal desde março de 2020, marcado pelo impacto inicial da pandemia de coronavírus no mercado financeiro global.
As incertezas sobre inflação e juros, aqui e lá fora, trouxeram as maiores perdas no mês e do semestre.
O Warren USA (29.577.706/0001-00) é o nosso fundo de ações que leva o investidor para o mercado americano, no índice S&P 500, referente as 500 maiores empresas dos Estados Unidos.
O fundo Warren USA teve uma queda de 7,84% no mês de junho, um resultado 0,55 pontos percentuais acima do seu benchmark, o S&P 500.
O mercado de ações americano segue sofrendo correção, enquanto investidores pesam a inflação persistentemente alta contra os riscos de uma desaceleração econômica.
O fundo Warren Green (35.030.809/0001-40) investe em ativos alinhados a boas práticas sociais, ambientais e de governança, sem deixar de lado a rentabilidade.
Com estratégia de fatores, o Green utiliza os fatores Valor e Momentum nos mercados brasileiro, americano e europeu.
O Warren Green caiu 7,04% em junho, ficando 1,73% acima de seu benchmark, o MSCI Global.
O destaque positivo do mês foi nossa operação tática de venda de volatilidade, enquanto os ativos diretos corrigiram junto com os mercados, sendo Natura (NTCO3) e Vibra Energia (VBBR3) nossos principais detratores.
Desde seu início, o fundo ganhou 41,82%, 27,71% acima de seu índice de referência.
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O Warren Equals (36.401.557/0001-81) é o nosso fundo que investe em empresas com políticas de equidade de gênero, baseado na vasta literatura sobre os aspectos ESG, que demonstra como estas decisões afetam positivamente as empresas.
O fundo utiliza o fator Qualidade em sua estratégia, assim selecionando ativos com excelentes indicadores financeiros, como margem de lucro e baixa alavancagem financeira.
O Warren Equals caiu 6,43% em junho, ficando 5,08% acima de seu benchmark, o Ibovespa.
O destaque positivo foi a Eletrobrás (ELET3), que teve seu processo de privatização concluído no mês, enquanto nossas posições no setor financeiro (BBDC4, ITUB4) foram as principais detratoras.
Desde seu início, o fundo ganhou 30,93%, 24,07% acima de seu índice de referência.
O Warren Dólar (42.149.158/0001-78) é um fundo cambial que investe 100% de seu patrimônio em contratos futuros de dólar.
O objetivo do fundo é entregar a variação do dólar em relação ao real, acrescido da remuneração dos títulos públicos alocados como margem de garantia.
O Warren Dólar subiu 10,15% no mês de junho.
A aversão ao risco global levou os investidores aos ativos mais seguros, e a moeda americana segue ganhando força, conforme medido pelo índice DXY.
O objetivo do nosso fundo de cripto (43.945.482/0001-65) é buscar retornos superiores ao Bitcoin, com menor volatilidade, por meio de uma gestão ativa de criptoativos com controle de risco.
A alocação será em estratégias de arbitragem estatística utilizando combinações de ativos negociados no mercado de bolsa e futuros.
Os criptoativos tiveram mais um mês de forte correção, e o Warren Cripto caiu -32,69%, ficando 4,63 p.p. acima de seu benchmark, o Bitcoin.
O processo de desalavancagem do mercado de criptos como um todo, desencadeado pela quebra do fundo 3AC, seguiu seu percurso causando uma cascata de liquidações.
No relativo, diminuímos nossas posições em moedas alternativas, que seguiram perdendo valor em relação ao Bitcoin no período.
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Este post possui natureza informativa, não devendo ser entendido como recomendação de qualquer investimento ou sugestão de alocação por parte dos destinatários. Os ativos financeiros e/ou as carteiras de investimentos discutidas neste material podem não ser adequadas para todos os investidores, tendo em vista que os objetivos de investimento, situação financeira e necessidades de cada investidor podem variar. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou do Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. Leia o prospecto, o formulário de informações complementares, a lâmina de informações essenciais e o regulamento antes de investir.